quarta-feira, 30 de junho de 2010

Eleições - COMO SE FAZ ANÁLISE DE CONJUNTURA - Parte 2


ALGUMAS CATEGORIAS PARA A ANÁLISE DE CONJUNTURA
Para se fazer “análise de conjuntura” são necessárias algumas ferramentas próprias para isso. Cada uma destas categorias merece um tratamento à parte, mas no conjunto elas poderiam se estudadas como elementos da “representação da vida” ou uma peça de teatro.

São as categorias com que se trabalha, a saber:
• ACONTECIMENTOS
• CENÁRIOS
• ATORES
• RELAÇÃO DE FORÇAS
• ARTICULAÇÃO
(relação) entre “estrutura” e “conjuntura”.

Analisemos um pouco mais o sentido de cada uma.

ACONTECIMENTOS
Devemos distinguir fato de acontecimento. Na vida real ocorrem milhares de fatos todos os dias em todas as partes do mundo, mas somente alguns desses fatos são considerados como acontecimentos: aqueles que adquirem um sentido especial para um país, uma classe social, um grupo social ou uma pessoa. Alguém pode cair de um cavalo e isso se constituir somente num fato banal, mas se esta é a queda de um presidente, provavelmente será um acontecimento. A morte da mãe de um cantor famoso é um acontecimento nacional, enquanto que uma tragédia na periferia causando a morte de todos os membros de uma família é um simples fato. O nascimento da filha de uma cantora famosa é um acontecimento e o nascimento do filho de uma doméstica é fato. O beijo pode ser um fato comum e banal mas o beijo de Judas em Cristo foi um acontecimento. Existem ocorrências que se constituem em “acontecimentos” tais como greves, eleições, golpes militares, catástrofes, descobertas científicas de grande alcance, tragédias. Estas ocorrências por sua dimensão e seus efeitos afetam o destino e a vida de milhões de pessoas, da sociedade em seu conjunto. Na “análise de conjuntura”, o importante é analisar os acontecimentos, sabendo distinguir primeiro os fatos de acontecimentos e depois distinguir os acontecimentos segundo sua importância. Essa importância e peso são sempre relativos e dependem da ótica de quem analisa a conjuntura, porque uma conjuntura pode ser boa para alguém e péssima para outros: um ladrão que chega numa praça policiada vai verificar que a conjuntura está ruim para ele naquele dia, enquanto que a mãe que chega no mesmo lugar para levar seu filho passear vai pensar o contrário. A importância da “análise” a partir dos acontecimentos é que eles indicam sempre certos sentidos e revelam também a percepção que uma sociedade ou grupo social, ou classe tem da realidade e de si mesmos. Identificar os principais acontecimentos num determinado momento, ou período de tempo, é um passo fundamental para se caracterizar e analisar uma conjuntura.

CENÁRIOS
As ações da trama social e política se desenvolvem em determinados espaços que podem ser considerados como cenários. Ouvimos sempre falar nos cenários da guerra, cenários da luta. O cenário de um conflito pode se deslocar de acordo com o desenvolvimento da luta: passar das ruas e praças para o parlamento, daí para os gabinetes ministeriais e daí para os bastidores... Cada cenário apresenta particularidades que influenciam o desenvolvimento da luta e muitas vezes o simples fato de mudar de cenário já é uma indicação importante de uma mudança no processo. A capacidade de definir os cenários aonde as lutas vão se dar é um fator de vantagem importante. Quando o governo consegue deslocar a luta das praças para os gabinetes já está de alguma forma deslocando as forças em conflito para um campo onde seu poder é maior. Quando Brasília foi construída a idéia central do governo, segundo a análise de grande parte dos cientistas políticos e lideres sindicais, era de distanciar-se, o máximo possível, dos conflitos sociais. Com essa atitude o cenário central das grandes decisões políticas do país ficaria longe das grandes metrópoles e por sua vez, das áreas de conflitos. Daí a importância de identificar os cenários onde as lutas se desenvolvem e as particularidades dos diferentes cenários. Numa ditadura militar os cenários do poder e da luta contra esse poder serão necessariamente diferentes dos cenários de uma sociedade democrática. Talvez o quartel; noutra o parlamento, as ruas e as praças.

ATORES
O ator é alguém que representa, que encarna um papel dentro de um enredo, de uma trama de relações. Um determinado indivíduo é um ator social quando ele representa algo para a sociedade (para o grupo, a classe, o país), encarna uma idéia, uma reivindicação, um projeto, uma promessa, uma denúncia. Uma classe social, uma categoria social e um grupo podem ser atores sociais, mas a idéia de “ator” não se limita somente a pessoas ou grupos sociais. Instituições também podem ser atores sociais: um sindicato, partidos políticos, jornais, rádios, emissoras de televisão, igrejas.

RELAÇÃO DE FORÇAS
As classes socais, os grupos, os diferentes atores socais estão em relação uns com os outros. Essas relações podem ser de confronto, de coexistência, de cooperação e estarão sempre revelando uma relação de força, de domínio, igualdade ou de subordinação. Encontrar formas de verificar a relação de forças e ter uma idéia mais clara dessa relação é decisivo, se se quer tirar conseguências práticas da análise da conjuntura. Algumas vezes, essa relação de forças se revela através de indicadores até quantitativos, como é o caso de uma eleição: o número de votos indicará a relação de forças entre partidos, grupos e classes sociais. Outras vezes devemos buscar formas de verificação menos “visíveis”: qual é a força de um movimento social ou político emergente? Como medir o novo, aquilo que não tem registros quantitativos? Outra idéia importante é a de que a relação de forças não é um dado imutável, colocado de uma vez por todas. A relação de forças sofre mudanças permanentemente e é por isso que a política é tão cheia de surpresas: um candidato, um empresário, um partido político podem achar que mantém uma relação de superioridade e quando são chamados a demonstrar sua “força” percebem que a relação mudou e que a derrota ou vitória devem ser explicadas depois...

