quarta-feira, 30 de abril de 2014

SEMINÁRIO MIGRAÇÕES, REFÚGIO E TRÁFICO DE PESSOAS


CONVITE

SEMINÁRIO MIGRAÇÕES, REFÚGIO E TRÁFICO DE PESSOAS

A Caritas Arquidiocesana de São Paulo em conjunto com a Missão Paz e com o apoio da Fundação Rosa de Luxemburgo gostaria de convidá-lo a participar do   Seminário Migrações, Refúgio e Tráfico de Pessoas , que se realizará no próximo dia 07 de maio, das 8:00 às 17:30, no Centro Pastoral São José  do Belém.

Endereço: Rua Alvaro Ramos 266, Belém – São Paulo
(Próximo a Estação do metrô Belém)



O evento visa discutir o tema do tráfico de pessoas no âmbito das migrações e da realidade do refúgio a partir da realidade mundial, nacional e local.

A presença de profissionais com experiência na matéria e a exibição de depoimentos colhidos exclusivamente para o evento permitirão um debate a partir de elementos da realidade atual, prezando pela ideia de que  "ver de perto sempre ajuda a ver melhor"!

Assessoras confirmadas: 
  Alline Pedra,
  Rejane - Posto Humanizado do Aeroporto de Guarulhos;
  Dra. Eliana Vendramini - Ministério Público;
  Heidi Cerneka  - ITCC;
  Cristina Morelli - CASP e Eliza Dondo - Missão Paz.

Todas e todos são bem-vindos!
 
As inscrições são gratuitas e devem ser feitas diretamente pela internet até o dia 5 de maio:

Aproveitamos para lembrar estamos em novo endereço: 
Rua Major Diogo, nº 834 - Bela Vista
Altura do n. 1.100 da Av Brigadeiro Luiz Antonio
Metrô mais próximo: São Joaquim.

Fraternalmente em Cristo,
Fátima Giorlano
Assistente Social
Fone/Fax (11) 3105-4023;
www.caritassp.org.br

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A Pastoral Fé e Política da Arquidiocese de São Paulo apoia esse evento

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Destino da coleta do Domingo de Ramos - Gesto concreto da CF

Resultado do gesto concreto da Campanha da Fraternidade (CF), promovida todos os anos pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Cáritas Brasileira torna público o edital para o acesso ao Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) 2014.
Esse fundo é composto por 40% de toda arrecadação da Coleta Nacional da Solidariedade, realizada em todas as dioceses, paróquias e comunidades durante o Domingo de Ramos. Os outros 60% da coleta permanecem em suas dioceses de origem e compõem os Fundos Diocesanos de Solidariedade (FDS).
Fundo Nacional de Solidariedade apóia projetos sociais em todo Brasil cujos trabalhos estejam relacionados com o tema da CF deste ano “Fraternidade e Tráfico Humano”. Para ver o edital completo CLIQUE AQUI.
Uma novidade para este ano, de acordo com o Conselho Gestor do FNS, é o aumento dos valores para o apoio a projetos produtivos. Antes os valores que variavam entre R$ 10 mil e R$ 50 mil, agora vão de R$ 20 mil a R$ 60 mil, dependendo da abrangência da experiência inscrita. Os projetos de formação e mobilização continuam com os valores fixados entre R$ 10 mil e R$ 50 mil.
Confira na tabela abaixo as datas para o envio dos projetos.
DATA LIMITE DE RECEPÇÃO DE PROJETOS (correio eletrônico – e-mail)
ANÁLISE DO PROJETO PELO CONSELHO GESTOR FNS
Até 24 de maio de 2014
09 de junho de 2014
Até 13 de agosto de 2014
29 de agosto de 2014
Até 01 de novembro de 2014
17 de novembro de 2014
Resultados
Até hoje foram 2.672 projetos apoiados pelo Fundo Nacional de Solidariedade em todo país chegando a beneficiar cerca de cem mil pessoas. A maior motivação na realização do FNS é superar ações assistencialistas e as dificuldades enfrentadas pelos grupos comunitários para obtenção de financiamentos para seus empreendimentos.

