quarta-feira, 28 de maio de 2014

CONVITE - Painel "Integridade versus Corrupção", 31/05, em São Paulo/SP

CONVITE

Painel "Integridade versus Corrupção" na Assembleia Legislativa 
do Estado de São Paulo.

Participantes:
- Dr. Márlon Reis (Juiz de Direito e Diretor do MCCE)
- Prof. Dr. Bruno W. Speck (Cientista Político da UNICAMP)
- Robson Pereira (Cientista Político e Representante CRISCOR)
- Hélio Nishimoto (Deputado Estadual e Presidente do Conselho de Ética de Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo)

Dia: 31 de maio (sábado)
Horário: 10h
Local: Auditório Franco Montoro - Assembleia Legislativa 
do Estado de São Paulo

Informações:
Telefone: (12)3302-4545 - (11)3886-6735

Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo
Av. Pedro Álvares Cabral, 201 - Ibirapuera - São Paulo/SP



Assessoria de Comunicação - Comitê Nacional
Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral - MCCE
(61) 2193-9646
t
MCCE - 12 ANOS (2002-2014)
Voto não tem preço, tem consequências.

14º Aniversário da Lei 9840/99 (Lei da Compra de Votos)
4º Aniversário da LC135/10 (Lei da Ficha Limpa)

domingo, 25 de maio de 2014

CONIC: por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político

Qua, 21 de Maio de 2014 20:09
 
 
São Paulo (SP) recebeu, nos dias 16 e 17 de maio, a III Plenária Nacional do Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político. O evento teve início com um ato político cultural no dia 16, às 19h, no Sindicato dos Químicos, marcando a presença de diversos movimentos e organizações que expressarem seu apoio à construção de uma nova Constituinte do Sistema Político. O momento foi de homenagens a dom Tomás Balduíno, falecido no início do mês.
 
 
 
A Plenária teve como meta traçar estratégias para massificar a campanha do Plebiscito Constituinte e
atingir os mais amplos setores da população brasileira, além de debater quais os avanços na conquista de direitos do povo brasileiro que devem passar urgentemente pela reforma política, tais como: o financiamento público de campanha, paridade na representação da mulher, negros e indígenas no Congresso Nacional, além da democratização da comunicação e muitos outros.
 
A mesa principal foi formada por Eduardo Brasileiro, membro da Rede Ecumênica da Juventude (REJU), e que estava representando também o CONIC; Pedro Stédile pela Via Campesina; Aline Ogliari, representando a Pastoral da Juventude; José Antônio Moroni, do INESC; Bruno Elias (PT) e Luciana Genro (PSOL).
 
Confira o discurso feito pelo representante do CONIC no evento:
 
Irmãs e irmãos, pela reforma política popular!

O CONIC, historicamente comprometido com os clamores dos oprimidos da nossa história, mulheres, juventudes, LGBT, negros e índios, vem somar forças ao Plebiscito Popular para a efetivação de uma reforma política, ampla, que alcance as bases populares para mudarmos a nossa crise civilizacional. Acompanhando Marilena Chauí, “toda crise é momento ideal para propor mudanças”. Amparados na crença de um Ecumenismo que derrube fronteiras, acreditamos que a construção da casa comum, oikos, efetivará um teto onde todas e todos podem estender suas crenças, opinião, história, esperanças e desejos. A Reforma política dará a oportunidade do país ver representado sua imensa capacidade de correlação de forças, onde os mais marginalizados do país, terão voz, vez e lugar.
 
Os Cristãos precisam romper com a lógica política de interesses fundamentalistas religioso e econômico que assolam a sociedade brasileira em intolerância, privatização e genocídio da população indígena, negra e LGBT. A Bancada Evangélica fundamenta-se no discurso opressor das minorias que em nossa população estão longe de ser minoria, de fato, são a maioria pobre do nosso país que não tem poder de escolha nos interesses econômicos. E desta maneira o fundamentalismo religioso compactua com o sistema econômico dos ruralistas e da direita política do país que é racista e homo / lesbo / transfóbica. Torna-se necessária a efetivação de um Estado Laico, comprometido com a liberdade de expressão religiosa, mas que nenhum interesse religioso ultrapasse a autonomia do Estado que deve ser público e para todos e todas. Dessa maneira, ao ponto de que rechaçamos os interesses fundamentalistas religiosos no estado e nos solidarizamos as comunidades da Umbanda e Candomblé que são as mais antigas tradições religiosas e do nosso país e assim devem ser reconhecidas.
 