ARTICULAÇÃO
A questão aqui trata dos acontecimentos, a ação desenvolvida pelos atores socais, gerando uma situação, definindo uma conjuntura que não se dão no vazio: eles tem relação com a história e políticas estabelecidas ao longo de um processo mais longo. Uma greve geral uqe marca uma conjuntura é um acontecimento novo que pode provocar mudanças mais profundas, mas ela não cai do céu. É o resultado de um processo mais longo e está situada numa determinada estrutura industrial que define suas características básicas, seu alcance e limites. Um quadro de seca no Nordeste pode marcar uma conjuntura social grave, mas ela deve ser relacionada à estrutura fundiária que, de alguma maneira, interfere na forma como a seca atinge as populações, a quem atinge e como. A isso chamamos relacionar a conjuntura (os dados, os acontecimentos, os atores) à estrutura. Alem de considerar essas categorias, existem outras indicações que devem ser levadas em conta para se fazer uma “análise de conjuntura”. É fundamental perceber o conjunto de forças e problemas que estão por detrás dos acontecimentos. Tão importante quanto apreender o sentido de um acontecimento é perceber quais as forças, os movimentos, as contradições, as condições que o geraram. Se o acontecimento aparece diretamente à nossa percepção este pano de fundo que o produz nem sempre está claro. Um esforço e um cuidado maiores devem então ser feitos para situar os acontecimentos e extrair deles os seus possíveis sentidos. Procurar ver também os sinais de saída para o “novo”, o “não-acontecido”, o “inédito”. Tão importante quanto entender o que já está acontecendo é estar atento aos sinais dos fenômenos novos que começam a se manifestar. Buscar ver o fio condutor dos acontecimentos. Não se pode afirmar, a priori, que todos os acontecimentos “acontecem” dentro de uma lógica determinada, seguindo um enredo predeterminado. Na realidade, os processos são cheios de sentidos e dinâmicas que escapam ou não estão subordinados a determinações lógicas. Isto, no entanto, não nos impede de procurar, de pesquisar o encadeamento, a lógica, as articulações, os sentidos comuns dos acontecimentos. Quando somos capazes de perceber a lógica interna de uma determinada política econômica ficará mais fácil entender o sentido dos decretos, das ações e até mesmo das visitas dos ministros do Planejamento. Existem duas leituras possíveis dos acontecimentos ou dois modos de ler a conjuntura: 1) a partir da situação ou do ponto de vista do poder dominante (a lógica do poder; 2) a partir da situação ou do ponto de vista dos movimentos populares, das classes subordinadas, da oposição ao poder dominante. De modo geral as análises de conjuntura são conservadoras: sua finalidade é reordenar os elementos da realidade, da situação dominante, para manter o funcionamento do sistema, do regime. Uma análise feita tendo como pressuposto uma correção de rota, mas não de direção fundamental. Esse tipo de análise parte do ponto de vista do poder dominante e, de certa forma, determinará não somente a seleção dos acontecimentos e atores a serem analisados, como atribuirá a estes acontecimentos um sentido afinado com os interesses das classes dominantes. Todo acontecimento é uma realidade, com um sentido atribuído, não é um puro fato, mas um fato lido e visto por interesses específicos. Partir do ponto de vista dos movimentos populares não é, obviamente inventar situações, acontecimentos e correlações de forças que beneficiem o campo popular ao nível da fantasia e da imaginação dos analistas interessados. É partir dos acontecimentos, social e historicamente, determinados, existentes, concretos, mas percebê-los, analisá-los sob a ótica dos interesses das classes subordinadas, dado que toda análise de conjuntura só adquire sentido quando é usada como um elemento de transformação da realidade. A análise de conjuntura deve levar em conta as articulações e dimensões locais, regionais, nacionais e internacionais dos fenômenos, dos acontecimentos, dos atores e das forças sociais. A importância dos elementos na análise de conjuntura depende de cada situação, de relação ou posição num contexto mais amplo e mais permanente. A análise de conjuntura de modo geral é uma análise interessada em produzir um tipo de intervenção na política; é um elemento fundamental na organização da política, na definição das estratégias e táticas das diversas forças sociais em luta. Uma questão chave na análise de conjuntura é a percepção da complexidade e da dificuldade em determinar relações de tipo unilinear, simples. Existe um elemento constante de imprevisibilidade em relação à ação política: sua existência, seus efeitos e suas causas. A ação política é em si mesmo um elemento da realidade política: e a base da possibilidade de transformações, de mudança e do surgimento do novo. Falar de uma lógica da ação é falar também de sua imprevisibilidade. A categorias “estratégia” e “tática” são também instrumentos úteis para a análise da ação dos diferentes atores sociais. É possível buscar identificar as linhas gerais de ação, as estratégias empregadas por estes atores sociais para conseguir realizar seus objetivos. Poderíamos definir estratégia como a articulação, a definição de um conjunto de meios, de forças, de elementos tendo em vista realizar objetivos gerais ou “projetos” mais globais que respondem a interesses e objetivos sociais, econômicos e políticos de determinadas forças ou classes sociais. Se na estratégia observamos os objetivos e linhas de ação mais gerais, na tática observamos os meio e formas particulares e concretas de ação, tendo em vista a realização de estratégias determinadas. Nem sempre, porém, um acontecimento ou um conjunto de ações aparentemente articuladas entre si constituem uma tática ou uma parte de uma estratégia. Na sociedade, no processo social, o que acontece não tem que ver necessariamente com uma lógica ou um plano estabelecido. Só as teorias conspirativas ou “estruturalistas” da história acreditam nisso. Por isso as análises de conjuntura deveriam estar sempre abertas à descoberta de várias possibilidades e alternativas.


Texto preparado por Renê Roldan a partir das publicações de Herbert de Souza, o saudoso Betinho em 1984.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Reforma do Código Florestal (Projeto de Lei 1876/99 e outros)

Caros amigos,

A comissão parlamentar especial irá dar o seu voto - a favor das florestas ou ao agronegócio.

Com a crescente demanda popular pela proteção de nossas florestas, a bancada ruralista está pressionando os líderes partidários e aumentando os seus esforços para acabar com o nosso Código Florestal.

