terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Construção da Cidadania: enquanto sociedade, quem somos nós, quais os desafios para a construção de um país mais justo e solidário?

Pedro Aguerre*

Quais os desafios para a construção de um país mais justo e solidário, onde o povo brasileiro tenha maior bem estar e maior protagonismo social?


Como podemos, cada um de nós, ampliar nossa percepção da realidade social, desenvolvendo maior consciência da realidade social e estimulando a participação de mais pessoas na superação das grandes dificuldades sociais e econômicas?




Para fazer esta reflexão, trataremos um pouco da caracterização da população do país, tentando mostrar dois aspectos principais: a grande diversidade cultural da nossa sociedade, e algumas particularidades de ordem econômica e social.
Antes, porém, permitam-me relembrar um pouco o programa anterior. Na reflexão passada observamos que nos últimos anos têm ocorrido importantes avanços educacionais, de renda, de acesso à informação e ao consumo, permitindo uma importante redução da desigualdade social, com diminuição da pobreza e a ascensão social de muitas pessoas. Esse fenômeno, impulsionado por políticas públicas voltadas para o mercado interno e para a população teve grande impacto na vida das grandes cidades, ampliando o mercado de trabalho, multiplicando o comércio e as vendas, gerando novas expectativas de consumo e acesso aos bens. Em síntese, segundo Ricardo Paes de Barros, da Secretaria de Assuntos Estratégicos, "O Brasil saiu de 8 milhões para 24 milhões de trabalhadores formais, desde 2002.
Mas avancemos refletindo um pouco sobre quem somos nós!!
Acho que está claro para todos como a sociedade brasileira é heterogênea e diversificada. Esta diferenciação se dá entre regiões do País, como, por exemplo, as regiões Sul e Nordeste, que são tão diferentes. Mas também temos regiões onde há uma grande mistura de povos compartilhando a vida, como as regiões Sudeste e Centro Oeste. Se nos detivermos no Centro Oeste, veremos lá a grande presença tanto de sulistas como de nordestinos, integrando suas culturas e formando novas configurações culturais.
Residir no campo ou na cidade, ou morar em regiões com maior ou menor acesso aos padrões de consumo modernos são também variáveis que refletem a enorme diversidade social. E são estas as diversidades que, no âmbito de um único país, constituem a enorme riqueza cultural brasileira, com tantos padrões culturais, de consumo e gostos diferenciados. Essa diversificação tem a marca de um percurso histórico complexo e contraditório, repleto de desigualdades e abusos de poder. Muitos costumes advém de nossa raiz indígena e da enorme contribuição dos milhões de homens e mulheres trazidos para cá da África, para serem explorados como escravos. Outros povos e etnias, europeus, asiáticos, latino-americanos também foram se agregando, em diferentes épocas, ampliando esta riqueza e diversidade.
Ao longo da exploração e povoamento do território nacional foram se desenvolvendo, portanto, diferentes características regionais, muito relacionadas à época em que a colonização de cada região se processou, mas, também muito relacionada à característica geográfica, à adaptação aos diferentes biomas. Vejam que diferente é a vida dos povos amazônicos e dos povos do cerrado, com tradições alimentares e gostos tão diferentes!! E tudo isso sem perder nada da nossa festejada brasilidade, nossa cordialidade e acolhimento, nosso gosto por reuniões e festas, pelo encontro e pelo cuidado com as boas relações de vizinhança!! Pois é, este é o nosso Brasil continental, cada vez mais integrado e próximo, devido à redução das distâncias pelas telecomunicações e pelos melhores meios de transporte disponíveis.
Diante de tudo isso, contudo, o ponto central que quero destacar hoje são as grandes diferenças sociais, que sabemos que podem ser ainda mais reduzidas, com ações em várias frentes, não só nas políticas públicas mas também, e sobretudo, no nosso protagonismo social!!
Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais da FGV, mostra alguns dados interessantes, mostrando diferenças e particularidades dos diferentes perfis sociais. Como ele diz, padrões da Bélgica e de Índia: a classe A/B, dos 10% mais ricos e a classe E, dos 15% mais pobres, que vivem numa situação assemelhada à da Índia.
Vou apresentar alguns números, para refletirmos um pouco:
· As crianças de até nove anos são 27,5% dos mais pobres mas são apenas 7,1% dos mais ricos,
· Pessoas com mais de 70 anos são 1% dos mais pobres, mas chegam a 7,4% no grupo dos mais ricos,
· Quanto a raça, 75,2% da classe A/B é branca, enquanto 72,6% dos pobres são negros ou pardos,

