terça-feira, 14 de agosto de 2012

Leitura orante da Bília e as eleições - parte 2


Marília Amaral*
Ontem fizemos a leitura do livro do Êxodo 18,13-24.
Hoje iremos comentar a respeito do texto, conforme o subsídio do CEBI sobre as eleições intitulado: “Não será assim entre vós! Política e ética nas eleições”.
Primeiramente Jetro, que é sogro de Moisés, estranha a situação ao ver todo o povo sendo julgado por Moisés; o texto ainda detalha que enquanto Moisés está sentado só, todo o povo está em pé.
Quando a gente vê um texto assim até se pergunta onde, na história, aconteceu o progresso, a civilização. Porque se em 1400 a.C, data aproximada em que o Êxodo foi escrito, o povo já passava o dia em filas longas à mercê de um poder centralizador, o quê foi feito ao longo desses 3.400 anos? 
Acho que essa é uma boa pergunta para fazermos para nossos candidatos e candidatas à prefeitura de São Paulo. O que vocês acham? E vejam mais uma vez a coincidência, somente Jetro se dá conta disso. Quantas pessoas que vivem essa situação hoje em dia percebem que tem alguma coisa de errado e age para mudar ou pelo menos para propor mudanças?
Na resposta de Moisés podemos perceber talvez, uma falha em sua liderança, já que ele também acha que é normal que apenas ele julgue os problemas do povo mediante as leis de Deus. Na dúvida, no atrito entre pensamentos opostos aquele povo procurava por sua intercessão, já que “Deus tinha lhe dado o poder”.
Jetro então insiste que aquele situação não era certa e garante-lhe que Deus estará com Moisés, ao fazer o que ele iria propor. Uma vez declarado os estatutos e as leis, uma vez que esse conhecimento fosse entregue ao povo, Moisés poderia escolher homens retos, eficientes, éticos e sem ganância para julgar os assuntos com ele, sendo que Moisés ficaria apenas com os problemas mais graves.
A forma de descentralização do poder, meus irmãos e minhas irmãs, é um dos pontos importante que devemos fazer para analisar em qual candidato ou candidata iremos votar.
Vejam bem, o atual prefeito indicou 30 subprefeitos que são militares. Independentemente de suas competências, não parece estranho termos esse corporativismo nas administrações das subprefeituras?
Pensem então, em quem são as pessoas que vamos eleger. É famoso o ditado: “Diga-me com quem andas e eu te direi quem és.” Já nos prevenia a Marta nas eleições passadas, que o Kassab era companheiro do ex-prefeito Celso Pita.
Quem serão os eleitos, os indicados pelo prefeito, ou até mesmo pelos vereadores... é isso mesmo, conforme artigo publicado na página da Escola de Governo alguns vereadores só irão apoiar os projetos do prefeito se em troca este nomear “algum indicado de algum vereador.”
Dessa forma, as subprefeituras se transformam em verdadeiros feudos. Se não é o subprefeito diretamente o indicado, os principais assessores são de algum vereador. E esta garantia é fundamental para o subprefeito assumir ou permanecer no cargo. Caso não tope, no caso atual, pegue seu quepe e vá embora.”

Com essa base que passamos já é possível iniciar um debate entre os participantes do seu grupo de Fé e Política. Se precisarem de mais informações, ou de mais fontes para poderem explicar o tema, mandem um e-mail para contato@pastoralfp.com 
Lembro finalmente, que no próximo sábado, dia 11/0/8 haverá a reunião da Pastoral Fé e Política a partir das 9h30 na Paróquia Santana, próximo à estação Santana.

*Membro da Pastoral Fé e Política.
Programa da Pastoral exibido na Ciranda da Comunidade, Rádio 9 de julho em 07/08/2012.

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