A petição pela defesa do código e proteção ambiental já tem mais de 110.000 assinaturas, mas ela será entregue aos líderes dos partidos esta quarta-feira e precisamos de ainda mais assinaturas!. Está na hora de falarmos mais alto do que os interesses dos grandes agronegócios e mostrar ao congresso que, em ano de eleição, eles devem ouvir o povo brasileiro. Assine abaixo e encaminhe para todos que você conhece. Vamos conseguir 200.000 assinaturas em 48 horas para proteger as florestas!

http://www.avaaz.org/po/salve_codigo_florestal/97.php?cl_tta_sign=7ee2d88e8e72068f96d99bdc446b940f

Enquanto o mundo todo está discutindo como preservar nossas florestas para futuras gerações, um grupo de deputados está fazendo exatamente o contrário: estão tentando entregar as nossas florestas para os responsáveis pela devastação e desmatamento do Centro-Oeste e da Amazônia.

As propostas absurdas incluem:

* Reduzir ou até mesmo elimintar a Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente como margens de rios e lagoas, encostas e topos de morro, para certas propriedades
* Anistia total aos crimes ambientais, sem tornar o reflorestamento da área uma obrigação
* Transferir a legislação ambiental para o nível estatal, removendo o controle federal

Essa não é uma escolha entre ambientalismo e desenvolvimento, um estudo recente mostra que o Brasil ainda tem 100 milhões de hectares de terra disponíveis para a agricultura, sem ter que desmatar um único hectare da Amazônia. A proteção das floretas e comunidades rurais depende do Código Florestal, assim como a prevenção das mudanças climáticas e a luta contra a desigualdade do campo. Só temos 48 horas até a entrega da petição, assine agora no link abaixo!

http://www.avaaz.org/po/salve_codigo_florestal/97.php?cl_tta_sign=7ee2d88e8e72068f96d99bdc446b940f

Juntos nós podemos mostrar ao mundo que o Brasil não está preso em modelos desenvolvimentistas do século passado, em que a destruição ambiental era necessária para o crescimento. Nós podemos provar que estamos a frente de nosso tempo, e podemos crescer de forma sustentável.

Vamos atingir 200.000 assinaturas para mostrarmos ao congresso que depois da Ficha Limpa, a sociedade brasileira está mais uma vez unida para defender o nosso Código Florestal!

Com esperança,

Graziela, Alice, Luis, Ricken, Iain, Paul, Pascal e toda a equipe Avaaz

A Avaaz é uma rede de campanhas globais de 4,9 milhões de pessoas que se mobiliza para garantir que os valores e visões da sociedade civil global influenciem questões políticas internacionais. ("Avaaz" significa "voz" e "canção" em várias línguas). Membros da Avaaz vivem em todos os países do planeta e a nossa equipe está espalhada em 13 países de 4 continentes, operando em 14 línguas.


Leia a integra do parecer:
http://www.camara.gov.br/sileg/integras/777725.pdf

segunda-feira, 28 de junho de 2010

ECONOMIA E VIDA - A MISSÃO

Há em muitas tradições religiosas, seja do Ocidente ou do Oriente, uma tendência de "espiritualizar" a noção de vida. Por exemplo, quando cristãos falam da salvação, uma grande parte pensa na salvação da alma. Isto é, estão preocupados com a vida eterna da alma. A vida que interessa realmente é a eterna de um "ser incorpóreo" (sem corpo). Com isso, a noção de vida vai se "espiritualizando" (no mal sentido), perdendo a sua dimensão corpóreo-material. Por isso, a missão das igrejas se concentra na evangelização ou na Pregação da Palavra entendidas como não tendo relação com aspectos materiais e econômicos da vida humana.

A ação ou preocupação social em favor das pessoas pobres ou em necessidade se torna um complemento secundário à missão. O mais importante seria a salvação da alma. Essa é uma das razões pela qual muitos grupos religiosos não se interessam pelo tema ou questões da economia nas suas discussões ou preocupações religiosas. Em grupos assim, o tema da CF deste ano não é importante para missão das Igrejas e será esquecido logo após a Campanha, se é que não será deixado de lado até mesmo no período da Campanha. Essa separação é reforçada também, mesmo que inconsciente ou não intencionalmente, por grupos que assumem, em nome da sua fé, lutas econômicas e sociais, mas não conseguem elaborar um discurso religioso-espiritual capaz de articular de modo coerente a relação economia e fé. Esses grupos tendem a justificar as suas lutas e preocupações em nome da ética (bem-comum) ou da doutrina social da Igreja, mas não em relação à evangelização, salvação ou missão da Igreja.

Infelizmente, muitos cristãos atuantes no campo econômico-social-político têm dificuldade em falar sobre evangelização, salvação ou missão, como se isso não fizesse parte do "cristianismo de libertação" ou como se "libertação" não tivesse muito a ver com salvação. (Provavelmente uma boa parte da responsabilidade disso cabe a teólogos, assessores e formadores). A vida humana depende do trabalho e da "natureza", depende também de como funciona a economia. E salvar a vida contra as forças da morte e contra as mentiras (8º. mandamento, na versão da Igreja Católica e 9º na versão das Igrejas protestante) e idolatrias que justificam essas mortes em nome de falsos deuses das (2º/3o. mandamento) é a missão do cristianismo e das igrejas. Se perdermos de vista a dimensão material-econômica da vida, perdemos de vista o ser humano real e concreto e, assim, perdemos o núcleo da missão cristã e o que faz valer a pena sermos cristãos hoje, apesar de tudo.


Jung Mo Sung http://www.adital.com.br
Texto selecionado por Renê Roldan, membro da Pastoral Fé e Política

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Economia Solidária


O Plenário da Câmara Municipal de Fortaleza (CE), aprovou nessa última terça-feira (22), em discussão única, o projeto de lei que cria o Dia Municipal da Economia Solidária. A data estabelecida é o dia 15 de dezembro, mesma data da comemoração nacional.

