sábado, 28 de agosto de 2010

Eleições - COMO SE FAZ ANÁLISE DE CONJUNTURA - Parte 6

Neste ano de eleições majoritárias faz-se necessário fornecer elementos que contribuam para a consciência cidadã. Essas publicações cuidadosamente preparadas por Renê Roldan, membro da Pastoral Fé e Política, a partir das publicações de Herbert de Souza, sobre análise de conjuntura propõem-se a contribuir para essa formação. Desejamos que você se prepare de forma consciente para as eleições.
FORMAS DE CONTROLE POLÍTICO

As formas de controle político são mecanismos existentes em cada formação social com o objetivo de manter a estabilidade e a ordem dos regimes. O conhecimento dessas formas é um elemento importante na análise da conjuntura porque elas atuam de forma permanente e nem sempre são visíveis à nossa percepção.
CONDIÇÃO ECONOMICA
O Estado e as empresas controlam os diferentes grupos sociais e particularmente as massas assalariadas através da coerção econômica. Para sobreviver é necessário assalariar-se, portanto, submeter-se ao poder econômico do Estado ou dos proprietários privados dos bens de produção. Há inúmeros mecanismos e formas de coerção econômica que funcionam nesse sentido dentro da sociedade, controlados pelo Estado, por certas instituições da sociedade civil e pelas empresas: impostos, taxas, salários.

MECANISMOS DE CONTROLE SOBRE A ORGANIZAÇÃO SOCIAL
O Estado estabelece as regras e as normas do que é permitido ou é proibido existir como organização social. Os sindicatos operários são permitidos, mas suas atividades são regulamentadas por lei, pelo Estado e não pela vontade livre dos operários. Da mesma forma os partidos políticos, as escolas, as universidades, as empresas e a maioria das organizações de serviços, as editoras, os meios de difusão de massa, são todos organizações regulamentadas pela ação do Estado. Exemplo: as leis sobre sindicato. Da mesma forma o Estado proíbe a existência de outras organizações e atividades que são consideradas ilegais, criminosas ou subversivas. Desta forma o Estado trata de “organizar e desorganizar” a sociedade civil segundo os interesses dos grupos ou classes dominantes, como se essa vontade transformada em lei representasse a vontade de todos e em benefício de todos. O Estado também interfere nos mecanismos de representação social e política da sociedade, definindo as regras e as condições da representação, isto é, estabelecendo as formas legais através das quais os diferentes atores ou sujeitos sociais se constituem institucional e politicamente e escolhem e elegem os seus dirigentes. Está claro que a essa pretensão do Estado não corresponde necessariamente a capacidade de controlar e definir todos os atores e sujeitos sociais, que escapam ao seu controle e se constituem numa espécie de sociedade submersa.

MECANISMOS IDEOLÓGICOS DE RESIGNAÇAO/MEDO:
DUAS FORMAS FUNDAMENTAIS DE CONTROLE SOCIAL
A resignação é um dos mecanismos mais eficientes de controle social porque ele se estabelece no interior, na subjetividade do próprio sujeito social, seja ele indivíduo ou classe social. Aceita-se a ordem social, suas leis, seus mecanismos, seus horizontes como algo inevitável e que não tem como, nem por que sofrer mudanças. Se existe miséria é porque assim tem que ser, é parte do destino de cada um, é a vontade de Deus. Através da resignação, a vítima se transforma em carcereira de si própria, daí sua eficiência como arma de dominação. Através da resignação a ordem se perpetua e afasta do horizonte qualquer possibilidade ou desejo de mudança.
Na nossa história social e política milhões de pessoas foram trabalhadas por esse mecanismo ideológico, principalmente através de certa ideologia religiosa que ensinava os pobres a sofrerem com paciência na terra para se transformarem em herdeiros da felicidade no céu. É claro que enquanto isso os ricos viviam a felicidade na terra e nem por isso eram excluídos da felicidade eterna. O desenvolvimento capitalista com toda a parafernália consumista e as transformações mais recentes no pensamento religioso, particularmente através da teologia da libertação, minaram as bases de resignação e o regime passou a reforçar um outro mecanismo de controle ideológico: o medo.
Se na resignação a dominação era internalizada na própria vítima, no medo é necessário criar a idéia de um perigo, ameaça, inimigo poderoso ou força sem limites que se coloca fora e por cima da vítima. Os grupos sociais ou as pessoas atacadas pelo medo ficam paralisadas enquanto sentirem que esse inimigo externo os ameaça. Mas retomarão os movimentos quando esse inimigo desaparecer. Daí que o regime que usa o terrorismo, o medo como arma de controle social deve estar sempre criando as situações de medo, inventando perigos, explorando as situações de ameaça, para manter acesa a chama do medo nas pessoas.