Quanto à educação, este ainda é um artigo de luxo, pois enquanto quase a metade da elite tem pelo menos o superior incompleto, apenas em torno de um por cento dos mais pobres chegam ao ensino superior.
Estes dados mostram que, ao longo da história, o Brasil consolidou gritantes diferenças sociais. Como afirmar que todos têm as mesmas oportunidades, se há tanta diferença?
Esta reflexão sugere que temos sim que ter um olhar especial para as crianças e para a atenção aos mais velhos, situados nos grupos mais pobres. Também fica evidente a obstrução dos direitos civis da população negra, que tem pequena presença nos estratos mais ricos, mas é maioria nos mais pobres.....


*Professor da PUC-SP, colaborador da Pastoral Fé e Política e da
Escola de Governo de São Paulo


Programa construindo cidadania, um espaço utilizado pela Pastoral Fé e Política na Rádio 9 de julho. Ouça o programa no site http://www.pastoralfp.com/

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Construir cidadania: Quem somos, para onde estamos indo?

A Pastoral Fé e Política tem um espaço na Rádio 9 de julho que se propõe a construir cidadania. Estaremos disponibilizando neste espaço o conteúdo do programa.
Pedro Aguerre*


Nesta segunda década do século XXI, a sociedade brasileira vive tempos novos e estimulantes. 2012 traz perspectivas positivas, até melhores que 2011, ano em que a economia avançou e em que a qualidade de vida da população brasileira melhorou. Acredito ser possível detectar sinais de esperança no horizonte, embora ainda convivendo com níveis elevados de desigualdade, pobreza e violações dos direitos humanos.
Quase 60 milhões de pessoas foram agregadas àquilo que é chamado de nova classe média, entre 1993 e 2011, quase a população da França. O que é uma ótima notícia, pois fez com que novamente neste Natal que se passou, uma grande parcela da população pudesse participar, não só como indivíduo, com sua família, mas também como consumidora da celebração natalina, e as notícias mostraram que os campeões de vendas foram os bens de consumo durável, isto é, fogões, geladeiras, TVs, computadores, ou seja, itens essenciais para a melhoria da qualidade de vida!! Este dado se soma a outros, como o alto volume de empregos gerados no País, e acaba mostrando um lado positivo do momento atual no País. E se deve a que a renda disponível para consumo dos mais pobres continuou aumentando (em 2010, a renda das camadas sociais mais pobres aumentou em 70%, enquanto que a da nova classe média aumentou 19%). E ainda teve pequena redução nos juros e redução de impostos de alguns produtos.
RENDA DISPONÍVEL
Classe social em 2009 em 2010 variação
A/B R$ 680 R$ 991 46 %
C R$ 204 R$ 243 19 %
D/E R$ 61 R$ 104 70 %