Por Thays Puzzi, Assessora de Comunicação da Cáritas Brasileira | Secretariado

domingo, 20 de abril de 2014

domingo, 13 de abril de 2014

De Olho no Plano de Metas

Por ocasião do 1o. ano do programa de metas da gestão do prefeito Fernando Haddad (2013-2016), organizações da sociedade civil promoveram no dia 31/03/2014 às 20h00, no Centro Pastoral São José do Belém, o evento "De olho no plano de metas". Aberto à participação popular, o evento teve como objetivo avaliar o andamento do programa nesse ano, e lançar oficialmente o jornal "De olho no plano de metas" . Cerca de 120 pessoas compareceram ao encontro.

Das autoridades convidadas: O prefeito, secretários municipais, vereadores, subprefeitos, conselheiros participativos, compareceram apenas  o Secretário Adjunto da Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras, Sr. Miguel Reis Afonso, a Secretária Municipal do Planejamento, Orçamento e Gestão, Sra. Leda Maria Paulani, o chefe de gabinete da subprefeitura Aricanduva/Formosa/Carrão e muitos conselheiros participativos.

As Escolas de Fé, Política, Cidadania, Justiça e Direitos Humanos (REC/SP) aceitaram o convite e tiveram uma participação expressiva no encontro. Foram elas: Escola de Fé e Política Waldemar Rossi (anfitriã do encontro), Escola de Cidadania da Zona Leste Pedro Yamaguchi Ferreira, Escola de Fé e Política de Guarulhos, Escola de Fé e Política Dom Paulo Evaristo Arns, Escola de Cidadania da Zona Sul de São Paulo Santo Dias, Escola de Cidadania da Zona Oeste Dona Xinha (Butantã).

A mediação da mesa ficou por conta de Luis França (Movimento Nossa Zona Leste e REC/SP) e Caci Amaral (Pastoral Fé e Política e REC/SP).


À mesa: Oded Grajew – Coordenador geral da Rede Nossa São Paulo, Miguel Reis Afonso - Secretário Adjunto da Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras, Leda Maria Paulani - Secretária Municipal do Planejamento, Orçamento e Gestão.



Cinco pessoas representantes da sociedade civil foram convidadas para expor em mais ou menos 10 minutos, a avaliação sobre algum item do programa de metas, com foco em sua região.
 
1-) Padre Ticão representando o Movimento Nossa Zona Leste, abriu o debate cobrando ações da prefeitura com relação a falta de creches no município de São Paulo. Este que é o município mais rico do país. Vale lembrar que a creche é um direito assegurado na Constituição e não existirá boa educação sem um modelo eficiente, que atenda a demanda de mais de 120 mil crianças de zero a cinco anos, que hoje estão na fila de espera por uma vaga em creche na cidade de São Paulo. Não há informações sobre o papel das creches no IDH- Índice de Desenvolvimento Humano- de uma criança. Entretanto, os educadores das EMEI’s afirmam que as crianças vindas de creches têm mais autonomia, são mais sociáveis e desenvolvem o aprendizado mais rápido. Por outro lado, as crianças que não freqüentaram creches têm dificuldade param se adaptar ao ambiente escolar e são mais lentas no aprendizado. Logo o ensino fundamental será mais eficiente se todas as crianças vierem com aprendizados acumulados nas creches. De um modo geral a creche prepara a criança para a vida coletiva e desenvolve o gosto pelo aprendizado, que é um direito previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente. E a falta de creche produz outro problema social: o desemprego. Uma das partes do casal, é obrigada a ficar em casa para cuidar dos filhos.