CONTROLE DA INFORMAÇÃO
A forma de controle social talvez mais eficiente na sociedade moderna é a informação. Num pais continental como o Brasil, o Estado tem sob seu controle uma fantástica rede nacional de informações (TV, rádios, jornais, revistas), articulada às redes internacionais e submetida à Lei de Segurança Nacional, à Lei de Imprensa e às pressões fiscais e financeiras. O Estado, por outro lado, é produtor exclusivo e sem controle por parte da sociedade de informações econômicas, financeiras, sociais e políticas através dos órgãos produtores de estatísticas e de todo o aparato de “inteligência” militar (Escola Nacional de Informações, Serviço Nacional de Informações, Cenimar, CIE, CIA e dezenas de outros).
Neste contexto a identificação destas agências produtoras de informação e dos interesses que elas representam é uma tarefa importante para a leitura adequada da conjuntura. Os órgãos de inteligência trabalham com um sentido de “guerra” na produção de informação e de contra-informação, onde o que interessa é o objetivo que o órgão persegue e não a existência do fato, onde predomina a manipulação do dado e não sua veracidade. Num regime autoritário é difícil saber se o editorial de um grande jornal está sendo escrito por uma órgão de inteligência, uma agência de publicidade ou uma grande empresa transnacional.
No Brasil este sentido de manipulação já existiu quando o IBGE e lançou uma onda de descrédito sobre as estatísticas básicas do pais. A democratização do Estado, do regime passa pela democratização de todas as agências e instituições, civis e militares, estatais e privadas que produzem a informação, dado que a informação é poder e produzir informação é produzir as condições da existência e exercício do poder político.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Estranho cardápio de felicidade

J. Thomaz Filho

Pensar a felicidade me leva inevitavelmente a pensar a minha felicidade, a felicidade dos meus e, se eu for generoso, também a felicidade dos outros. Se esses níveis de felicidade entrarem em questão, a minha terá prioridade. Com certeza minhas escolhas e decisões refletem isso, no dia a dia. Então tenho de reconhecer-me espelhado no comentário daquela mulher que elogiou Jesus, elogiando a mãe dele: “Feliz o ventre que te trouxe e os seios que te amamentaram” (Lc 11,27). Mas, pela seqüência do fato (Lc 11,28), eu preferiria deixar a resposta pra lá, visto que Jesus me nega privilégios.

Jesus anuncia como feliz aquele que faz a vontade do Pai. Ele não mede a felicidade por bem-estar pessoal, tranqüilidade, harmonia... Ele inverte as coisas, como inverteu na parábola do samaritano que socorreu uma vítima de violência gratuita (Lc 10,25-37). Cada vez que Jesus fala de felicidade, está falando da vontade do Pai, cada vez que fala da vontade do Pai, está traduzindo em miúdos o que entende por felicidade.

Chegamos às bem-aventuranças. Aparecem como o exercício da felicidade. Mas precisam ser lidas na perspectiva das atitudes de Jesus, senão cheirariam a escândalo, loucura, falta de bom-senso, imbecilidade, mania de ser do contra. A leitura tem de ser cuidadosa, tem de trazer o olhar de Jesus para os desafios da minha vida.