E isto faz com que muitas famílias possam descansar e, em muitos casos, deslocar-se e visitar parentes ou usufruir de merecidas férias!!
Mas aproveitemos para provocar uma reflexão!! A mídia noticiou que o País superou a Inglaterra tornando-se a sexta maior economia do Mundo. Este dado tem duas faces, a primeira é que se trata de mais um sinal da crise que assola fortemente o chamado primeiro mundo, a Europa. A segunda é a capacidade que o Brasil tem tido para continuar crescendo, não só em épocas de tranqüilidade, mas também em contextos de crise global, como no atual período.
Mas, nós, a população em geral, a sociedade, nos sentimos participando do banquete de sermos a sexta economia do mundo? Creio que é fácil deduzir que não...
Nestes comentários para a rádio 9 de julho, nossa intenção é falar sobre nosso país, como estamos? E para isso mostraremos os desafios de nossa evolução social e econômica a cada momento, e como cada um de nós faz parte da solução!! Cidadania ativa, participação, atenção para com aqueles mais vulneráveis, enfim, tentaremos traduzir os índices e números da nossa realidade, permitindo conhecermo-nos um pouquinho mais, mas nos fazendo refletir sobre nossa realidade.
E qual é o ponto de crítica hoje? É que mesmo nas regiões mais ricas do País, coexistem níveis impressionantes de pobreza e falta de acesso aos bens sociais. Um a cada quatro habitantes na cidade de são Paulo vive com renda entre meio e dois salários mínimos!!! Com relação à região metropolitana de São Paulo, dados do IPEA, mostram que se em 2002 os muito pobres eram sete milhões, agora são 4,2. O que ainda é um mundo de gente...
E por que tanta pobreza? Por causa da grande desigualdade social, um problema estrutural, histórico, de causas complexas, como a péssima estrutura da propriedade da terra, que expulsou, nas últimas décadas, muitos milhões do campo para as cidades, de governos ditatoriais que não tinham compromisso com a melhoria da qualidade de vida da população, e de um modelo de desenvolvimento voltado para o mercado exterior e para uns poucos privilegiados. Foi isto que fez com que a diferença entre a renda média de uma pessoa pertencente ao grupo dos 10% mais ricos (5 mil reais por pessoa/mês) chegasse ao absurdo patamar de ser 39 vezes maior do que a de dos 10% mais pobres, onde, em média, uma pessoa só disporá, de R$ 137 por mês.
Bem, são questões como estas que queremos aqui discutir, mesclando dados oficiais e reflexões, procurando dialogar com um público bastante diverso, composto de homens e mulheres, de diversas idades, e que desfrutam de diferentes níveis de qualidade de vida, que estão espalhados por tantos lugares, não só em São Paulo mas também em vários municípios desta grande metrópole que abriga nossos sonhos e progressos, mas que também é o lugar do duro cotidiano, que não nos proporciona, muitas vezes, o tempo e o ambiente para responder: como contribuir para transformar esta realidade?
Passado o natal, só nos resta desejar uma ótima passagem de ano, com mais solidariedade, união e partilha entre nós!




*Professor da PUC-SP, colaborador da Pastoral
Fé e Política e da Escola de Governo de São Paulo




Se você quiser ouvir o audio do Programa Construindo Cidadania Programa na Rádio 9 de julho - 1600 AM entre no site http://www.pastoralfp.com/.



Acompanhe o trabalho da Pastoral Fé e Política através da Rádio 9 de Julho - Segundas e terças às 18h50 e quartas às 7h50.


sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Conferência Virtual Paulista sobre Transparência e Controle Social

A Conferência Virtual Paulista sobre Transparência e Controle Social ocorrerá entre os dias 23 de janeiro e 06 de fevereiro de 2012. Nesse período, qualquer pessoa poderá entrar no espaço criado no site www.consocial.sp.gov.br, apresentar suas propostas e contribuir para o aumento da transparência e do controle social.

A Consocial tem como objetivo principal ser um canal direto que garanta a todo cidadão do Estado de São Paulo a participação e a manifestação de idéias e de opiniões relativas à temática de transparência e controle social. Dessa forma, você, cidadão, poderá apresentar até cinco Propostas em cada um dos quatro eixos temáticos:
Eixo 1: Promoção da transparência pública e acesso à informação e a dados públicos;
Eixo 2: Mecanismos de controle social, engajamento e capacitação da sociedade para o controle da gestão pública;
Eixo 3: A atuação dos conselhos de políticas públicas como instâncias de controle;
Eixo 4: Diretrizes para a prevenção e combate à corrupção.

As propostas serão sistematizadas e posteriormente 20 serão levadas para a Conferência Estadual de Transparência e Controle Social que vai ocorrer em março.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Politica na TV Aparecida

No dia 16 de janeiro, segunda-feira, o programa Et Cetera da TV Aparecida abordou a questão política e contou com a presença do Dr. Luciano Santos que atua junto ao Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral.


quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Coalizão contra Usinas Nucleares

Relato da reunião da Coalizão contra Usinas Nucleares realizada ante-ontem dia 18 de janeiro.