Há um esgotamento da vida política que se manifesta em várias coisas. Uma delas é quando a sociedade não consegue acreditar que o futuro vai ser melhor. As pessoas não conseguem mais acreditar na política, ou seja, não veem mais o futuro. Isso precisa acabar. O país acompanha uma crise mais evidente desde 2011 tendo pessoas nas ruas em indignação e proposições de mudança. Sabendo que as ruas são para a política um espaço de amadurecimento de suas contradições devemos apresentar a essa nova geração a contradição política em que vivemos. Propondo democraticamente reformas sérias nos âmbitos político / econômico / ambiental, cremos que o plebiscito seja a resposta mais eficaz e transformadora, sendo assim, sua proposição precisa encantar essas juventudes que correm as ruas. A tarefa de atravessarmos a democracia parlamentar que temos para uma democracia participativa é a energia motora que as ruas tem e podem realizar. Considerando também que jovens de periferia hoje com as suntuosas maquinas de campanha que existem nunca encontrarão na política eleitoral um espaço factível para conseguir se eleger. Fortalecendo a democracia participativa poderemos propor mudanças significativas no sistema em que ainda é necessário também a democratização dos meios de comunicação, do sistema de justiça, e outros. É o ponta pé que pode se tornar a maior manifestação política da nossa atual democracia.
 
Peneirar nossas comunidades no encantamento de pessoas que queiram contribuir para o plebiscito é a palavra de ordem mais séria que devemos tomar. Nós cristãos e cristãs em todo o país deveremos defender uma reforma política anticapitalista, que acolha essencialmente todas e todos numa nação que em sua pluralidade de projetos, utopias e esperança é uma verdadeira casa comum. Lutemos pelo Plebiscito Popular, porque citando Eduardo Galeano, “somos muitíssimo mais do que nos dizem que somos”.
 
Eduardo Brasileiro
REJU / CONIC.

 

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Convite para debate "Crise da água: desafios e soluções"

A Rede Nossa São Paulo, o Programa Cidades Sustentáveis, o Instituto Ethos e o Instituto Socioambiental (ISA) promovem, na Semana do Meio Ambiente, um debate sobre a crise do Sistema Cantareira, que abordará os desafios e as possíveis soluções para o problema da escassez de água em São Paulo.
O encontro contará com a presença de vários especialistas no tema, dentre eles:
Antonio Donato Nobre, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais;
Marússia Whately, assessora do Instituto Socioambiental;
Marco Antônio dos Santos,Diretor Técnico e Operacional da SANASA, empresa municipal de saneamento de Campinas; 
Jorge Abrahão,diretor-presidente do Instituto Ethos; e
Oded Grajew, coordenador geral da Rede Nossa São Paulo e do Programa Cidades Sustentáveis,que mediará a mesa.
Dilma Pena, diretora presidente da SABESP, também foi convidada a participar do debate. A ideia é que ela apresente as propostas da empresa para superar a crise atual, bem como as metas para garantir o abastecimento futuro das regiões sob sua responsabilidade.
Foi convidado também Vicente Andreu Guillo, diretor presidente da Agência Nacional de Águas (ANA).
As organizações promotoras do evento aguardam também a confirmação de representante do Ministério Público para participar da mesa.

Agende-se e participe!
Sua presença em nosso evento enriquecerá muito o debate!
A palavra será aberta ao público ao final.