Dados divulgados pela Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes) indicam que existem, no Brasil, cerca de 22 mil empreendimentos solidários e há previsão de que ainda este ano o número chegue a 25 mil.
Fonte:www.adital.com.br

quinta-feira, 24 de junho de 2010

OFICINAS 1º CONGRESSO DE LEIGOS - REGIÃO BELÉM

AMPLIE AO CLICAR

NOVA ECONOMIA - RESGATANDO VALORES COM ÉTICA CRISTÃ


Campanha da Fraternidade Ecumênica 2010
5º Encontro – Sábado 26/06
Às 15:00 horas com a Santa Missa
“NOVA ECONOMIA - RESGATANDO VALORES COM ÉTICA CRISTÔ
José Thomaz Filho
Professor de Ética, atua com formação bíblica e cristã.
Poeta e autor de cantos litúrgicos, entre eles Imaculada, Maria de Deus.


Temos vivido momentos importantes em nossa comunidade. Temos estudado a Campanha da Fraternidade, temos tido alguns momentos de estudos refletindo alguns documentos de nossa igreja, estamos participando de um modo muito especial do 1º Congresso de Leigos e tudo isso vem nos mostrar que precisamos de uma constante formação cristã.

Somos convidados neste momento a refletir juntos qual o papel que exerce a economia nos princípios cristãos.

Como ser o “sal e luz” em um mundo que o “TER” vale mais do que o “SER”?

Convidamos o professor José Thomaz Filho, profundo conhecedor da Palavra de Deus, atuante em nossa igreja na cidade de Petrópolis, Rio de Janeiro, com sua sensibilidade de poeta e escritor, nos mostre e nos ilumine através de reflexões sobre os valores Éticos Cristãos, estimulando nossas inquietudes.

“Vós sois o sal da terra. Se o sal perde o sabor, com que lhe será restituído o sabor? Para nada mais serve senão para ser lançado fora e calcado pelos homens.” MT 5,13

"Vós sois o sal da terra. Vós sois a Luz do mundo"


Neste último sábado, dia 19/06/2010 tivemos em nossa Pároquia a reúnião de encerramento da primeira fase do 1o. Congresso de Leigos da Arquidiocese de São Paulo. O Congresso como é de conhecimento de todos, está dividido em três fases: Paroquial, Regional e Arquidiocesano. Concluímos a primeira fase e vamos agora seguir para a segunda.

A reunião teve inicio com a Santa Missa às 15hs, e na sequencia foi apresentado o documento gerado pela Comissão Paroquial onde consta um diagnóstico feito nos estudos com os grupos formados pela Comunidade nesses 07 (sete) encontros. O mesmo nos foi apresentado pelo Pe. Renato e por Marcia. O documento tem a finalidade de pontuar o que a Comunidade tem de positivo, mas, principalmente, onde devemos trabalhar para melhorar. Segundo o Padre Renato, alguns pontos negativos ficaram muito evidentes e atitudes concretas serão tomadas para que esse trabalho dê bons frutos. Comentamos abaixo alguns deles:

Formação dos Leigos- Ficou evidente a carência de estudos e formação na nossa Comunidade. Se comentou inclusive, que essas formações são oferecidas por diversos grupos, mas a Comunidade não prestigia. Precisamos trabalhar mais na motivação da Comunidade a participar destes momentos. Como ouvimos na homilia da missa desse encontro, não podemos amar o que não conhecemos. Amaremos mais a nossa Igreja/Comunidade à medida que vamos conhecendo-as.

Formação de Líderes - A Comunidade sente muito a falta de um trabalho formador de líderes. As pessoas são convidadas a liderarem os grupos sem que para isso seja feito um trabalho mais focado no objetivo desse grupo, suas finalidades. Ficou bem claro, que em muitos grupos, o lider não está preparado para trabalhar numa equipe de voluntários. Impõe sua idéias sem dar liberdade aos membros de manifestarem as suas. Se faz necessário que os lideres estejam preparados para não somente acolher as boas iniciativas, como também incentivá-las, valoriza-las e respeitá-las.

Comunicação - A fata de comunicação na Comunidade é um ponto crítico apresentado. A comunicação em todos os níveis e formas. Entre os membros, entre os movimentos e pastorais, etc. Precisamos de boas iniciativas que estimulem a disseminação da informação entre todos. Desenvolver meios para efetivar a mesma: Digital, no papel, nos avisos da missa, murais, panfletos, etc.

Acolhida - Se falou bastante sobre a falta de acolhimento que a Comunidade tem apresentado não somente com os novos participantes, como também entres os antigos. Temos muitos movimentos que trabalham para trazer para dentro da Igreja, novos membros. Mas, esse trabalho acaba perdendo o sentido uma vez que os membros estando entre nós, não fazemos o acolhimento necessário para que eles permaneçam. Quantos irmãos nossos se afastaram da Comunidade nesses últimos tempos por não encontrarem aqui, o apoio necessário para servir com aquilo que pode. São muitos que tem procurado as comunidades circunvizinhas por esses motivos. Os movimentos e pastorais da Comunidade trabalham isoladamente negando assim, o próprio sentido de ser Comunidade (Comum + unidade). Os eventos são preparados pelos grupos para os próprios grupos e não abrem para a participação de todos, como deveria ser.

O Padre Renato foi bastante incisivo ao comentar que ações concretas serão desenvolvidas e postas em prática, a partir desse semestre.

Damos especial destaque às oficinas que serão realizadas no próximo final de semana pela Região dando continuidade ao Congresso como 2a. fase:

- Missão do Leigo na vida e na animação da Comunidade - Paróquia São Mateus - Dia 26/06/2010
- Vida e Missão do Leigo junto a Juventude - Colégio Mary Ward - Dia 27/06/2010

quarta-feira, 23 de junho de 2010

A lucidez crítica


Os traços do homem novo e da mulher nova
Decodifica a realidade à luz da fé e por meio das mediações sociais, políticas e econômicas.
Estuda, avalia, é dialética.
Não se deixa enganar pelas aparências, nem pelas promessas, nem pelas esmolas.
Sabe ler a conjuntura local, continental e mundial e penetra na parte oculta das estruturas de dominação e alienação.
Caminha com os pés no chão da realidade, com o ouvido atento ao clamor dos pobres e aos sofismas dos ricos, com os olhos abertos aos processos da história e ao horizonte da utopia.
É lúcida e é luz.