A partir do senso comum, mostram-se as bem-aventuranças como um estranho cardápio para a felicidade. Uma proposta absurda. Um produto que não empolgaria nenhuma agência de publicidade, uma peça que não encontra lugar em vitrina alguma. Mas é assim mesmo! A proposta de Jesus é de fato essa inversão. Aponta para uma organização social cujos resultados são exatamente o oposto do que se conseguiu até hoje para os filhos de Deus – que são todos, todos nós, todos os humanos, não apenas alguns!

Jesus não toma por modelo de felicidade as lições da prosperidade, vai buscá-las no modo de ser dos pobres (Mt 5,3).
A felicidade não se mede pelo bom riso dos fartos, mas se escora na busca das razões de viver para os que já não encontram consolo (Mt 5,4).

Não provém dos atirados, dos mais fortes, dos que falam mais alto o clima de felicidade na terra, e sim dos mansos (Mt 5,5).
Se os bens, as oportunidades, a segurança, o conforto não estão na justa medida para todos, ilusória é a felicidade (Mt 5,6).
Somente os corações desarmados (Mt 5,8), atenciosos (Mt 5,7) e fazedores da paz (Mt 5,9) conseguem trazer à terra as propostas do céu.

Mas firmeza é preciso! Persistência! Lucidez! Coragem! Uma felicidade nesses moldes atrapalha interesses, planos, metas a serem alcançadas. Não foi com essa lógica que foram urdidas as leis, financiadas tantas pesquisas científicas, montadas as indústrias, iluminadas as vitrinas, bem paga a propaganda. Está dando certo! Por que mexer? Que não se tente destruir este templo (Mc 14,53-65), nem em nome do próprio Deus, dirá, hoje, a religião do mercado!... Quem ousar será eliminado (Jo 11,47-53)... A proposta de felicidade de Jesus continua tendo um preço (Mt 5,10-12). Mas se ele o pagou, estamos bem acompanhados!

* Em tempo: – Se fizermos essa leitura com os olhos voltados para as eleições de outubro, certamente que as bem-aventuranças trazem um desafio para nossas escolhas.


J. Thomaz Filho
Membro Colaborador da Pastoral Fé e Política
Paróquia São João Batista
Setor Carrão/Vila Formosa
Região Episcopal Belém

domingo, 22 de agosto de 2010

“Sociedade nunca deve cruzar os braços”, afirma dom Jaime Vieira em lançamento de campanhas sociais .

Sex, 20 de Agosto de 2010 17:53 cnbb .

O lançamento das campanhas “Voto vendido, Povo Vencido”, 16º Grito dos Excluídos e Plebiscito pelo Limite da Propriedade da Terra, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) da Paraíba, contou com a participação de cerca de 200 pessoas, entre políticos, economistas, sociólogos, estudantes de direito e agentes pastorais. O evento aconteceu no auditório da cúria diocesana, no centro de Campina Grande (PB).

De acordo com o bispo diocesano de Campina Grande (PB), dom Jaime Vieira Rocha, o lançamento conjunto “é uma gota de água diante dos desafios, mas traz alentos de esperança em virtude de um mundo melhor para todos. Afinal, a sociedade nunca deve cruzar os braços”, frisou.

A 16ª edição do Grito dos Excluídos que traz o lema “Onde estão nossos direitos? Foi o primeiro lançamento da noite.

A solenidade também contou com o lançamento do Plebiscito pelo Limite da Propriedade da Terra, que tem como um dos organizadores nacionais a Comissão Pastoral da Terra (CPT). Segundo uma das coordenadoras da CPT na diocese, Vanúbia Martins, “é preciso ver o direito a terra como um direito à vida, por isso o país precisa limitar a propriedade desse bem favorecendo para que todos possam usufruir de um pedaço dele”. Os presentes no auditório já puderam realizar seus votos no plebiscito que acontecerá na Semana da Pátria, de 1º a 7 de setembro.