===>  Secretaria Municipal da Educação - Secretário: Sr. Antonio Cesar Russi Callegari
 

2-) Padre Júlio Lancellotti representando a Região Central da Cidade, falou em defesa da população em situação de rua. Fez duras críticas ao programa “De Braços Abertos”, que a Prefeitura implantou na região da Cracolândia. “Saímos do higienismo hostil [da gestão anterior] para o higienismo gentil [da gestão Haddad], mas é higienismo do mesmo jeito.”. Na avaliação do Padre Júlio, a população em situação de rua tem aumentado na capital paulista. “Talvez, hoje, chegue a 17 mil e cresce no mesmo ritmo do aumento populacional da cidade”. Comentou ainda que seria interessante que as autoridades fizessem uma visita aos hoteis onde as pessoas do programa estão dormindo. Segundo ele , é uma vergonha! Ser humano algum merece dormir naqueles colchões.

===> Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania - Secretário:  Sr. Rogério Sottili
 

3-) Luis França representando a Região Leste da Cidade questionou a gestão centralizada da Prefeitura e defendeu que as subprefeituras tenham mais recursos, autonomia, eficiência e diálogo com a população, e eleição direta para os subprefeitos. É preciso que as pessoas escolham entre as lideranças locais, os subprefeitos. Precisamos de um poder local, a fim de que as pessoas tenham a quem recorrer no apontamento de suas demandas. Chega de pessoas que nada tem a ver com a região, serem indicadas para o cargo. Primeiro foram os ex-prefeitos das cidades de interior, depois os coronéis e agora são os engenheiros... Precisamos eleger os subprefeitos!

===> Secretaria Municipal do Planejamento Orçamento e Gestão - Secretária:  Sra. Leda Maria Paulani
 
4-) Camila F. de Souza representante da Região Oeste da Cidade aponta a deficiência encontrada na região com relação à infraestrutura da mesma. Ela comentou que talvez o poder público retrate a região como sendo de população de classe média alta e com isso se esquece dos setores mais carentes, aonde essas políticas não chegam. Contou sobre as Caçambas para sacos de lixo que estão sendo implantadas na região do Butantã como referencia para a cidade, enquanto que na periferia da região, há dificuldades até na coleta normal do lixo e da varrição. Pediu especial atenção para as metas 83 e 84 do programa. Camila comanda um programa de cidadania da rádio comunitária cidadã e participa da Escola de Cidadania da Zona Oeste Dona Xinha.

===> Secretaria Municipal de Serviços - Secretário: Sr. Simão Pedro Chiovetti
 

5-) Padre Jaime Crowe representante da Região Sul da Cidade ao falar em nome daquela região da periferia da cidade,  constatou que a “Lei das Subprefeituras” não está sendo respeitada. “Não existe poder de decisão [nas subprefeituras]”, e propôs que a meta mais importante seria a de  descentralizar a prefeitura fortalecendo a atuação das subprefeituras. O Padre Jaime comentou que certo dia estava ele num ponto de ônibus onde encontrou uma conhecida sua, e perguntou: “Para onde a senhora vai, D. Maria?” e ela respondeu: “Eu vou para a Cidade, Padre!” E ai ele comenta o quanto que as pessoas da periferia, se sentem excluídas da Cidade. Ou seja, estão de fora dela.

===> Secretaria Municipal do Planejamento, Orçamento e Gestão - Secretária: Sra. Leda Maria Paulani
 

Após os questionamentos apresentados pelos participantes, a secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão, Leda Paulani, argumentou que não poderia responder por áreas de outras secretarias e que deveria ter convidado os demais secretários para estarem ali. Lembramos que todas(os) as(os) secretárias(os) municipais, os vereadores (à propósito, nenhum compareceu), os conselheiros participativos (muitos compareceram) foram convidadas(os) a estarem conosco. Ela fez questão, entretanto, de registrar sua discordância em relação à crítica do padre Júlio Lancelotti ao programa “De Braços Abertos”. “Não é um programa higienista, é uma forma humanista de tratar os dependentes químicos que moram na rua”, defendeu. Ao abordar o Programa de Metas 2013/2016, que foi coordenada por sua pasta, Leda relatou o processo de audiências públicas, que resultou em “aproximadamente 10 mil sugestões” e mudou a proposta original da Prefeitura. “Inicialmente, eram 100 metas e, agora, o programa tem 123”, pontuou.