Nova reunião no dia 8 de fevereiro, (18 horas – ADUSP - Associação dos Docentes da USP, no campus da USP, Av. Prof. Luciano Gualberto, trav. J, 374, atrás do prédio da Antiga Reitoria, contornando-o à direita de quem o olha de frente).



Proposta: realizar um evento em 11 de março, dia do 1º aniversário do desastre de Fukushima.
A rede francesa “Sortir du nucléaire” está organizando um grande evento nesse dia: uma “corrente humana” contra o nuclear e em solidariedade com os japoneses, com pessoas que se dêem as mãos nos 235 quilômetros que ligam Lyon a Avignon (ver http://chainehumaine.org/). Os organizadores nos contataram propondo-nos que também o façamos aqui no Brasil, no dia 11.
Companheiros nossos de Angra dos Reis, Rio de Janeiro, Bahia e Recife estão pensando nisso, já que tais “correntes humanas” podem atrair bastante os meios de comunicação de massa.
O que pensamos fazer aqui em São Paulo foi o seguinte: instalar no domingo dia 11 de março, ao longo de toda a Av. Paulista (a cada quarteirão), mesinhas de coleta de assinaturas para nossa Iniciativa Popular, das 14 às 17 horas, com cartazes que expliquem de que se trata e a distribuição de nosso folheto e outros materiais de esclarecimento. Às 17 horas todos que estiverem nessas mesinhas se darão as mãos (começando de cada um dos dois finais da avenida), formando a nossa “Corrente Humana”: um cordão cada vez maior, que vá se aproximando do vão do MASP. Lá chegando, será lido o Manifesto da Coalizão, que já recebeu mais de 800 assinaturas de adesão (esses signatários serão convidados a estarem também presentes no vão do MASP).
Alem desse ato, organizaremos uma ou duas sessões de cinema, em outros locais, com os filmes do acervo da ONG do Rio Uranium Film Festival que estiverem accessíveis.
Nossa reunião do dia 8 de fevereiro será portanto uma reunião organizativa dessas atividades, em que discutiremos os detalhes necessários, distribuiremos funções e tarefas, decidiremos sobre cartazes e materiais de difusão, camisetas ou outros distintivos que todos usem nas mesinhas, contato com os meios de comunicação, etc., etc., etc.
Queremos portanto convidar todos vocês a se incorporarem a essas atividades, da forma que for possível para cada um, assim como conseguir mais adesões. Precisaremos de muita gente para ter uma mesinha de coleta em cada esquina da Paulista... (e talvez a ajuda dos voluntários de Greenpeace). Quem puder vir à reunião do dia 8 será portanto mais do que bem-vindo/a, e quem não puder por favor nos diga em que pode ajudar.
Recebi ontem a noticia de que o Parlamento alemão adiou para a semana do 27 de fevereiro sua decisão sobre a continuidade da Garantia Hermes para Angra III.




Quanto à reunião do ultimo dia 18, desta vez participaram 17 pessoas. Ela foi muito animada, especialmente porque contou com a presença dos professores Joaquim Francisco de Carvalho e Ildo Sauer, ambos do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP do qual Ildo é Diretor. Como eles estão entre as maiores autoridades científicas brasileiras na questão nuclear, a primeira hora e meia foi consagrada a esclarecimentos de dúvidas dos participantes, que foram atendidos com muita atenção. Foram levantadas muitas questões sobre a matriz energética brasileira e seus custos e o nuclear dentro dela, sobre a questão do lixo nuclear como tenebrosa herança deixada às gerações futuras, e sobre a Garantia Hermes e o modo de abordá-la para tentar obter sua suspensão. E foi discutida a proposta de realizar um evento com palestras dos professores e perguntas dos presentes na semana de 20 a 25 de março.



Pedro Torres, da Greenpeace criou, em setembro, a lista de discussão http://groups.google.com/group/coalizao-contra-usinas-nucleares?hl=pt-BR, todos que queiram “entrar na lista”, ou seja, receber tudo que seja difundido por meio dela e enviar a todos idéias, comentários e propostas, escrevem para Pedro Torres , dizendo, no assunto do seu mail: “quero entrar na lista da Coalizão”.