Serviço:
Debate:“Crise da água:desafios e soluções”
Data: 03 de junho,terça-feira
Horário: 9h30 às 12h30
Local: Teatro Anchieta do SESC Consolação (Rua Dr. Vila Nova, 245)
Vagas limitadas à lotação do teatro.
Confirme sua presença respondendo pelo e-mail andrea@isps.org.br

Agentes fazem avaliação sobre o Fórum das Pastorais Sociais


                                                                                                                                                   Reinaldo Oliveira
Agentes das Pastorais Sociais, em reunião no dia 21 de maio, na sede da CNBB, em São Paulo, fizeram uma avaliação do Fórum das Pastorais Sociais, realizado no dia 9 de maio, bem como deliberaram sobre algumas diretrizes para o Seminário do Fórum que acontece nos dias 01, 02 e 03 de agosto, na Casa do Apostolado Salvatoriano, no Jabaquara em São Paulo.
Os agentes avaliaram pontos positivos do Fórum, que fez memória/resgate do tema da 5ª Semana Social Brasileira, cujo tema “Estado para que e para quem? E o lema “O Estado que temos e o Estado que queremos”, teve a lembrança de ações realizadas por agentes dos sub-regionais, seguida de uma exposição geral que teve assessoria do padre Nelito Dornelas.
Na exposição foram informadas diversas ações realizadas como a constatação sobre fatos graves que a seca do nordeste causou em décadas passadas com a morte de milhares de pessoas e que em décadas recentes este fato foi superado com ações sociais, como a construção de milhares de cisternas e os dados, atuais, apontam apenas a morte de milhares de animais.
Muitos outros pontos positivos foram colocados, como as manifestações de junho de 2013, porém há muito a avançar para a consolidação do Estado que temos e o Estado que queremos. Como o fato de também dados recentes apontarem que mais de 170 mil famílias foram desalojadas de seus lares, por conta da realização de obras da Copa, e estão expostas à vulnerabilidade e sem nenhuma perspectiva de solução.
Após o momento de avaliação, os agentes deliberaram sobre a temática e programação para o Seminário do Fórum a ser realizado em agosto. E a deliberação foi para a continuidade do tema “Estado para que e para quem?”, ampliando o debate sobre a Reforma Política, através da iniciativa da CNBB e Coalizão Política sobre o abaixo-assinado para a Reforma e também sobre a realização do Plebiscito Popular.

Mais detalhes sobre o Seminário, bem como assessores a serem convidados para exposição dos temas serão tratados na próxima reunião do Fórum, que acontece no dia 18 de junho, na CNBB em São Paulo.     

Oficina - Marco Regulatório das Relações entre Estado e Sociedade Civil


MP-SP e a População em situação de Rua na Copa 2014

No dia 28/05, das 11 às 13 horas, no Auditório Queiróz Filho, com a participação de entidades e associações que representam a População em Situação de Rua, especialistas, Promotores de Justiça e sociedade civil .
 Gostaria de pedir, também, que traga mais pessoas interessadas em debater esse tema. Endereço: Auditório Queiróz Filho, térreo - Sede do MP-SP Rua Riachuelo, 115, centro, SP (entrada pela portaria da Rua Brigadeiro Luiz Antônio, 35)


PROGRAMAÇÃO:

 
 11h às 11h40 – Abertura

Pronunciamentos:
· Procurador-Geral de Justiça, Doutor Márcio Fernando Elias Rosa;
· Coordenador de Núcleo de Políticas Públicas e Membro da Comissão de Direitos 
   Fundamentais do Conselho Nacional do Ministério Público, Promotor de Justiça Eduardo Valério;
· Promotora de Justiça de Direitos Humanos, Área de Inclusão Social, Paula Figueiredo Silva.

 11h40 às 12h10 - Palestra
Hugo Ciavatta, Mestre em Antropologia Social pela UNICAMP – Bacharel em Antropologia e Sociologia, com licenciatura em Ciências Sociais na mesma universidade.