A secretária também anunciou o lançamento o lançamento do sistema de monitoramento do plano de metas para a quinta-feira, 03/04/2014, através do site http://planejasampa.prefeitura.sp.gov.br/ Através dele poderemos estar acompanhando mais de perto a evolução do programa.

A comissão organizadora do evento “de olho no plano de metas” planeja organizar novo encontro no ano que vem, por ocasião dos dois anos do plano de metas, na Região Sul da cidade, com o mesmo objetivo: avaliar a execução das metas e cobrar as autoridades responsáveis, o avanço das mesmas. Lembrando que pela importância que tem o programa de metas, não se deve esquecer de trabalhar o mesmo com as turmas nas escolas. Não podemos deixa-lo no esquecimento para não fazer como na gestão anterior. Segundo a Rede Nossa São Paulo, em 1 ano apenas 9% das 123 metas apresentadas na gestão Haddad foram cumpridas. Isso mostra que precisamos continuar atentos, porque se continuar nesse ritmo, no final desse mandato é bem possível que nem 50% tenham sido cumpridos.

Comunicamos a todas(os) que caso desejem receber o Jornal "De olho no plano de metas", entrem em contato conosco através do e-mail contato@pastoralfp.com.

O encontro foi realizado pela Rede Nossa São Paulo, Movimento Nossa Zona Leste, Fundação Tide Setúbal, REC/SP - Rede de Escolas de Cidadania de São Paulo e Pastoral Fé e Política da Arquidiocese de São Paulo, com o apoio da Região Episcopal do Belém.
 
Airton Goes – Rede Nossa São Paulo / Mônica Lopes – REC/SP

segunda-feira, 7 de abril de 2014

1964 a 2014: DE ESTADO DE SÍTIO NO PAÍS À CARTA BRANCA PARA MILITARIZAÇÃO DA PERIFERIA

 
Após 50 anos do golpe militar de 1964, a memória grita o que dói na alma de quem luta pela liberdade. Reconstituir a barbárie na perda de liberdade de expressão, assassinatos, torturas, abusos sexuais, medo, silêncio, choro e esperança, faz a juventude atual se deparar com um fato que nunca mais deve acontecer, o regime que mudou a história do país. A sucursal da luta contra a repressão veio de um despojamento de trabalhadores, trabalhadoras e estudantes a suas vidas para a entrega abnegada pela liberdade de companheiras e companheiros.
 
É claro, que hoje a juventude não vive nem de perto o signo da ditadura, contudo ainda carregamos os significantes desta ditadura nas frestas do cotidiano. A relação entre passado e presente pode ser mais evidente do que nunca revendo  o incêndio na UNE em 64 e sentindo o mesmo incêndio das favelas de Rio e São Paulo em 2012, 13 e 14. A tortura de Amarildo, a morte de Douglas, a desgraça de Claudia, e tantos outros e outras que nem se quer sabemos o que foi feito. A Polícia Militar ainda carrega a acústica de tempos ditatoriais não tendo sido até hoje julgados seus crimes perversos na ditadura, hoje ainda sustenta os “autos de resistência” e não possuem um órgão externo que possa julgá-los. Irônico pensar que é uma instituição que se auto investiga.
 
Recentemente fui assaltado e conversando com o policial ele me disse que como a justiça não põe esses menores na cadeia, cada vez que ele reencontra o mesmo menor que continua a roubar aqui em Tiradentes, ele da soco nele até arrancar o seu dente (sic). Aterrorizante ver que essa terra tem o sangue derrubado de guerreiro como Marighela, Vanuchi, Frei Tito, Rubens Paiva, Isis, Iara, e outros milhares que lutaram pela justiça e perceber que ainda se derruba nesta terra sangue de homens e mulheres, meninos e meninas arrancados da liberdade por perseguição do estado.