A contemplação sobre a caminhada
Vive aberto ao mistério do Deus que é vida e amor em sua Trindade, que é a melhor comunidade; na história, que também é seu reino; e no universo, que é também sua casa.
"Tropeça com Deus nos pobres", professa-o na prática da justiça e da caridade e o celebra na oração pessoal, familiar e comunitária.
Caminha enamorado da esposa natureza; acompanha todos os caminhantes no diálogo intercultural e com a ternura da gratuidade; ama sua gente, sua terra e seu tempo com um coração ecumenicamente jovem.
Sonha, ri, canta, dança, vive.
Veste-se de símbolos e de ritos antigos e novos, conserva a memória subversiva e exerce a criatividade alternativa.
Cultiva a identidade étnico-cultural, a sensibilidade social e a historicidade política.
Tem como tela de televisão a mirada da consciência, a sabedoria da realidade e a revelação da Bíblia.

A liberdade dos pobres
Despojado de privilégios e de acumulação, e jogando sua sorte com a sorte dos pobres da terra, promove a civilização da pobreza humanizadora contra a civilização da riqueza desumana.
É pobre para ser livre e é livre para libertar.
Partilha da pobreza solidária e combate a pobreza injusta.
Da liberdade faz seu alento e sua canção, e da libertação seu combate e sua vitória.
É parcial como o Deus dos pobres, radical como o Jesus das bem-aventuranças, livre como o Espírito de Pentecostes.

A solidariedade fraterna
Faz da solidariedade o nome novo da paz, a nova práxis do amor e a nova dinâmica da política.
Acolhe, compartilha, serve.
Compadece, coindigna-se, comilita, concelebra.
Não discrimina nem pelo sexo, nem pela raça, nem pela crença, nem pela idade.
Porque sabe que é filho de Deus, procura ser irmão de todos.
Luta por fazer dos vários mundos um só mundo humano.
Promove a organização em todos os níveis, mas sem fanatismo, sem dogmatismo e sem proselitismos.

A cruz e a conflituosidade
Sabe que a existência é milícia, que o reino sofre violência e que na cruz está a vida.
Abraça a cruz salvadora de Cristo, mas destrói todas as cruzes opressoras.
Nunca foge da renúncia pelo reino, nem se esquece do domínio de si, nem se nega à convivência, ao trabalho, à libertação.
Assume as grandes causas sem medo da conflituosidade, apesar da perseguição e até a entrega do martírio.

A insurreição evangélica
Pela boa-nova do evangelho e na incansável construção da utopia, rebela-se contra os mecanismos do lucro e das armas, do consumismo e da dominação cultural, do fatalismo e da conivência.
É opção, militância, profecia.
Luta contra todos os ídolos da sociedade e da religião, em rebelde fidelidade a Deus e à humanidade.
Insurge-se constantemente, pela conversão pessoal, para a renovação comunitária e ecumênica da Igreja e para a revolução democrática da sociedade.

A teimosa esperança pascal
Espera "contra toda esperança", no meio das decepções, na monotonia diária, apesar dos fracassos e contra as evidências do triunfo do mal.
Mantém a coerência das testemunhas fiéis, propaga a "perfeita alegria" dos utópicos e organiza a esperança dos pobres.
Na alegria e na dor, no trabalho e na festa, na vida e na morte, vai se fazendo páscoa na páscoa.
Avança na conquista da Terra Prometida, pelos caminhos da Pátria Grande, para a Pátria Maior.

Dom Pedro Casaldáliga
Extraido da revista "Vida Pastoral - mai/jun/2010


Texto enviado por Renê Roldan, membro da Pastoral Fé e Política.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Eleições - COMO SE FAZ ANÁLISE DE CONJUNTURA - Parte 1


No momento em que toda a sociedade brasileira acompanha ativamente o desenrolar dos acontecimentos políticos e se prepara para mais um eleição, fica evidente que não basta apenas a leitura dos jornais em dia para entender o que está ocorrendo. No volume de informações que é veiculado todos os dias é necessário identificar os ingredientes, os atores, os interesses em jogo. Fazer isso é fazer “análise de conjuntura”.

Na verdade a todo o momento e em relação às mais variadas situações fazemos “análises” de conjuntura sabendo ou não, querendo ou não: quando decidimos sair de casa, sair do emprego, entrar num movimento,ou num partido, participar de uma luta cidadã, casar, colocar o filho num colégio, descansar ou ficar atento em todas essas situações, tomamos decisões baseados em uma avaliação da situações vista sob a ótica de nosso interesse ou necessidade. Nessas decisões levamos em conta as informações que temos, buscamos nos informar, avaliamos as possibilidades, fazemos hipóteses de desenvolvimento dos fatos, das reações possíveis das pessoas ou dos grupos, medimos a “força” ou o perigo de nossos eventuais “inimigos” ou dos “perigos” e, a partir desse conjunto de conhecimentos, informações e avaliações, tomamos nossas decisões.

A “análise da conjuntura” é uma mistura de conhecimento e descoberta, é uma leitura especial da realidade e que se faz sempre em função de alguma necessidade ou interesse. Nesse sentido não há “análise de conjuntura” neutra, desinteressada: ela pode ser objetivo, mas estará sempre relacionada a uma determinada visão do sentido e do rumo dos acontecimentos. A “análise de conjuntura” é não somente parte da arte da política como é em si mesma um ato político. Faz análise política quem faz política, mesmo sem saber. Mas a “análise de conjuntura” é uma tarefa complexa, difícil e que exige não somente um conhecimento detalhado de todos os elementos julgados importantes e disponíveis de uma situação determinada como exige também capacidade de perceber, compreender, descobrir sentidos, relações, tendências a partir dos dados e das informações.

Não deixa de ser surpreendente que para uma atividade tão importante como a de analisar e acompanhar o desenvolvimento da situação política e econômica de um pais falte a elaboração de teorias e métodos específicos. Isso posto, é nossa intenção publicar pequenos textos que deverão oferecer algumas pistas e elementos metodológicos para se analisar a realidade política e perceber mais claramente a conjuntura, objetivando ajudar a todos na importante e intransferível tarefa da cidadania ativa.