 12h10 às 12h40 – Avaliação dos Espaços de Convivência para Adultos em Situação de Rua – TENDA” e “Síntese das visitas aos centros de acolhida para pessoas em Situação de Rua”
Paula Pinheiro Varela Guimarães e Guilherme Fenerich - Técnicos do Núcleo de Atendimento Psicossocial (NAT), do MP.

 12h40 às 12h45 – Lançamento da campanha “Semana do Ministério Público em Defesa das Pessoas em Situação de Rua” do Conselho Nacional do Ministério Público
 
 12h45 às 13h30
Debates com o público
 
13h30 – Encerramento

domingo, 18 de maio de 2014

Ciclo de seminários sobre Água


sexta-feira, 16 de maio de 2014

Idosos, saúde e política

A Igreja Católica promove todos os anos a Campanha da Fraternidade, um importante trabalho que sempre busca chamar a atenção de todos para as necessidades concretas do povo brasileiro. Diversas dessas campanhas nos convidam a participar da busca por políticas públicas que atendam adequadamente a essas necessidades. Alguns exemplos são:
1981 Saúde e Fraternidade Saúde para todos
1982 Educação e Fraternidade A verdade vos libertará
1983 Fraternidade e Violência Fraternidade sim, violência não
1991 A Fraternidade e o Mundo do Trabalho Solidários na dignidade do Trabalho
1996 Fraternidade e Política Justiça e Paz se abraçarão
1998 Fraternidade e Educação A Serviço da Vida e da Esperança
1999 Fraternidade e os desempregados Sem trabalho...Por quê?
2000 Dignidade Humana e Paz (ecumênica) Novo Milênio sem Exclusões
2003 Fraternidade e Pessoas Idosas Vida, Dignidade e Esperança
2009 Fraternidade e Segurança Pública A Paz é fruto da Justiça
2010 Economia e Vida (ecumênica) Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro
2012 Fraternidade e saúde pública Que a saúde se difunda sobre a terra!
     

 Podemos ver no artigo seguinte mais uma prova de que é fundamental levar a serio a qualidade das políticas públicas, tanto no presente quanto no futuro.
 