João Goulart, Jango, pretendia dar ao país depois de 500 anos as reformas de base iniciando pela comunista reforma agrária. Ordenar  a maior desigualdade do país que contabiliza 98% das terras irregulares. A reforma de Jango previa distribuir títulos de propriedades à 1 milhão de camponeses. O golpe dos militares traiu a população que segundo pesquisa do IBOPE feita naquele período 68% da população aprovava Goulart. Goulart foi tirado pela truculência da classe dominante e trazemos a marca de que há 50 anos poderíamos ter tido o início da dissolução da desigualdade de terras no país, que culminaria hoje numa pergunta: o que seria a favela hoje se os camponeses não tivessem migrado para as cidades e se transformados em escravos/operários da grande indústria? Quem a polícia mataria?
 
 
Cabe pensarmos que a militarização é o resquício do medo e da dominação burguesa do país que se traveste em interesses políticos e higienistas. O estado com sua política de incursões armadas, pode ser comparado ao capitão do mato então enviado para a floresta a fim de capturar escravos fugitivos (na escravidão), com os militares que entravam em casas na caça a comunistas (na ditadura) e que agora atua na contenção de ânimos dentro das favelas redefinida como uma “aglomeração subnormal” para prender e matar pobres, negros na periferia. Vale lembrar que as pessoas da periferia vivem sendo cerceados seus direitos de ir e vir, e quando a polícia toca o recolher são alvejados à 2 metros de distância por uma corporação amplamente militarizada.
 
 
O crescimento de favelas não é, principalmente o resultado de leniência ou da irresponsabilidade de governos passados, mas existem solidadas razões econômicas por trás desse contínuo crescimento de favelas e habitações populares que são feitas distante das regiões de trabalho e de políticas públicas de qualidade. O secretário de segurança do Rio de janeiro José Mariano Beltrame, declarou durante o Fórum de Segurança Pública do seu estado que as crianças das favelas já surgem do ventre de suas mães criminosas por conta do ambiente ao redor, uma vez que nele seria tão normal ver bandidos empunharem armas automáticas como pessoas utilizarem celulares (sic). Quando se considera que uma criança possa sair do ventre como bandido – uma espécie de lei do ventre bandido - , condena a favela a ser uma  espécie de berçário de bandidos,  servindo para justificar a retórica de esterilização de homens e mulheres ou o assassinato de jovens. O resultado está nas atuações das UPP (Unidades de Política Pacificadora) que atuam num estádio de sítio dentro das comunidades. Se os militares no asfalto foram proibidos desta ação que durou 21 anos no país como um todo, nas comunidades e periferias de todo o Brasil, ainda se persiste uma violação drástica de direitos humanos tendo comemorado de 25 anos da constituição de 1988, a carta magna assinada pela elite burguesa do país. Há uma infeliz semelhança na história brasileira da Policia existir para ser o elo repressor entre burguesia e favelas.
 
A diferença dos períodos (1964 e 2014) dada também a proporção da repressão hoje, é evidenciada por eximirem principalmente  a população pobre e marginalizada que não possui nem objeto cultural de expressão (RAP) reconhecido pela elite política e muito menos reconhecem seu conhecimento sobre política e educação.
 
50 anos depois do golpe a Jango e a história de brasileiros e brasileiras, o cenário efervesce buscando reformas brutais. Se as mortes continuam a acontecer, se os militares persistem no genocídio e a elite burguesa continua a ditar as decisões nacionais, o paradigma desta juventude nova se impõe pela negação desta velha política e pede um novo jeito de participação e priorização da classe trabalhadora, estudante e de periferia que sempre foi maioria nesta nação. Por toda parte vemos jovens, professores e militantes proclamarem o desejo pela desmilitarização da polícia.
 