Texto preparado por Renê Roldan a partir das publicações de Herbert de Souza, o saudoso Betinho em 1984.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Curso de Noivos - Junho/2010

Aconteceu neste domingo, 13/06/2010, mais um Curso de Noivos em nossa Paróquia. Participaram conosco  18 casais que se preparam para receber de Deus o sacramento mais importante na vida de um casal - O Matrimônio. Nossos parabéns a todos e os mais sinceros votos de felicidades. Desejamos reve-los brevemente.

Lei da Ficha Limpa se aplica a todos os que serão candidatos nas eleições 2010

Questionados sobre a aplicação da lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135), os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) responderam no dia 17/06 que a nova lei já vale para os candidatos condenados por um grupo de juízes antes mesmo da promulgação da lei, em 4 de junho deste ano. Por 6 votos a 1, o plenário compreendeu que a alteração verbal não altera o principal objetivo da lei, que é resguardar o interesse público.

http://www.mcce.org.br

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Missa de Ação de Graças pela realização do 1o. Congresso de Leigos no âmbito paroquial


Convidamos a sua especial participação na Missa de Ação de Graças pela
realização do 1o. Congresso de Leigos no âmbito paroquial. Será amanhã 19/06/2010, as 15:00h.

Após a missa serão divulgadas as reflexões desses encontros, fruto dos grupos que se reuniram semanalmente na Paróquia para refletir o manual. Os frutos influenciarão o futuro de nossa Paróquia e a participação de todos é fundamental.

Contamos com você!

Comissão Paroquial do Congresso de Leigos
Paróquia São João Batista
Setor Carrão/Vila Formosa
Região Episcopal Belem

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Começa a II Conferência Nacional de Economia Solidária

A II Conferência Nacional de Economia Solidária foi aberta, oficialmente, na manhã de ontem (16) numa estrutura armada na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, Distrito Federal. Cerca de 2000 pessoas - entre entidades, redes, gestores públicos e empreendedores (as) - estarão, reunidas até o dia 18, discutindo e traçando metas para o futuro da Economia Solidária no Brasil. Na mesa de abertura, tendo à frente o professor Paul Singer, referência em ES e secretário nacional de Economia Solidária (Senaes), o marco legal foi um dos pontos mais citados pelos conferencistas.
O encontro acontece quatro anos depois de ter ocorrido a primeira edição da Conferência. Em sua apresentação, Paul Singer falou que, hoje, o número de participantes dobrou, o que mostra o poder de organização crescente entre os movimentos que fazem a base da ES.

"As conferencias são formas de participação popular. Estamos sujeitos às limitações da democracia representativa. Continuamos elegendo. Mas eles [os políticos] precisam ter relação viva e cálida com a população, verdadeiro ato de tudo o se realiza no país", afirmou Singer.

José Carlos Monteiro, representante da rede de Gestores de ES, defendeu o marco legal da ES. "Precisamos que ter essa política como política de desenvolvimento para o nosso país. Por isso, o marco legal precisa ser urgentemente definido", afirmou.

Além de mencionar a importância de um marco legal que reconheça a ES, Anadete Reis, representando as entidades de apoio e fomento, afirmou que a ES vem num momento muito positivo, contando mais fortemente, com a integração das bases, seja dos movimentos de Igreja, das entidades de classe, sindicatos, entre outros. "Há muito anos estamos dizendo que é possível fazer diferente. E hoje temos colhidos frutos vitoriosos", disse.

Arildo Mota, que representou os Empreendimentos de Economia Solidária (EES) reconheceu os avanços que o governo tem feito na área, construindo políticas públicas. Mas afirmou que ainda há muito por fazer. "Tivemos muitos avanços, mas é preciso avançar mais", falou. Entre as demandas propostas estão: criação de um sistema público de ES, criação de um Fundo Público, e definição de espaço institucional da ES.

Fazendo um retrospecto do movimento da ES, Rosana Pontes, do Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES), mostrou o quanto a organização tem crescido entre entidades, empreendimentos e gestores públicos. "Temos conseguido realizar encontros, envolver mais os integrantes desse movimento. Temos buscado, nas formações, o respeito social e ao meio ambiente, principio da ES", afirmou.

Números
Os números mais recentes, divulgados pela Senaes indicam que, até 2007, foram cadastrados 21.859 empreendimentos solidários. O trabalho de mapeamento foi iniciado pela secretaria em 2005. Nos últimos anos, é evidente a organização do movimento centrado nos eixos das políticas públicas.

Foram realizadas 187 conferências regionais ou territoriais; 27 conferências estaduais; além de cinco conferências temáticas. No total, foram escolhidos 1,460 delegados (as) representando todos os estados brasileiros.

* Rogéria Araújo *www.adital.com.br

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Lei da ficha limpa vale para as eleições de 2010, diz TSE

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) definiu nesta quinta-feira (10), por 6 votos a 1, que a lei da ficha limpa vale para as eleições de outubro deste ano. Com isso, políticos condenados pela Justiça em decisão colegiada em processos ainda não concluídos não poderão ser candidatos no pleito de outubro.

A posição do TSE foi uma resposta à consulta feita pelo senador Arthur Virgílio (PSDB). O pleno do tribunal entendeu que a lei, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último dia 4 de junho, não altera o processo eleitoral e pode ser aplicada neste ano. Com isso, o entendimento passa a ser adotado pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) de todo o país, afirmou o presidente da corte, Ricardo Lewandowski.

O projeto ficha limpa surgiu da iniciativa do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), que reuniu mais de 1,6 milhão de assinaturas de eleitores desde o lançamento da proposta, em setembro do ano passado.

Débora Santos G1, em Brasília

quinta-feira, 10 de junho de 2010

DECLARAÇÃO DE VOTO

Voto este ano, para presidente da República, no candidato decidido a implementar reformas estruturais tão prometidas e jamais efetivadas: agrária, tributária, política, judiciária. E que a previdenciária e a trabalhista não sejam um engodo para penalizar ainda mais os trabalhadores e aposentados e beneficiar grandes empresas.

