1º DE MAIO:
Dia para renovar nosso compromisso de Classe e para celebração da memória dos
mártires Trabalhadores.
“Você
comerá do trabalho de suas próprias mãos, tranquilo e feliz.”
(Sl. 128, 2)
Em sua encíclica “Sobre o Trabalho Humano”, João Paulo II
afirmou que “O trabalho é a chave essencial da questão social”. A História
também nos ensina que não há vida que se mantenha se o trabalho humano não
gerar os meios necessários à sobrevivência e se a produção coletiva não for
igualmente partilhada “a cada um segundo
suas necessidades”.
Entretanto, no atual mundo
capitalista o desemprego atinge a milhões de trabalhadores. Na Espanha, o
desemprego já atingiu mais de 25% da população e, entre os jovens de 18 a 24 anos a falta de
trabalho já passou dos 50%. De um lado, a exploração da Classe Trabalhadora
garante a concentração de renda e padrão de vida elevado para uma pequena
parcela; do outro lado, nega os meios de sustentação da vida em plenitude (Jo. 10, 10) para multidões de
trabalhadores na Europa (sobretudo na Itália, Portugal, França, Grécia) e na
Ásia, África, América Latina e Oceania.
Na busca insaciável de lucro a
qualquer custo, o sistema capitalista vem gerando rotatividade criminosa da mão
de obra, achatamento salarial, trabalho precário, jornada prolongada para quem
está no emprego, rebaixamento do padrão de vida para a maior parte da
população.
No
Brasil, por exemplo, o salário mínimo é de R$ 678,00, enquanto, segundo o
DIEESE, seriam necessários cerca de R$ 2.400,00 para manter uma família de
quatro pessoas com um mínimo de dignidade. Tudo isto gera pobreza e miséria,
revolta, violência, criminalidade. As principais vítimas desse sistema iníquo,
hoje, são os/as jovens cujo trabalho, quando encontrado, é explorado com
salários aviltantes.
Não
bastasse tanta exploração, estamos vendo a cada dia nossos direitos sendo
roubados pelas políticas dos governantes que se elegeram com votos do povo
trabalhador, mas que defendem os interesses dos exploradores.
É
tudo isto e muito mais que o que vamos manifestar no dia 1º DE MAIO. E a Igreja
comprometida de fato com os valores do Evangelho não pode deixar de ajudar os
cristãos a refletirem sobre os graves problemas que afetam a vida do nosso povo
trabalhador, do campo e da cidade.
É
também por causa das exigências evangélicas que os cristãos têm o dever de se
engajar nos movimentos populares e, coletivamente, exigir que as políticas
públicas sejam destinadas, prioritariamente,
para responder às necessidades básicas da população mais carente. Somente assim
poderemos construir uma sociedade justa e igualitária – a sociedade socialista,
em conformidade com o plano de Deus, que criou o mundo e a Humanidade, mas não
a dividiu em classes.
“No ventre de Maria Deus se fez Homem, mas na
oficina de José Deus também se fez Classe.” (D.Pedro
Casaldáliga)
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