O sonho de Jango é carregado hoje pela juventude que são assistidas nas ruas pedindo reformas de base, reforma agrária, tributária (taxação dos ricos, etc), política, e outras, evidenciando o peso do sangue derramado pela juventude de 64.  Outras reformas para enfrentar os graves problemas do tráfico de drogas, crime de colarinho branco e lavagem de dinheiro. O então Ministro da Justiça do governo Lula, Tarso Genro, já se disse convencido da necessidade de um “novo pacto federativo” para que a segurança pública pudesse ser negociada em conjunto pelos governos federal, estadual e municipal. O Estado deve estar antes de qualquer coisa, comprometido em garantir o direito à cidadania (que prevê protestar a toda e qualquer decisão do estado, como por exemplo; uma copa do mundo), o direito à vida, o direito de ser considerado inocente, até que se prove o contrário pelo sistema judicial, o direito de ir e vir livremente pela comunidade, o direito de não ser obrigado a deixar a polícia entrar em sua casa sem um mandato judicial e o direito de não ser submetido a tratamentos cruéis ou de tortura pelos agentes do estado, este último deve-se ao sangue redentor de todos e todas envolvidos e envolvidas em destronar a ditadura militar do país. A esses heróis, nossa eterna gratidão, e que nossas vidas valham uma centelha de sua entrega para fazer acabar com a polícia militar, miséria, morte e violência em nosso país.
 
 
PARA QUE NUNCA MAIS NOS ESQUEÇAMOS: DITADURA E POLÍCIA MILITAR NUNCA MAIS!
 
Eduardo Brasileiro, estudante de Ciências Sociais na Fundação Escola de Sociologia e Política é militante da Pastoral da Juventude de Itaquera e da Rede Ecumênica da Juventude (REJU-SP).

 
 
 
 
 

domingo, 6 de abril de 2014

Educação pública de qualidade para todos

Filipe Thomaz*

A promoção de uma educação pública de qualidade para todos é uma das principais responsabilidades do governo, expressamente prevista na nossa constituição, mas que infelizmente não tem sido cumprida. Nós cristãos precisamos compreender e exigir os direitos do povo brasileiro, incluindo a educação pública. A Igreja tem a missão de denunciar e colocar o dedo nas feridas sociais, que afetam principalmente os mais pobres. Com esse objetivo, promove, todos os anos, a Campanha da Fraternidade, que trata sempre de necessidades concretas do povo brasileiro. Em 1982, seu tema foi "Educação e Fraternidade" e seu lema "A verdade vos libertará", em 1998, teve como tema "Fraternidade e Educação" e como lema "A Serviço da Vida e da Esperança". 
Pode-se ver no artigo seguinte, que, ao contrário da imagem que com frequência se tenta construir, é perfeitamente possível uma educação publica de qualidade. 

 por: Portal JH
 Escola mostra que é possível educação pública de qualidade

Na contra mão dos resultados do Rio Grande do Norte no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) 2011 –…