Voto em quem se dispõe a revolucionar a saúde e a educação. É uma vergonha o sucateamento do SUS e do ensino público. De 190 milhões de brasileiros, apenas 30 milhões se agarram esperançosamente na boia de salvação dos planos privados de saúde. Os demais são tratados como cidadãos de segunda classe, abnegados penitentes de filas hospitalares, obrigados a adquirir remédios onerados por uma carga tributária de 39% em média.

Segundo o MEC, há 4,1 milhões de brasileiros, entre 4 e 17 anos de idade, fora da escola. Portanto, virtualmente dentro do crime. Nossos professores são mal remunerados, a inclusão digital dos alunos é um penoso caminho a ser percorrido, o turno curricular de 4 horas diárias é o verniz que encobre a nação de semianalfabetos.

Voto no candidato disposto ao controle rigoroso de emissão de gás carbônico das indústrias, dos pastos e das áreas de preservação ambiental, como a Amazônia. Não se pode permitir que o agronegócio derrube a floresta, contamine os rios e utilize mão de obra desprotegida da legislação trabalhista ou em regime de escravidão.

Voto em quem se comprometer a superar o caráter compensatório do Bolsa Família e resgatar o emancipatório do Fome Zero, abrindo a porta de saída para as famílias que sobrevivem à custa do governo, de modo que possam gerar a própria renda.

Voto no candidato disposto a mudar a atual política econômica que, em 2008, canalizou R$ 282 bilhões para amortizar dívidas interna e externa e apenas R$ 44,5 bilhões para a saúde. Em termos percentuais, foram 30% do orçamento destinados ao mercado financeiro e apenas 5% para a saúde, 3% à educação, 12% a toda a área social.

Voto no candidato contrário à autonomia do Banco Central, pois a economia não é uma instância divorciada da política e do social. Voto pela redução dos juros, a desoneração da cesta básica e dos medicamentos, o aumento real do salário mínimo, a redução da jornada semanal de trabalho para 40 horas.

Voto na legalização e preservação das áreas indígenas, de quilombolas e ribeirinhos, no diálogo permanente com os movimentos sociais e repúdio a qualquer tentativa de criminalizá-los, nas iniciativas de economia solidária e comércio justo, na definição constitucional do limite máximo de propriedade rural.

Voto no candidato convicto de que urge reduzir as tarifas de energia destinada ao consumo familiar e de uso de telefonia móvel. Disposto a valorizar fontes alternativas de energia, como a solar, a eólica, a dos mares e lixões etc. E que seja contrário à construção de termoelétricas e hidrelétricas nocivas ao meio ambiente.

Voto no candidato que priorize o transporte coletivo de qualidade, com preços acessíveis subsidiados; exija a identificação visível dos alimentos transgênicos oferecidos ao consumidor; impeça a participação e uso de crianças em peças publicitárias; e condene veementemente o trabalho infantil.

Voto no candidato decidido a instalar a Comissão da Verdade, de modo a abrir os arquivos das Forças Armadas concernentes ao período ditatorial e apurar os crimes cometidos em nome do Estado, bem como o paradeiro dos desaparecidos.

Voto em quem dê continuidade à atual política externa, de fortalecimento da soberania e independência do Brasil, diversificação de suas relações comerciais, apoio a todas as formas de integração latino-americana e caribenha sem a presença dos EUA; direito de o nosso país ter assento no Conselho de Segurança da ONU; de repúdio ao criminoso bloqueio dos EUA a Cuba e à instalação de bases militares estadunidenses na América Latina.

Voto, sobretudo, em quem apresentar um programa convincente de redução significativa da maior chaga do Brasil: a desigualdade social.

Este o meu voto.

Resta achar o candidato.

Frei Betto

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Desmate no Pantanal chega a 15%, diz estudo

Levantamento inédito divulgado pelo Ministério do Meio Ambiente mostra que 15,18% do Pantanal estava desmatado em 2008. Dos 151.313 km2 originais do bioma, 4.279 foram derrubados entre 2002 e 2008, o que equivale ao desmate anual de 713 km2 de vegetação nativa.

"É um número bastante significativo. O Pantanal está exposto a uma pressão de desmatamento maior, em termos porcentuais, que a registrada na Amazônia", admite a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

Diante dos números revelados pela pesquisa, a pasta convocou uma reunião com representantes dos governos de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul para tentar identificar quais as maiores pressões de desmatamento na área e como combatê-las. Mesmo sem estudos detalhados, a ministra arrisca dois fatores: a extração de carvão vegetal ? sobretudo depois da Siderúrgica de Corumbá ? e a expansão de pastagens para pecuária. Até o fim do ano devem sair dados de desmate no Pantanal atualizados até 2009.

Ontem também foram anunciados dados do sistema Deter, que detecta desmatamento na Amazônia. Foram desmatados em abril 52 km2, área 40% maior que a derrubada no mesmo mês de 2009 (37 km2).

Em março, o Deter também captou 52 km2 de desmatamento, índice 197% maior que o identificado em março do ano passado (18 km2).

Lígia Formenti - O Estado de S.Paulo http://www.estadao.com.br

terça-feira, 8 de junho de 2010

Querem proibir doação de alimento para morador de rua


por Danilo Augusto última modificação 07/06/2010 06:04
Colaboradores: RADIOAGÊNCIA NP

Comerciantes do bairro Santa Cecília, com apoio do Conseg, pretendem fazer ofensiva contra quem alimentar sem-teto em São Paulo.

A situação de vida que já não é fácil, ainda pode piorar para os moradores em situação de rua do bairro Santa Cecília, na cidade de São Paulo. Os comerciantes e moradores da região criaram uma estratégia junto ao Conselho Comunitário de Segurança (Conseg), para expulsar aproximadamente 1.3 mil sem-teto que circulam pelo bairro. A proposta é fazer uma ofensiva contra as ONGs e restaurantes que doarem alimentos para essas pessoas.
A estratégia é que o Conselho mapeie os estabelecimentos e ONGs que fazem doação para convencê-los a suspenderem o apoio. Se não alcançar resultado, o Conselho irá acionar a Vigilância Sanitária para interditar os estabelecimentos irregulares.

Na reunião em que foi traçada a estratégia, participaram comerciantes, Polícia, Subprefeitura da Sé, Guarda Civil, entre outros.