Para Alexandre Kalache, países desenvolvidos enriqueceram para depois envelhecer; Brasil, que terá 65 milhões de idosos em 2050, deve priorizar investimentos em saúde e previdência
Para Alexandre Kalanche, os idosos de hoje devem viver a gerontolescência
Alexandre Kalache adora falar de velhos. Ele é o presidente do Centro Internacional de Longevidade e um dos mais respeitados especialistas no assunto. Os números espantam. Em pouco tempo a população brasileira vai envelhecer rapidamente e, diferente do que aconteceu no Japão e em países da Europa, a mudança ocorrerá na pobreza. E, ainda por cima, em uma sociedade muito voltada para os valores ligados à juventude.
O médico considera que é preciso pensar sobre o que as pessoas de 40 anos hoje querem fazer com os anos que lhes foram dados de presente. Se vão viver 80 ou 90 anos, que seja com saúde. Mas isso não tem sido prioridade no Brasil. Achou que o cenário é de caos à vista? A boa notícia é que você vai viver bastante.
iG: Quais serão as transformações no País com esta mudança populacional?Alexandre Kalache: O Brasil é entre os países com mais de 10 milhões de habitantes o que vai mais rapidamente envelhecer. E eu sempre afirmo isso, os países desenvolvidos primeiro enriqueceram para depois envelhecer, nós estamos envelhecendo muito mais rápido que eles e com pobreza. Daqui há 35 anos, o Brasil vai ter 65 milhões de idosos. É muita gente! Com exceção do México, é uma população maior que a de qualquer país latino americano. É um país tão grande quanto a Alemanha. É um contingente imenso que precisa de investimentos.
 iG: Como devem ser feitos estes investimentos?
Kalache: Não só de política para os idosos, mas também de política para que os adultos de hoje possam chegar bem na velhice. Basta você ter 30 anos hoje para que daqui a 35 você tenha 65. A gente não está falando de um grupo que saiu do vácuo. Estamos falando dos adultos de hoje. São duas linhas que não competem, mas que se somam. A forma como as pessoas vão envelhecer vai depender de oportunidades para ter quatro capitais fundamentais: saúde (acesso e prevenção), finanças (previdência privada e público), social (caprichar para ter amigo), e educação. Isso depende de políticas. Não se faz do nada. Infelizmente, o governo federal está desleixado. Faz lei, mas não tem orçamento. 
iG: Como essas políticas poderiam ser complementares?
Kalache: A lógica é que, se houver boa política de saúde e previdência, o idoso sai mais barato pra País. Um idoso que recebe uma pensão não contributiva [sem ter contribuído para o INSS] e que vai comprar comida e remédio para a família, está sendo um agente de desenvolvimento. Das grandes políticas do Brasil de redistribuição de renda, a de pensão não contributiva a que mais favorece para a construção de uma classe C. É apontada como a mais eficaz. Em relação à saúde, vemos isto nas medidas de prevenção. O que é caro? Caras são as complicações em decorrência de doenças como hipertensão, por exemplo. Não é melhor investir em prevenção?
iG: O Brasil está envelhecendo rapidamente. A seu ver, o que está sendo feito em termos de políticas públicas sobre o envelhecimento da população?
Kalache: Já foi muito pior do que é hoje. Está bom hoje? Não. De qualquer forma, houve um avanço. Nestes últimos 20, 25 anos, mudou muito a perspectiva. A criação do Estatuto do Idoso, em 2003, fez com que o idoso passasse a ser um cidadão com direito, não mais um alvo de ações filantrópicas ou de caridade. Então, quando uma velhinha entra numa fila de prioridades, ou que tem direito de não pagar o ônibus, não é caridade, é direito. Outro grande avanço, como eu já disse, são as pensões não contributivas. Aquela velhinha do interior que trabalhou na roça a vida inteira nunca contribuiu para o INSS não porque não quisesse, mas porque não tinha emprego formal. Ao receber sua aposentadoria, ela vai ser respeitada na família em vez de ser visto como um fardo. Ela pode decidir onde vai gastar o dinheiro. Vai comprar comida para o neto, remédio para o filho doente.
iG : Mas ainda é preciso melhorar muito...
Kalache: Ah, sim. Está muito ruim. Se você comparar o Programa Nacional do Idoso com os programas que cuidam de política para mulheres e crianças, por exemplo, vai ver que a estrutura do primeiro é muito menor, com equipe e recursos muito menores. E o pior: mesmo com um orçamento pequeno de R$ 12 milhões no biênio, que não é nada, somente 20% do montante foi gasto. Então é muito ruim. A gente ainda precisa fazer muito esforço para dizer que as políticas estão respondendo a este envelhecimento rápido e sem precedentes.
iG: Há 40 anos, uma pessoa de 40 anos era considerada velha. Hoje, uma de 60 não é. O que explica esta mudança?
Kalache: A gente vive numa sociedade muito voltada para aos valores da juventude, para a aparência. O que é bonito é o jovem, a força, a potência, o poder. Nos fixamos muito à beleza externa, física, sem perceber e valorizar uma beleza que você só acumula quando tem experiência, na sabedoria. Você não consegue ser um sábio aos 32 anos. Se for para ser um dia, vai ser mais velho, lá pelos 70. 
iG: Quando você acha que este estigma de velho pode mudar? 
Kalache: Acho que já está havendo uma revolução de valores aqui. Temos esta geração de babyboomers muito grande que nasceu depois da Segunda Guerra e que teve mais acesso a saúde, educação e dinheiro no bolso. Foi a primeira geração a ter a adolescência, um conceito novo - antes ou a pessoa saía abruptamente da infância com 14 anos para trabalhar ou morreria de fome. Em todas as fases da vida, os baby boomers contestaram. Isto tudo está no nosso DNA. Os velhos de hoje vivem a gerontolescência.