Fonte: Coalizão contra Usinas Nucleares

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Rede Nossa São Paulo lança nova edição do IRBEM e apresenta o Quadro da Desigualdade na cidade



A Pastoral Fé e Política acompanhou o evento promovido pela Rede Nossa São Paulo lançou nesta quarta-feira (18) a quinta edição da pesquisa encomendada ao Ibope com a percepção dos paulistanos sobre a cidade, que inclui a terceira edição do IRBEM (Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município). Foram entrevistados 1.512 moradores da capital paulista com 16 anos ou mais entre os dias 25 de novembro e 12 de dezembro de 2011. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.
O IRBEM revela como anda o nível de satisfação dos paulistanos em relação à qualidade de vida e bem-estar em São Paulo. A pesquisa aborda 25 temas, alguns com aspectos subjetivos como Sexualidade, Espiritualidade, Aparência, Consumo e Lazer e outros que tratam de condições mais objetivas de vida, como Saúde, Educação, Meio Ambiente, Habitação e Trabalho.
O levantamento apresenta também, pelo quinto ano consecutivo, o nível de confiança da população nas instituições (Prefeitura, Câmara Municipal, Polícia Militar, Poder Judiciário etc) e a avaliação do poder público e dos serviços por ele oferecidos. Tempo de espera por consultas (nos sistemas público e privado) e tempo de espera nos pontos de ônibus são algumas das perguntas que compõem a pesquisa.
Alguns destaques da pesquisa Rede Nossa São Paulo / Ibope:
- 70% dos entrevistados afirmaram utilizar ônibus todos os dias. O tempo médio de espera nos pontos de ônibus é de 22 minutos. (a pergunta foi aplicada pela primeira vez, portanto não há comparativo com os anos anteriores);
- 56% dos entrevistados afirmaram que, se pudessem, mudariam de cidade. No ano passado, esse número era de 51%;
- Das 25 áreas avaliadas pelo IRBEM, 19 áreas receberam notas abaixo da média, que é 5,5. As piores notas foram para as áreas “Desigualdade Social”, “Acessibilidade para Pessoas com Deficiência” e “Transparência e Participação Política”;
- E entre os 169 itens que compõem o IRBEM, 74% (125) deles estão abaixo da média;
- A nota geral para a qualidade de vida na cidade apresentou leve queda: passou de 5,0 em 2010 para 4,9 em 2011;
- A sensação de insegurança cresceu significativamente em São Paulo: em 2010, 24% consideravam a cidade “nada segura” para se viver. Em 2011, o número passou para 35%;
- Entre os principais medos do paulistano, “assalto/roubo” ficou em primeiro lugar, com 69% das respostas – em 2010 o item estava em segundo lugar e tinha 59% das respostas. Chama a atenção a preocupação com “atropelamentos”: passou de 12% para 17%;
- No serviço público de saúde, o tempo médio de espera para atendimento permanece alto: para a realização de consultas, 52 dias (61 em 2010); para a realização de exames, 65 dias (76 em 2010); e para procedimentos mais complexos, 146 dias (166 em 2010);
- No serviço privado de saúde, o tempo médio de espera para uma consulta é de 15 dias, para exames é de 17 dias e para procedimentos mais complexos, 39 dias. (a pergunta é inédita, não há comparação com edições anteriores);
- A avaliação do poder público municipal registrou queda acentuada. Quando questionados sobre a “atual administração municipal”, 30% a consideraram “ruim/péssima”. Em 2010, o número estava em 21%. Sobre a “subprefeitura da região”, 31% consideram “ruim/péssima”, contra 23% na edição anterior. E com relação à Câmara dos Vereadores, o percentual de avaliações “ruim/péssima” aumentou de 36% para 42%;
- Também houve queda na confiança dos entrevistados em relação a todas as instituições e órgãos públicos apresentados no questionário.
- Bombeiros (86%), Correios (81%), Metrô (74%) e Sabesp (70%) foram os que mais receberam respostas de confiança;
- Câmara dos Vereadores (69%), Tribunal de Contas do Município (63%), Prefeitura de São Paulo (64%) e Subprefeituras (59%) foram, nesta ordem, os que mais receberam respostas de desconfiança.
Os resultados da pesquisa e o quadro de desigualdade da cidade foram comentados por pré-candidatos e representantes de pré-candidatos a prefeito de São Paulo de seis partidos políticos (PMDB, PSOL, PCdoB, PPS, PT e PV). O PSDB, embora também convidado, não enviou representante ao evento.