Na contra mão dos resultados do Rio Grande do Norte no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) 2011 – que não conseguiu atingir a meta proposta de 4,6, chegando a 4,2 e teve a Escola Estadual João Tomás Neto, em Lagoa de Pedras, com pior nota da avaliação feita pelo Ministério da Educação – a Escola Municipal Nossa Senhora da Guia, em Parnamirim, foi a campeã do IDEB no Estado, alcançando o índice de 6,7, ultrapassando as metas estadual, municipal e nacional.
O IDEB foi criado em 2005 para medir a qualidade de cada escola e de cada rede de ensino. O indicador é calculado com base no desempenho do estudante em avaliações do Inep, nas provas de português e matemática, e em taxas de aprovação.
Mas engana-se quem pensa que o resultado surpreendeu direção, coordenação pedagógica, professores e alunos. De acordo com a vice-diretora Rosilda Cunha, desde 2005, a escola atinge os índices da média nacional. Em 2005 o resultado conseguido foi 5.4, em 2007, 5.6, em 2009, 6.4 e em 2011, 6.7. “Batemos a média nacional prevista para 2021, que é de 6.0. Mas para nós não é surpresa. É um trabalho de anos com muito comprometimento e dedicação, de toda a equipe, do coletivo. Mas temos um grande diferencial, pois não há rotatividade de professores. A irmã Maria Salomé, diretora da escola, está desde o início, há 28 anos, e conhece cada um dos 471 alunos pelo nome. Sabíamos que teríamos um resultado positivo. Os alunos gostaram da prova e fizeram muito tranquilos”, disse.
A linha pedagógica da escola é baseada em Gasparin, seguidor de Paulo Freire, que procura fazer com que o aluno não só se preocupe com o estudo e com as atividades diárias da instituição de ensino, mas tenha uma visão mais ampla, com destaque também para a leitura como ponto de partida para o conhecimento das mais diversas áreas do saber.
A professora coordenadora Marleide Rodrigues também citou que os pais estão em contínua integração com a equipe escolar. “Temos reuniões com os pais e a escola fica cheia, com vários pais em pé, mas eles não deixam de participar. A relação família- escola não pode faltar. É importante também deixar claro que trabalhamos não só pelos resultados do IDEB, mas para preparar o aluno para a vida.
Dentro deste mundo competitivo, sempre dizemos: você tem que ser bom. Educação pública de qualidade ainda é possível. Basta que se queira fazer e com comprometimento e qualidade”, enfatizou.
Zélia Maria, que é professora das duas turmas do 5º ano que participaram do exame para o IDEB, deixou bem claro que o segredo é o comprometimento. “Aqui se trabalha”, frisou.
A vice-diretora Rosilda Cunha ainda explicou que na escola não há problemas com evasão escolar, nem com falta de professores. “Professores só faltam em casos realmente urgentes. E mesmo assim, os alunos continuam com suas atividades. A média de alunos que falta é muito baixa, no máximo dez por ano, e a grande maioria não falta. Greve não tem, nunca existiu. Também temos aulas de reforço semanal nas disciplinas de português e matemática e uma organização muito boa na escola, com uma boa infraestrutura. Tem cadeiras, mesas e carteiras que tem mais de dez anos mas parecem novas”.
Outro ponto destacado por Rosilda é o Projeto de Disciplina. “Se um aluno vê mancha de hidrocor, por exemplo, na carteira, ele procurar limpá-lo e ele mesmo vai atrás do álcool. No intervalo eles vão ler e participar de jogos educativos, os livros ficam expostos pela escola. Não tem briga, não tem desentendimento. É importante também frisar que todos os professores têm formação em pedagogia e especialização em Alfabetização. A verdade é que somos uma família”.
Ângela Maria e Lúcia Alexandre, hoje professoras da Escola Municipal Nossa Senhora da Guia, também já foram alunas. As duas têm em comum o amor pela escola e a vontade de dar continuidade a um trabalho de dedicação e comprometimento. “O que primeiro me levou a continuar na escola foi a disciplina. É um ponto muito positivo e que me chamou atenção. Vi isso nos meus professores, me espelhei e quis dar continuidade”, contou Ângela Maria.
Já Lúcia Alexandre ainda disse que a dedicação da equipe a fez continuar na instituição de ensino. “Esta dedicação do grupo é uma postura diferente de outras escolas e deu vontade de estar aqui”.
A aluna do 2º ano B, Maria Eduarda, contou que está muito feliz com os resultados da escola. “Aqui é muito bom. As aulas, o estudo, os professores. Adoro estudar e ler. Tenho muito orgulho daqui”.
O pai da aluna, José Eduardo, trabalha há 19 anos na escola e também é ex-aluno. “Já é uma história de vida. Fui aluno, meu filho de 12 anos também saiu daqui e com uma boa base. Aqui não só se ensinam as matérias, se ensina para a vida”.
A listagem das dez piores classificações no IDEB só contempla municípios da região Nordeste, sendo três do Rio Grande do Norte, seis de Alagoas, três da Bahia e um de Sergipe.


 A educação pública precisa ser uma prioridade, pois é fundamental para que possamos construir um pais mais justo. A igreja, incluindo todos nós, tem a missão de seguindo os ensinamentos de Jesus motivar as pessoas ao nosso redor a, unidos, buscar o bem comum. Para isso, não há como não questionar e buscar combater a violência estrutural presente em nossa sociedade. É fundamental exigir que nossos governantes cumpram sua função de verdadeiros representantes do povo. Jesus denunciou e mostrou as injustiças de seu tempo, hoje nós precisamos denunciar as estruturas de pecado do nosso tempo.

*Membro da Pastoral Fé e Política