iG: O que é isso?
Kalache: Os adultos estão passando a velhice como uma transição gradual. Só que, diferente da adolescência, a velhice vai durar 20, 25 anos. Você vai com 50 e poucos anos até os 80 fazendo barulho, com muito mais percepção dos seus direitos e coerente com o que sempre pensou. Se sempre foi um ativista, sempre lutou pelos direitos humanos, vai cada vez mais lutar para dizer: 'é possível ser um velho bonito, com recursos para a sociedade'. Vai ser uma batalha do ativismo de exigir os direitos. Existe um estatuto, mas a gente vai lutar para que ele seja posto em prática, que empodere a pessoa para que ela seja um cidadão pleno, atuante, ativo da sua sociedade.
iG: Houve um aumento grande na expectativa de vida. Hoje, uma pessoa com 40 está ainda na metade da vida. Antes, ela estava se preparando para o fim da vida. As referências são outras. Que conselho você daria para essas pessoas?
Kalache:
 Meu conselho é que elas parem e pensem se querem que a o outra metade da sua vida seja da mesma forma que estão vivendo hoje. Será que não é preciso se reinventar? Fazer um ano sabático, um mestrado, mudar de carreira. Antigamente, se você fizesse uma escolha aos 18, ela te seguiria até os 50, 55 anos. Hoje, não. Então é preciso pensar muito na qualidade da sua vida para que estas décadas que foram dadas de presente sejam usufruídas com qualidade. Não é uma crise dos 40, é uma oportunidade de repensar. Quer ver só um exemplo?
iG: Quero.
Kalache: É o caso do Jorginho Guinle. Ele era um playboy de uma das famílias mais ricas do Brasil. Quando chegou ao final da vida [morreu aos 88], ele disse: 'se eu soubesse que ia durar tanto, teria feito coisas diferentes'. Jorginho morreu pobre, queimou o dinheiro todo da família. Aproveitou bem até os 50, mas terminou doente e morando em apartamento emprestado. Isso porque não previu que viveria tanto. Por isso, meu conselho para as pessoas de 40 anos é que prevejam que vão viver muito, que vão chegar aos 80 ou 90 anos. A forma que elas vão viver vai depender das escolha que fizerem hoje. 
Leia tudo sobre: especial longevidade • alexandre kalache
Fonte: http://saude.ig.com.br/minhasaude/2014-05-03/brasil-vai-envelhecer-rapido-e-na-pobreza.html
 
Em diversas passagens da Bíblia, Jesus Cristo e os profetas alertavam quando o povo se desviava da busca do bem comum, agindo contra a vontade de Deus. Com frequência, as pessoas não davam atenção a esse alerta,  e as consequências eram terríveis. Hoje, não é muito diferente, A igreja, além de muitas pessoas comprometidas com o bem comum, nos alertam para os erros que nos desviam da busca por um mundo mais humano. Não podemos nos omitir da nossa responsabilidade de exigirmos de nossos representantes no governo políticas públicas adequadas às necessidades do povo brasileiro. Todos nós precisamos ser conscientes e assumir um compromisso concreto com o bem de todos os nossos irmãos.
 