Veja o evento, oIRBEM e o Mapa da Desigualdade no site da http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/node/17352

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Fórum Social Temático 2012

O Fórum Social Temático 2012 é um evento altermundista organizado por um grupo de ativistas e movimentos sociais ligados ao processo do Fórum Social Mundial. O tema de 2012 é Crise Capitalista, Justiça Social e Ambiental. O FST 2012 se propõe ser um espaço de debates preparatórios para a Cúpula dos Povos, reunião alternativa à cúpula das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que acontece em junho, no Rio de Janeiro.


O FST 2012 vai acontecer em Porto Alegre, Canoas, São Leopoldo e Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, Brasil, de 24 a 29 de janeiro.


O FST 2012 é organizado por um grupo de movimentos e organizações sociais brasileiras e internacionais com apoio do Conselho Internacional do FSM e que contam com o apoio dos Governos Brasileiro, Gaúcho, da UFRGS, Assembléia Legislativa do RS e das prefeituras das quatro cidades anfitriãs.


O Fórum Social Temático é um evento que se insere no processo altermundista iniciado pelo Fórum Social Mundial, em 2001.


O tema do FST 2012, "crise capitalista e justiça social e ambiental" Significa que as atividades do FST 2012 vão debater questões referentes a esses três temas:



  1. A crise capitalista que atinge a Europa principalmente e a busca por justiça social.


  2. A proximidade da cúpula da ONU para o desenvolvimento sustentável (Rio+20), que acontece em junho, no Rio de Janeiro, e


  3. A Cúpula dos Povos, reunião alternativa à Rio+20, colocam a pauta ambiental em evidência e motivam a formulação pelos movimentos sociais de propostas alternativas às que serão apresentadas pelos governos.

Há quatro maneiras principais de participar do FST 2012:


Atividades Autogestionadas


Para participar do Fórum com sua Atividade Autogestionária, basta preencher o formulário em www.fstematico2012.org.br e aguardar o contato da equipe organizadora para confirmar sua oficina. Qualquer dúvida mande email para fstematico2012@gmail.com, ou ligue para +55 51 3212-1680.


Voluntários


Para participar do Fórum como voluntariado, basta preencher o formulário em www.fstematico2012.org.br e aguardar o contato da equipe organizadora. Qualquer dúvida mande email para fstematico2012@gmail.com, ou ligue para, +55 51 3212 - 1680.


Participantes


Preencha a ficha em www.fstematico2012.org.br, e pague a taxa de inscrição de R$ 20. Qualquer dúvida mande email para fstematico2012@gmail.com, ou ligue para, +55 51 3212-1680.


Grupos Temáticos


Para acompanhar virtualmente os Grupos Temáticos, visite www.dialogos2012.org. No mesmo endereço, é possível se inscrever para fazer parte de um dos grupos ou criar novos grupos de discussão. Os Grupos Temáticos são 13 e são responsáveis pela formulação de propostas referentes às questões do desenvolvimento sustentável e o meio ambiente. Eles vão finalizar seus trabalhos nos dois primeiros dias do Fórum (25 e 26 de janeiro) e vão se fundir em 4 Eixos Temáticos nos dois últimos dias do evento (27 e 28 de janeiro), quando as propostas serão integradas.


Grupos de Trabalho


Para ajudar na operacionalização do FST 2012 fazendo parte de um dos GTs, entre em www.fstematico2012.org.br ou ligue para +55 51 3212 -1680.


Fonte: http://www.forumsocialmundial.org.br

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

IRBEM Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município de São Paulo

A Rede Nossa São Paulo lança no próximo dia 18 de janeiro, às 10h, no Teatro Anchieta no SESC Consolação, a quinta edição da pesquisa encomendada ao Ibope com a percepção dos paulistanos sobre a cidade, que inclui a terceira edição do IRBEM (Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município).