A Campanha “Voto Vendido, Povo Vencido” foi o último lançamento da noite. A diretora da Escola Judiciária Eleitoral (EJE) do TRE-PB, a juíza Federal Niliane Meira, conclamou os presentes a serem multiplicadores da campanha. “Embora o tempo peça para que a fome seja saciada, urge mais por uma mudança, para que não paguemos por um voto mal dado”, frisou. A equipe da EJE estará em Campina Grande, no período de 2 a 4 de setembro, promovendo palestras em escolas e eventos para difundir a campanha.

A mesa de lançamento foi presidida pelo bispo diocesano de Campina Grande, dom Jaime Vieira Rocha; e composta pelo vigário-geral da diocese, padre Márcio Henrique Mendes Fernandes; a presidente da Escola Judiciária Eleitoral (EJE) do TRE-PB, a Juíza Federal Niliane Meira; bem como o vice-presidente da escola, o juiz João Ricardo Coelho.

Também compuseram a mesa, a coordenadora executiva da ONG Centro de Ação Cultural (Centrac), Laudicéia Araújo, o coordenador da Dimensão Sócio-Transformadora da diocese, padre João Barbosa, e uma das coordenadoras da Comissão Pastoral da Terra (CPT) na diocese, Vanúbia Martins.

Artigo publicado no site da CNBB: www.cnbb.org.br

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

ENCONTRO ECUMÊNICO

A pastoral esteve representada no encontro ecumênico realizado no dia 11/08, na paróquia Sagrado Coração de Jesus, Cidade Tiradentes.

Milton Schwantes nos falou que a unidade no Cristo deve ser fonte para que as igrejas aceitem as diferenças existentes. O amor ao próximo como fonte de nossa vida comunitária.

Eleições - COMO SE FAZ ANÁLISE DE CONJUNTURA - Parte 5



CONTROLE ESTATAL DOS MEIO DE COMUNICAÇÃO DE MASSA
Essa é uma outra dimensão das transformações do Estado transnacionalizado em suas formas autoritárias e que merece uma atenção especial:

 a informação é apropriada pelo Estado como elemento fundamental de poder;
 os setores dominantes geram as imagens correntes do país e do mundo;
 desenvolve-se o monopólio do executivo na produção e difusão das informações, a partir das quais a realidade é pensada sem mecanismos de controle público sobre a qualidade ou a veracidade destas informações;
 a produção dos dados é em grande medida privilégio do Estado. A estatística deixa de ser confiável para ser uma arma política;
 o Estado, em fiscalização e controles democráticos, determina quem somos, que produzimos, quanto ganhamos e prognostica como será nosso futuro;
 a sociedade civil é pensada como reflexo do Estado, e se vê muitas vezes incapaz de contrapor-se aos dados produzidos e manipulados pelo Estado;
Os movimentos da oposição real ao regime são tratados segundo os princípios da guerra e não da política. Não há jogo político, mas guerra política. As instituições militares são colocadas na direção da política do Estado por força da lógica da ordem, sem serem as que realmente dirigem as opções e os destinos do pais. Assumem como profissionais da guerra e da ordem do Estado transnacionalizado caindo prisioneiros da lógica de um sistema que na verdade os dirige. Em um Estado transnacionalizado as lideranças militares que dirigem o poder político se afastam da sociedade nacional, do Povo e da Nação.

CONTRADIÇÕES DESTE SISTEMA
Este sistema de fato tão poderoso apresenta, no entanto contradições que trabalham no sentido de sua superação histórica. Sendo a primeira, a perda da soberania nacional. Impotente frente aos centros de decisão econômica e política do sistema transnacionalizado, como Estado nacional ele não pode abdicar de suas funções nacionais e não pode atendê-las. O Estado passa a promover as condições para que a transnacionalização se dê e administra suas crises já que é incapaz de determinar o tipo de desenvolvimento conveniente às necessidades e potencialidades do pais. Através da retórica dos grandes projetos “hospedes” de interesses transnacionais, o Estado operacionaliza grandes investimentos internacionais que são, no entanto, apresentados como projetos nacionais ou programas nacionais de desenvolvimento. A perda da soberania nacional se dá em várias dimensões : econômica, política, tecnológica, cultural e militar. Por isso também o nacionalismo militar aparece como um perigo para os interesses transnacionalizados.