Filipe Thomaz*
Membro da Pastoral Fé e Política

quarta-feira, 7 de maio de 2014

CNBB divulga folder com orientações sobre a Copa do Mundo

O arcebispo de Maringá (PR) e bispo responsável pela Pastoral do Turismo, dom Anuar Battisti, apresentou à imprensa o folder “Copa do Mundo Dignidade e Paz”, preparada pela Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
O folder surgiu após encontros entre representantes das 12 cidades-sede do mundial e busca mostrar formas de acolher o turista e orientar as comunidades locais sobre os riscos de um evento como a Copa do Mundo. “Aborda desde a exploração escrava do trabalho, exploração sexual, o tráfico de pessoas, tráfico de entorpecentes, enfim, aponta os lados positivo e negativo da Copa”, enumerou dom Anuar.
Na publicação, a Igreja expressa preocupação com a exclusão de milhões de cidadãos ao direito à informação e à participação nos processos decisórios sobre as obras que foram realizadas para o evento e com o desrespeito à legislação e ao direito ambiental, trabalhista e do consumidor, por exemplo.
O folder ainda traz exigências de que aconteçam ações eficazes para evitar o trabalho escravo, o tráfico humano e a exploração sexual, com “punição exemplar e ágil para com os infratores”.
Algumas ações sugeridas no folder também foram lembradas por dom Anuar Battisti, como a identificação das principais igrejas e santuários das cidades, a celebração de missas em vários idiomas, buscando, segundo o bispo, mostrar ao turista a presença da Igreja Católica no Brasil.
Considerado como documento motivador, o folder tem em seu texto trechos da mensagem da CNBB, “Jogando pela Vida”, sobre a Copa do Mundo, publicada em 13 de março deste ano. Dom Anuar, destacou a parte que fala do êxito que poderá ser alcançado com o evento.
“O sucesso da Copa do Mundo não se medirá pelos valores que injetará na economia local ou pelos lucros que proporcionará aos seus patrocinadores. Seu êxito estará na garantia de segurança para todos sem o uso da violência, no respeito ao direito às pacíficas manifestações de rua, na criação de mecanismos que impeçam o trabalho escravo, o tráfico humano e a exploração sexual, sobretudo, de pessoas socialmente vulneráveis e combatam eficazmente o racismo e a violência”, recordou.

Faça o dowload do folder aqui.


sexta-feira, 2 de maio de 2014

A força do capital no Dia do Trabalhador


ESCRITO POR WALDEMAR ROSSI
QUARTA, 30 DE ABRIL DE 2014
http://www.correiocidadania.com.br/

Em São Paulo, a única atividade que procura marcar a data do 1º de Maio como memória de seus mártires e de compromissos com sua classe é a que está programada para a Praça da Sé. Felizmente, em muitas outras cidades importantes, trabalhadores comprometidos com sua classe também resistem aos ataques da burguesia, promovendo atividades que visem recordar nossa história e despertar o sendo crítico dos trabalhadores.  
 

Um olhar aguçado na história vai revelar que o conflito entre capital e trabalho é permanente. É bem verdade que esse conflito ganhou corpo e expressão próprios com o surgimento da produção industrial – eixo motor do capitalismo – como o explicita Marx e outros grandes intelectuais de sua época. Porém, independentemente dos tempos e das formas de produção, a luta entre o explorador e o explorado está presente. Faz, portanto, parte da história dos povos.

Nos últimos 250 anos, tempos da produção industrial, a exploração sobre o trabalho humano ganhou contornos que geraram tempos de verdadeira barbárie, seja no início da chamada 1ª Revolução Industrial, seja em tempos atuais. Se no século 19 (anos 1800) o empresariado impunha jornadas de até 18 horas diárias, gerando esgotamento físico, doenças, acidentes fatais e mutilados em grande escala, além de muita revolta, nos dias atuais, em vários países, a situação não é diferente.

Com o planejado e preservado excesso de “mão de obra” por toda parte, grandes e pequenas empresas exigem dias de trabalho sem descanso, horas-extras frequentes e mesmo trabalho escravo, presente em obras gigantescas, em fazendas, latifúndios e comércio. São inúmeros os casos de denúncias sobre a prática da escravidão na produção de mercadorias importadas da China ou Coreia, por exemplo. No Brasil, até famosas redes de comércio já foram denunciadas por se beneficiarem de produtos oriundos do trabalho escravo.

Sempre foi assim?

Em escala mundial, diante dos desmandos dos exploradores, pode-se afirmar que aconteceram muitas lutas com vitórias e derrotas para os trabalhadores. O fato de maior impacto nesses momentos de enfrentamento foi o 1º de maio de 1886, nos Estados Unidos, com destaque para as greves de Chicago, a morte de trabalhadores pela polícia local e o enforcamento em praça pública de quatro líderes do movimento. Os trabalhadores foram considerados culpados pela violência desencadeada pela polícia, num julgamento de cartas marcadas que foi anulado pelo próprio Estado alguns anos depois. Novo júri e a absolvição plena dos trabalhadores. Daí para frente, as lutas cresceram e a jornada de oito horas foi sendo progressivamente conquistada de país em país. No Brasil, o início das luta em defesa das oito horas diárias se deu praticamente no início do século XX e foi conquistada no governo de Getúlio Vargas.