Ao abordar 25 temas que os moradores da capital paulista consideram importantes, o IRBEM revela o nível de satisfação dos paulistanos em relação à qualidade de vida e bem-estar na cidade. O levantamento vai trazer também, pelo quinto ano consecutivo, o nível de confiança da população nas instituições públicas e a avaliação do poder público e dos serviços por ele oferecidos.

Além do lançamento dos resultados da pesquisa, o evento terá a apresentação do Quadro da Desigualdade em São Paulo, uma análise comparativa dos indicadores por subprefeituras e distritos da cidade.


Foram convidados os pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo nas eleições de 2012 para comentarem os resultados da pesquisa e o quadro. Fernando Haddad (PT), Gabriel Chalita (PMDB), Soninha Francine (PPS) e Netinho de Paula (PC do B) já confirmaram presença. Maurício Costa, presidente do diretório municipal do PSOL, também participará do encontro.

Confirme sua presença pelo e-mail andrea@isps.org.br.

Lembre-se: III Edição do IRBEM e Apresentação do Quadro da desigualdade em SP
Data: 18 de janeiro, quarta-feira
Horário:10h às 12h30
Local: Teatro Anchieta – SESC Consolação - Rua Dr. Vila Nova, 245 – Vila Buarque

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

“O ato mais entreguista da história foi o leilão de petróleo para Eike"

Em entrevista à Revista ADUSP, o professor Ildo Luís Sauer, diretor do Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEEUSP), se diz um “fruto do programa nuclear brasileiro”, pois, quando estudante, o regime militar — interessado em formar quadros para tocar as dezenas de usinas que pretendia construir no país após o acordo com a Alemanha — lhe concedeu bolsa de iniciação científica, “bolsa para fazer o mestrado e o doutorado em engenharia nuclear e outras coisas mais”. Ao longo de sua trajetória acadêmica, porém, Sauer convenceu-se de que a energia nuclear não convém ao Brasil, e passou a dedicar-se mais à energia elétrica e ao petróleo.
Foi diretor de Gás e Energia da Petrobras entre 2003 e 2007, período que cobriu o primeiro mandato do presidente Lula e o início do segundo, e no qual tinha a expectativa de amplas mudanças na área de energia e petróleo. Orgulha-se de haver participado das decisões que levaram à descoberta das jazidas do Pré-Sal. Mas frustrou-se ao constatar que, ao invés da reforma que ele e o físico Pinguelli Rosa propuseram a pedido do próprio Lula, o governo tomou medidas que fortaleciam os agentes privados, em detrimento das empresas públicas e da sociedade em geral.
Nas páginas da entevista Sauer desfecha contundentes ataques às políticas de energia do governo, com destaque para a continuidade do modelo do setor elétrico herdado de Fernando Henrique Cardoso e — em especial — para a realização do leilão de “áreas de risco” da franja do Pré-Sal que acabaram por ser arrematadas por Eike Batista e sua OGX, fazendo desse empresário um dos homens mais ricos do mundo. O diretor do IEE não mede palavras ao opinar sobre o que ocorreu: “O ato mais entreguista da história brasileira, em termos econômicos. Pior, foi dos processos de acumulação primitiva mais extraordinários da história do capitalismo mundial. Alguém sai do nada e em três anos tem uma fortuna de bilhões de dólares”.
Quanto à contestada Belo Monte, Sauer, diferentemente de uma parte dos críticos, considera que a usina preenche todos os requisitos técnicos de operação. O problema, afirma incisivamente, “não é técnico, não é econômico, o problema lá é simplesmente político”, porque, em função dos erros do governo e da falta de planejamento, “ressuscitou-se um projeto longamente gestado pelo governo militar”, e assim “de certa forma um governo democrático e popular se serve da espada criada pelos militares para cravá-la no peito dos índios e camponeses, com métodos que não deixam nada a dever à ditadura de então, em relação à forma como a usina foi feita, de repente”.
Procuradas pela reportagem, as assessorias de comunicação da presidenta Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula informaram que eles não comentariam as declarações do professor.
A entrevista foi concedida a Pedro Estevam da Rocha Pomar e Thaís Carrança e ao repórter-fotográfico Daniel Garcia.

Leia a integra da entrevista