A PERDA DA SUBSTÂNCIA POPULAR.
Como a lógica do sistema é concentradora, elitista e tecnocrática, o Estado não consegue camuflar suas políticas econômicas e sociais antipopulares. Enquanto nos países capitalistas avançados o Estado ainda consegue, apesar das crises, responder a certas necessidades de bem estar social, nos países de capitalismo atrasado, o Estado transnacionalizado assume características perversas em relação a suas políticas sociais, o que aprofunda a distância entre o Estado e a sociedade civil. Deslegitimação crescente do poder nacional frente às maiorias nacionais provoca um amplo movimento de resistência e reorganização da sociedade civil. Surgem novas formas de organização que conquistam espaços de poder fora do Estado, emergem movimentos populares com conteúdo e formas novas.

PERDA DA SUBSTÂNCIA DEMOCRÁTICA
A essência da crise do Estado é a questão da democracia, que se torna um pólo catalisador, unificador dos movimentos sociais. A luta pela democratização das estruturas de poder e negação do Estado transnacionalizado passa a unificar e a orientar a estratégia global de transformação da sociedade e do Estado. Setores majoritários da sociedade civil se organizam desvinculados e em oposição ao Estado e dessa oposição nasce a negação da ordem autoritária e a proposta democrática. A questão da democracia passa a ser o eixo unificador da questão nacional e popular; a conquista da democracia é uma condição essencial para a realização das aspirações nacionais e populares. As formas autoritárias dos Estados transnacionalizados variam de ditaduras militares e regimes “civis” com forte presença das forças armadas na retaguarda da ordem, o que não varia é sua contradição com a democracia.

Texto preparado por Renê Roldan, membro da Pastoral Fé e Política, a partir das publicações de Herbert de Souza, o saudoso Betinho em 1984.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

ACONTECEU EM 10/08/2010

Feira de Economia Solidária conquista clientes conscientes

Uma das edições mais completas. Assim o professor Antônio Cruz, integrante da equipe apoiadora da Feira de Economia Solidária, realizada neste dia 10, designou a sexta edição do evento. Além das bancas estarem incrementadas, nesse mês, devido à regionalização da Associação Bem da Terra, grupos da Casa da Acolhida da Mãe Gestante, de Piratini, estiveram participando. Realizada mensalmente em frente ao Campus I da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), a Feira conta com a assistência do Núcleo de Economia Solidária e Incubação de Cooperativas (Nesic).

O consumo dos diversos produtos, como leite, pães, hortifrutigranjeiros, artesanatos, artigos de vestuário, decoração, cama, mesa e banho, comercializados diretamente do produtor, estimulam a economia solidária. Segundo Cruz, o crescimento, agora, deve ser pequeno, mas contínuo. “A Feira já criou uma clientela, uma freguesia fiel”, destacou.

Pela terceira vez, o Grupo Cidadania e Vida, da Paróquia Nossa Senhora da Luz, participou mostrando seus artesanatos. “Na verdade, os artesanatos são um pretexto para nos reunirmos e praticarmos a organização”, disse a coordenadora do projeto e professora aposentada, Ana Maria Soares da Silva, 72 anos. Formada em Pedagogia, Teologia e com mestrado em Educação Ambiental, Ana Maria utiliza seu conhecimento para dar voz aos necessitados junto ao poder público.

Criado há 47 anos, o projeto do qual Ana Maria participa ajuda pessoas excluídas da sociedade e posseiros que aprendem com trabalho coletivo. “Tínhamos no grupo prostitutas e pedintes que agora vivem com dignidade”, relatou a ex-professora. “O sistema capitalista não cuida de todos, e estamos aqui integrando a economia solidária, inspirados no que disse Jesus: ‘Eu vim para todos tenham vida’”. Há 18 anos no Grupo Cidadania e Vida, a artesã Neuza Barbosa de Oliveira, 56 anos, comentou que todos se ajudam. “Cada um faz um pouco; quem sabe mais ajuda o outro”, analisou.