Por conta dos acontecimentos de Chicago, que gerou nossos mártires, a Classe Operária mundial e os trabalhadores em geral celebram o 1º de Maio como o Dia dos Trabalhadores, em memória de seus mártires e em busca da reafirmação de sua disposição de agir coletivamente em defesa dos direitos de todos os trabalhadores.

Mas o capital “não dorme de botina”, planeja sempre novos ataques aos direitos conquistados pelos que produzem suas riquezas. Entre esses ataques, há que se destacar a cooptação de lideranças da classe trabalhadora, estimulando-as a ludibriar seus comandados e a servir aos interesses dos exploradores. Em troca, recebem favores em larga escala. E isso, infelizmente, acontece em todos os países. No Brasil não é diferente. Hoje, depois de gloriosos anos de lutas e conquistas, o movimento sindical foi quase todo cooptado pelo capital. Com exceção de duas ou três pequenas centrais sindicais que resistem bravamente, as demais estão todas comprometidas com a exploração capitalista, aprovando modificação da legislação em detrimento dos trabalhadores e organizando atividades inócuas para amortecer a consciência histórica da classe.

O melhor exemplo são as atividades do 1º de Maio organizado pela Força (ou farsa) Sindical (aquela constituída com muito dinheiro de empresários, apoio de Collor de Mello e liderança de um comunista arrependido), que organiza shows pagos pelas empresas aliadas e sorteios – neste ano – de 19 carros Hyundai fornecidos pelo empresariado. Faz-nos lembrar de épocas em que se organizavam, pelo 1º de Maio, torneios de futebol entre times mantidos pelas empresas, cujo objetivo claro e evidente era matar a memória histórica da classe. Mantidos na ignorância de sua própria história, os trabalhadores se tornam presas fáceis à exploração capitalista, como vem acontecendo.

Infelizmente, não é apenas a Força que age dessa forma. Outras centrais, em escala bem menor, também promovem atividades/shows para concorrer, embora com resultados numéricos bem mais modestos.

Não bastasse tanta sacanagem contra o povo trabalhador, ainda temos outros circos patrocinados pelo próprio governo, como a Copa do Mundo que só interessa à FIFA e aos seus parceiros empresários, confiscando dinheiro do povo. Na ilusão da “felicidade” com possíveis vitórias da sua seleção, o povo irá saborear cada drible de Neymar, cada gol do Fred e ficará por algum tempo mais distante das decisões políticas que são tomadas pelos governantes e representantes do grande capital, em prejuízo total da nação.

Como desgraça não vem isolada, ainda teremos, neste ano, que lidar com outro grande circo: as eleições para presidente, governadores, congressistas e deputados estaduais. E o povo terá que provar desse veneno que vende ilusões de vida menos sofrida. Os blá, blá, blás já estão inundando nossos lares desprotegidos das invasões midiáticas, tentando, cada partido e candidato, vender seu peixe podre de soluções sempre prometidas e nunca cumpridas.

Quanto à data dos trabalhadores, em São Paulo, a única atividade que procura marcar a data do 1º de Maio como memória de seus mártires e de compromissos com sua classe é a que está programada para a Praça da Sé. Felizmente, em muitas outras cidades importantes, trabalhadores comprometidos com sua classe também resistem aos ataques da burguesia, promovendo atividades que visem recordar nossa história e despertar o sendo crítico dos trabalhadores. Pois, “a peteca não pode cair”.  As demais, infelizmente, são o “ópio do povo”.

Waldemar Rossi é metalúrgico aposentado, coordenador da Pastoral Operária da Arquidiocese de São Paulo e assessor na REC/SP – Rede de Escolas de Cidadania de São Paulo.