De acordo com o integrante da Associação Rede Rua, Alderom Costa, esta ação é típica de um padrão de sociedade preconceituosa que não conhece a realidade.

“A tendência é sempre esconder e partir para o ataque sobre o que é feito. Assim como é feito neste caso da alimentação, são feitas ações para evitar que se criem albergues próximos ao bairro. No fundo querem evitar um comprometimento social do bairro. Isso é um desconhecimento, falta de conscientização e de uma cidadania dos comerciantes e instituições."

Alderom ainda reforça que este problema de moradores em situação de rua é social, e que o poder público deveria assumir a responsabilidade.

“O poder público precisa ter profissionais e pessoas capacitadas para gerir esse problema de falta de políticas públicas. Devem ser realizadas ações efetivas que possibilitem a transformação desta situação de rua, em situação de vida.”

mensagem enviada por Rene Roldan

domingo, 6 de junho de 2010

6o. Encontro do Congresso de Leigos

Amanhã as 20:00h acontecerá o 6o. Encontro na Paróquia São João Batista.
Este Congresso tem o objetivo de promover a comunhão entre os cristãos, de renovar o ardor missionário a partir do encontro com Jesus Cristo.

Encontro este que provoca mudanças, inquietações e busca ativa por um mundo melhor. Para tanto é necessário que os batizados compreeendam sua missão a partir do Batismo, o poder conferido pelo próprio Cristo para que o Povo de Deus (Laos - povo, palavra de origem grega) anuncie a Boa Nova e promova justiça, paz, solidariedade e comunhão. Precisamos sair da atitude passiva e fazer sempre do mesmo jeito! É preciso conversão pastoral! É preciso consciência do que significa ser batizado!

Nós que temos como Padroeiro o grande São João Batista, somos convidados a refletir sobre a dimensão sacerdotal, profética e real do Batismo. Batismo este que leva a participação e Comunhão.

Venha participar!
A decisão é tua!
São muitos os convidados!
São muitos os convidados!
Quase ninguém tem tempo.
Quase ninguém tem tempo. (Pe. Zezinho)

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Brasil e Zimbábue

Comer ou assistir a um jogo da Seleção Brasileira? Hoje, às 10h30 (horário de Brasília), muitos africanos trocarão alguns pratos de comida para ver o Brasil em ação.

Mas a verba poderia ajudar a melhorar a vida dos habitantes do país. O ingresso mais barato custará US$ 10 (R$ 18), o suficiente para pagar cinco refeições, no mínimo.

CBF irá receber R$ 2,4 milhões para jogar contra o Zimbábue
O Zimbábue receberá o Brasil para a disputa de um amistosoe não será barato: o ditador Robert Mugabe irá gastar US$ 1,3 milhão (cerca de R$ 2,4 milhões para receber a Seleção Brasileira) para receber o time penta campeão.

ZIMBÁBUE
- Em 2008, a inflação chegou a 231.000.000% ao ano. Havia nota até de 500 trilhões de dólares zimbabuanos. "Em 2009, caos foi minimizado". A moeda local foi extinta: hoje se usa dólar americano e rand sul-africano no país.
- Taxa oficial de inflação anual superior a 4.500 por cento.
- Pesquisa da ONU em maio apontou que Afeganistão e Zimbabwe são os países com menor expectativa de vida: 42 anos.
- País tem 10% da população infectada pelo HIV (20% entre jovens e adultos)
- Taxa de desemprego chegou a 95%, a maior do mundo


Fonte: http://www.espbr.com, http://www.lancenet.com.br

terça-feira, 1 de junho de 2010

Boa Nova - meio ambiente

Óleo vegetal é transformado em biocombustível
Tatiana Félix (www.adital.com.br)

Todos os dias, milhares de litros de óleo vegetal são utilizados no preparo dos alimentos pelas famílias, escolas, bares e restaurantes. Porém, depois de usado, a substância, muitas vezes, é despejada incorretamente em pias, ralos, sanitários, solos e águas, causando sérios problemas ambientais, como a poluição das águas e o entupimento de tubulação que provoca enchentes. Estima-se que apenas um litro de óleo vegetal possa poluir mil litros de água pura.

Foi pensando em transformar essa realidade que o Instituto Morro da Cutia de Agroecologia (IMCA), localizado no Rio Grande do Sul, aderiu à tecnologia social da transformação do óleo vegetal em biocombustível há cerca de oito anos. O intuito é conscientizar a população e incentivá-la a separar o óleo para ser transformado em combustível.

Segundo o ambientalista do IMCA, Paulo Lenhardt, com esta iniciativa, o instituto dissemina a ideia de reutilização do óleo de cozinha entre a população e, principalmente, entre os agricultores que podem transformar a substância em biocombustível de seus tratores e outros equipamentos. Além de preservar os recursos hídricos, a tecnologia social oferece uma alternativa de geração de energia reaplicáveis pelas comunidades rurais.

"Aqui na região, os restaurantes praticamente não jogam mais óleo de cozinha fora. Nosso foco agora é conscientizar as famílias, para que o óleo doméstico também seja reaproveitado. A campanha de coleta é muito grande", ressaltou. "As escolas também já abraçaram a causa e trabalham o tema com os alunos", completou.

Após ser coletado, o óleo é acondicionado e limpo através de um sistema de filtragem, em uma estação de tratamento, de onde sai o biocombustível pronto para ser utilizado. "O óleo vegetal possui uma eficiência energética compatível com a do óleo diesel e pode ser usado nos veículos automotores que forem adaptados para recebê-lo", esclareceu Paulo. Com 10 litros de óleo vegetal é possível produzir cerca de seis litros de combustível.

Os agricultores que utilizam o óleo transformado em seus equipamentos passam a ter todas as ferramentas necessárias para incentivar processos de coleta dentro de suas próprias regiões.

O ambientalista Paulo Lenhardt foi premiado pela Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social 2007, na categoria "Aproveitamento/tratamento de rejeitos/resíduos/efluentes de processos produtivos".

Mais informações pelo telefone: (51) 3649-6087 ou pelo e-mail: morrodacutia@morrodacutia.org.