Com o tema “Bem da Terra, Comércio Justo e Solidário”, o objetivo da atividade é estimular o consumo consciente. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (53) 2128.8015 ou pelo e-mail nesic@ucpel.tche.br.

A CAMPANHA DA FRATERNIDADE E SEUS RESULTADOS

Filipe, integrante de nossa pastoral, fez um estudo sobre Campanha da Fraternidade de anos passados e nos relata:


"A Campanha da fraternidade de 1987 teve o tema “Fraternidade e o Menor” e o lema “Quem acolhe o menor, a mim acolhe”.

Foi feita essa Campanha porque a Igreja Católica tem uma grande preocupação com o desrespeito aos direitos das crianças e adolescentes.

Três anos depois, em 1990, entrou em vigor o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que está completando 20 anos em 2010. Esta lei representa um avanço importantíssimo para a promoção dos direitos das crianças e adolescentes. Sua existência está longe de ser suficiente para resolver todos os problemas relacionados aos menores de idade, mas é um enorme avanço nesse sentido.

Certamente, seria exagero dizer que foi a campanha da fraternidade a responsável pela criação do ECA, mas isso é um exemplo de como a Igreja tem preocupações que estão em consonância com as necessidades da sociedade e o bem comum."

Obrigado pela informação Filipe!!!

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Lei da Ficha Limpa e a Moralização da Política

Encontro de Promotores Eleitorais com a Sociedade Civil

Dia 23 de agosto de 2010 (segunda-feira), das 9h às 12h30

No Ministério Público do Estado de São Paulo
Auditório Queiroz Filho - Rua Riachuelo, 115
(Com entrada pela Av. Brigadeiro Luiz Antonio, 35)


Abertura
Dr. Fernando Grella Vieira – Procurador-Geral de Justiça
Dom Odilo, Cardeal Scherer – Arcebispo de São Paulo
Dr. Walter de Almeida Guilherme – Presidente do Tribunal Regional Eleitoral
Dr. Pedro Barbosa – Procurador Regional Eleitoral

A Lei Complementar 135/2010 e seus aspectos constitucionais
Dr. Dalmo Dallari – Professor da Faculdade de Direito da USP
Dr. Hélio Bicudo – Presidente da Fundação Interamericana de Direitos Humanos
Dr. Antonio Carlos da Ponte – Procurador de Justiça e Professor da Faculdade de Direito da PUC-SP
Dr. Antonio Visconti – Procurador de Justiça aposentado
Dr. Vidal Serrano Nunes Junior – Promotor de Justiça e Professor da Faculdade de Direito da PUC-SP

Cidadania e Política – a elaboração e a aplicação da Lei Complementar 135/2010
como instrumento de consolidação da democracia
Francisco Whitaker – coordenador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral
Luciano Santos – advogado e coordenador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral
Moacir Assunção - jornalista
Carmen Cecília de Souza Amaral - coordenadora do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral


Realização
Ministério Público do Estado de São Paulo
Associação Paulista do Ministério Público
Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral
Movimento do Ministério Público Democrático
Movimento Voto Consciente
Policidadania


Mais informações
(11) 3022 6821
mcce.sp@gmail.com
http://www.mccesaopaulo.blogspot.com

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

OFICINA MUNDO DO TRABALHO REGIÃO BELÉM


“O trabalho dignifica o homem”
Você se sente realizado no seu trabalho?
Ou Sem trabalho? Por quê?

Você está convidado a participar de um encontro que pretende refletir e propor pistas para enfrentar este problema. Venha ouvir o que outros pensam disso e trazer a sua contribuição.

