quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Responsabilidade e compromisso cristão - parte 2


Marilia Amaral*

Vamos retomar o texto lido ontem, do Evangelho de Marcos, que narra a traição de Judas.
Deixamos algumas perguntas e peço mais uma vez, que as considerações que vocês fizerem individualmente ou em seus grupos que sejam enviadas para o e-mail da Pastoral para que possamos compartilhá-las com outros grupos que nos ouvem. O e-mail é contato@pastoralfp.com. No site da Pastoral tem o meu e-mail pessoal que vocês também podem se comunicar comigo: mariliaamaral@uol.com.br, mas para isso, preciso que vocês coloquem no assunto: “Ciranda da Comunidade”, porque do contrário a mensagem será classificada como lixo eletrônico.
Voltando ao tema: Responsabilidade e compromisso cristão, vamos fazer algumas considerações sobre a leitura e sobre a nossa realidade.
Segundo Euclides Balancin, no livro: “Como ler o Evangelho de Marcos”, da Paulus, Judas, o traidor, “se une aos opositores de Jesus a troco de dinheiro”. No momento de escolher entre ficar ao lado do povo marginalizado, de resgatar a dignidade do ser humano, de optar em ficar a favor ou contra Jesus, “um de seus seguidores, escolheu ficar do lado das autoridades”. Um daqueles que caminhava com Jesus é que iria fazer a aliança não com o Projeto de Deus, a nova e eterna aliança, mas com um poder temporário, levando o Mestre à cruz. Logo, não é Deus que nos entrega nas mãos da morte. Quando olhamos para este mundo e pensamos que é Deus que quer que existam desigualdades, que Deus deu a alguns o bilhete premiado de viver uma vida digna e abundante e a outros confiou a morte, a desgraça, a humilhação, a miséria, saibam que são nossas autoridades que nos confiam estes últimos destinos.
Num gesto nada conhecido, Judas concretiza sua escolha com um beijo. Por que?
“Provavelmente, Jesus se tornara uma decepção para ele, que esperava um Messias glorioso e com a bandeira zelota. O andamento das coisas talvez lhe tivesse feito pressentir que as atitudes de Jesus caminhariam para o fracasso e ele não queria ser um perdedor”.
Essa atitude de Judas, com certeza, foi uma atitude de corrupção. “Judas, como seguidor de Jesus, sabia que, se acontecesse alguma coisa com o mestre, seus seguidores poderiam sofrer perseguições e até ser presos como cúmplices.”
Trazendo este Evangelho para a nossa realidade: vejam vocês que o lema da Lei 9.840/99 que é a Lei do combate à Corrupção Eleitoral, da compra de votos, é “Voto não tem preço, tem consequência”.
Percebam que a forma usada para Judas vender Jesus foi com um beijo. E é exatamente isso que políticos desonestos fazem. O beijo é a metáfora perfeita, é um gesto simples, inocente e até puro. A oferta desses políticos também, é uma caixa d’água, vaga na creche, dentadura, cestas básicas, ou seja, aquilo de mais simples e necessário para alguns eleitores e eleitoras.
Mas nós temos que nos conscientizar de que ao recebermos essas “30 moedas de prata”, assim como Judas, iremos nos comprometer com esse sistema desigual, desumano e mortal cada vez mais.

Não podemos receber essas moedas porque elas contêm o sangue de nosso salvador, de nossos mártires, de nossos irmãos e irmãs mais necessitados.
Pelo contrário, devemos nos unir ao Cristo ressuscitado e com ele denunciarmos qualquer irregularidade nas campanhas eleitorais.
O Disque Denúncia Eleitoral funciona de segunda a sexta das 08:00 às 20:00 e aos Sábados das 8:30 às 14:00. Para as Capitais e Regiões Metropolitanas, o número do telefone é 4003-0278 e para as Demais Localidades: 0800 881 0278.
Na dúvida, denuncie para o Ministério Público, que ele é que será responsável em averiguar se a acusação procede ou não.

*Membro da Pastoral Fé e Política.
Programa desenvolvido pela Pastoral Fé e Política e exibido na Rádio 9 de julho em 14/08/2012.

Nenhum comentário:

Postar um comentário