Congresso de Leigos - Oficina Mundo do Trabalho Região Belém
Data: 14 de Agosto de 2010 – sábado.
Horário: das 9hs às 13hs
Local: Centro Pastoral São José
Rua Álvaro Ramos nº 366 – Belém.
Próximo à estação Metro Belém.


A quem estamos servindo? Deus ou ao dinheiro?(C.F 2010)

“Com quem imola o filho na presença do próprio pai, assim é aquele que oferece sacrifícios com os bens dos pobres. O pão dos indigentes é a vida dos pobres, e quem tira a vida dos pobres é assassino. Mata o próximo quem lhe tira seus meios de vida, e derrama sangue quem priva o operário de seu salário. Eclesiástico 34, 20- 22” .

Organizam esta Oficina: Pastoral da Juventude Região Belem, Pastoral Fé e Compromisso social Região Belem, Pastoral Operária Região Belem, Juventude Operária Catolica, Movimento dos Trabalhadores Cristaos São Matheus - Região Belem.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Encontro Ecumênico


A Pastoral Fé e Política participará nesta noite, em sintonia com os rumos da Igreja e da Campanha da Fraternidade Ecumênica da Reunião do Grupo Ecumenico Zona Leste.

Horário: 20 horas
Local Igreja Sagrado Coração de Jesus
Av. Guilherme de Abreu Sodré, 740
Conjunto Prestes Maia
Assessoria: Dr. P. Milton Schwantes

Invoquemos ao Deus da vida as bençãos sobre as ações que promovem a Unidade dos Cristãos!

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Eleições - COMO SE FAZ ANÁLISE DE CONJUNTURA - Parte 4


SISTEMA DO PODER POLÍTICO TRANSNACIONALIZADO
´
É artificial separar o econômico do político.
O ato de produzir é também um ato político.
O capital é uma relação social de produção. Por isso é importante perceber o contexto econômico e político como duas dimensões de um mesmo fenômeno global.

Devemos falar, portanto, de um sistema do capital mundial que existe porque também é um sistema de poder político transnacionalizado, que submete os Estados nacionais a sua dinâmica, limites contradições. No sistema de poder transnacionalizado o Estado passa por uma série de transformações políticas e de modo geral se caracteriza por seu caráter centralizado, desnacionalizado, tecnocrático e repressivo sob diferentes formas.

Como é um Estado nacional, mas está submetido a uma lógica de acumulação transnacionalizada, a questão central deste Estado passa a ser a da legitimidade e, portanto, o de sua incapacidade de institucionalizar-se pelas vias liberais e, particularmente, sua institucionalização através dos processos eleitorais. O Estado é praticamente reduzido ao Poder Executivo Federal. Centralizado e tecnocratizado o Estado passa a exercer o seu poder através de decisões autoritárias, com base no uso direto das força ou no recurso visível à coerção armada (Forças Armadas) e no uso intensivo dos meios de comunicação de massa sob o controle direto e indireto do Estado.

O monopólio da produção e difusão da informação, em mãos das grandes redes de TV e sob o controle do Estado, definem um tipo de poder político que também escapa às análises convencionais. Trata-se do poder de “construir o real”, de definir o real, de incluir e excluir atores, forças sociais no quadro do real apresentado a milhões de pessoas. As coisas, os acontecimentos, as pessoas, os movimentos sociais, as idéias, as propostas, as alternativas existem, ou não, através de um único canal, na ponta do qual se coloca a vontade de um grupo, classe e Estado. Na outra ponta milhões de pessoas recebem o pacote de imagens que se pretende passar como a realidade inquestionável. Neste Estado transnacionalizado, divorciado do pais, desaparece a divisão tradicional dos poderes: Executivo, Legislativo Judiciário.

No Brasil principalmente a partir de 1964, o legislativo apresentou milhares de projetos de lei sem conseguir transformá-los em lei, enquanto o executivo passou a legislar por decreto. Da transnacionalização do sistema de poder político e do Estado decorre a impossibilidade de controlar o poder executivo através de mecanismos políticos sensíveis às suas bases nacionais e populares. Neste quadro, os movimentos e partidos populares são submetidos à lógica das leis de segurança nacional e o povo é identificado como inimigo potencial da Nação.

As manifestações dos movimentos populares são tratadas como manifestações agressivas do inimigo do Estado. Os processos eleitorais de modo geral são banidos, por tempo fixado segundo os cálculos do poder dominante, ou controlados e manipulados de forma a não ameaçar o núcleo central do poder executivo. Os parlamentos, onde se refletem de certo modo os interesses nacionais e populares, capitalistas ou não, são transformados em instâncias decorativas chamados a legalizar os atos do poder executivo ou serem marginalizados do sistema de poder.

Texto preparado por Renê Roldan, membro da Pastoral Fé e Política, a partir das publicações de Herbert de Souza, o saudoso Betinho em 1984.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Beba água da torneira!


Beba água da torneira! Faça isso em defesa da sua saúde,
do seu bolso e do planeta

Emanuel Cancella

As multinacionais de bebidas fizeram a cabeça de grande parte do planeta. Com uma campanha milionária, venderam a idéia de que a água da torneira não presta. Nos comerciais, tentam nos encantar. Rios e córregos límpidos são exibidos como origem da água engarrafada. "A água mineral é mais saudável" dizem os donos das grandes empresas de refrigerantes, as mesmas que mercantilizam agora a nossa água.

O filme The Story of Bottled Water (A história da água engarrafada), postado no Youtube no endereço http://www.youtube.com/watch?v=KdVIsEUXIUM, traz revelações chocantes sobre a construção da falsa necessidade de consumir água mineral. Na produção, a apresentadora Annie Leonard, informa que um terço da água engarrafada dos EUA vem da torneira. A Aquafina Pepsi e Dasani Coca-cola são duas entre muitas marcas que usam água da torneira. Nada é mais caro do que a água mineral.

Um litro de água engarrafada custa mais caro que um litro de gasolina. A água industrializada custa aproximadamente de 2.000 vezes mais que a água da torneira. E ainda tem o fator ambiental. Milhões de garrafas são utilizadas para comercializar a água. Sabe para onde vão essas embalagens depois de consumidas? Cerca de 80% serão jogadas em aterros sanitários, onde essas embalagens ficarão por milhares de anos. Só os norteamericanos, segundo o curta "A história da água engarrafada", compram mais de meio bilhão de garrafas de água toda semana, quantidade suficiente para dar mais de cinco voltas ao redor do mundo. Até hoje, em minha casa só utilizávamos água mineral. Vou conversar com a família e, já adianto, de minha parte já vou trazer meu filtro de barro de volta e enchê-lo com água da torneira. E você vai fazer o quê?

[Publicado pela Agência Petroleira de Notícias - APN].

domingo, 1 de agosto de 2010

Boa Nova - comunicação cristã


Está no ar o site da Pastoral Fé e Política, desenvolvido com empenho, compromisso e muita dedicação pelo Paulo (Membro da Pastoral Fé e Política).

Este é um canal de comunicação a serviço da Fé, Politica, Bem Comum, Solidariedade, Cidadania, Fraternidade, Boa Nova, Comunidade, Setor, Região. Enfim COMUNICAR!!!

As atividades desenvolvidas na Pastoral e na comunidade serão divulgadas, assim como artigos, videos, sites que promovam a ação cristã.

O site pretende realizar a Ação de Comunicar e promover senso crítico.

A palavra Comunicar segundo o Dicionário Michaelis:
1
Fazer saber; participar: Comunicar idéias.
2 Pôr em contato ou ligação; ligar, unir.
3 Tornar comum; transmitir.
4 Propagar-se, transmitir-se.
5 Dar.
6 Conferenciar, falar
7 Corresponder-se, ter relações.

Este espaço é desenvolvido e mantido pela Pastoral Fé e Política, mas está a serviço das demais Pastorais, Movimentos e ações pela cidadania e pela vida.

Divulgue a sua Boa Nova neste espaço!
http://pastoralfp.com