-31/05/2013
Campo Grande-MS,
30 de maio de 2013
Governo do
Estado, Poder Judiciário, Estado Brasileiro e Governo Federal, responsáveis de
repressão, violência e morte de indígenas em Mato Grosso do Sul
Manifesto
urgente dos movimentos sociais, de entidades e organismos de defesa dos
direitos humanos de Mato Grosso do Sul perante a repressão e mortes na Terra
indígena Buriti
Em 22 de
maio de 2013 os movimentos sociais de Mato Grosso do Sul emitiram um manifesto
de solidariedade com os indígenas Terena da Terra Indígena Buriti, município de
Sidrolandia/MS, 80 km
de Campo Grande, alertando o seguinte:
“Qualquer
desenlace da situação que fira ainda mais os direitos humanos da população
Terena; das crianças, dos idosos, da juventude, dos homens e das mulheres que
participam da ação, será de exclusiva responsabilidade das autoridades federais
e estaduais que têm na Constituição Brasileira o amparo e o império da única força
capaz de trazer solução e paz para os povos indígenas de Mato Grosso do Sul. E,
a única solução, e a única paz que querem os povos indígenas são aquelas que
hão de vir do cumprimento da própria Constituição que exige o reconhecimento e
a demarcação dos territórios indígenas”.
Oito dias
depois, a repressão, violência e morte chegaram na área para os indígenas, com
a atuação da Policia Federal e Policia Militar de Mato Grosso do Sul que acabou
com o assassinato de Oziel Gabriel, e com uma centena de feridos, dentre eles,
crianças, mulheres, e idosos.
Condenamos e
repudiamos energicamente os fatos acontecidos na Terra Indígena Buriti e
responsabilizamos pelos mesmos ao Governo do Estado de MS, inimigo declarado
dos povos indígenas; ao Poder Judiciário, que com facilidade dita as ordens de
despejos contra os indígenas e com a mesma facilidade libertou este ano a um
fazendeiro assassino confesso que declarou o crime e entregou sua arma na
Delegacia; ao Estado brasileiro e ao Governo Federal, por não cumprir o
mandato constitucional de demarcação das terras indígenas no Estado, que esta
com 20 anos de atraso.
Exigimos a
imediata libertação dos 18 indígenas que estão presos na Policia Federal.
Chamamos aos
trabalhadores do campo e da cidade, estudantes, camponeses, indígenas e
quilombolas a se somar ativamente às Jornadas Unitárias de Lutas que
vão acontecer no Estado nos próximos dias, para repudiar a violência, defender
a vida, exigir a demarcação das terras indígenas e quilombola, a implementação
de reforma agrária no Estado, para repudiar o latifúndio e o agronegocio, lutar
contra o agro-capital e atuar ativamente em defesa da soberania popular.
Nossa irrestrita
e incondicional solidariedade com o Povo Terena que, depois de vários dias de
deliberações na III Assembléia Geral do Povo Terena e Primeira Assembléia Geral
dos Povos Indígenas de Mato Grosso do Sul, realizada na mesma área de retomada,
na Terra Indígena Buriti, de 08
a 11 de maio de 2013, perante a inação e recuo do Estado
e Governo Brasileiro de sua obrigação em fazer cumprir a Constituição Federal
no que respeita à demarcação dos territórios indígenas no Estado, decidiu fazer
um legítimo ato de defesa de seus direitos consuetudinários e constitucionais,
retomando as áreas que lhes pertence historicamente.
VIVA A DIGNA
LUTA DOS POVOS INDIGENAS NO MS
VIVA A LUTA DOS
POVOS DA TERRA
Assinam:
Comissão
Pastoral da Terra (CPT-MS)
Conselho
Indigenista Missionário
Central Única de
Trabalhadores (CUT-MS)
Federação dos
Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (FETEMS)
Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra-MST
ONG Azul
Conferência dos
Religiosos do Brasil (CRB-MS)
Movimento de
Mulheres Camponesas (MMC-MS)
Marcha Mundial
das Mulheres (MMM)
Comitê de Defesa
Popular de Dourados (Fórum de entidades)
Conselho Aty
Guassu Kaiowa-Guarani
Comissão
Permanente de Assuntos Indígenas da Ordem dos Advogados do Brasil
(COPAI-OAB-MS)
Tribunal Popular
da Terra – MS
Centro de Defesa
de Direitos Humanos – Marçal de Souza Tupã’i (CDDH)
Valdelice
Veron-Membro da comissão aty Gwasu.
Ernesto
Veron-Liderança Terra Indigena Pindo Roky-Caarapo-MS
Nhandesy Julia
Cavalheiro Veron-Terra Indigena Takwara-Juti-MS
Nhandesy Carmen
Rios Terra I Indigena Takwara-Juti -MS.
Nhanderu-Sergio
Paulo Takwara -Juti MS
Coletivo Terra
Vermelha
Comitê Nacional
de Defesa dos Povos Indígenas de Mato Grosso do Sul (CONDEPI)
Comissão
Pastoral da Terra-Nacional
CONERQ-Coordenação
Estadual das Comunidades Negras Rurais Quilombolas
Comitê MS Contra
os Agrotóxicos
Associação dos
Pequenos Produtores Rurais de Furnas do Dionísio
CSP-Conlutas
Coletivo
Levante-Oposição de Esquerda da UNE
Rede Nacional de
Advogados Populares-RENAP-MS
Centro de
Documentação e Apoio aos Movimentos Populares-CEDAMPO
Conselho
Continental da Nação Guarani
APIB-Articulação
dos Povos Indígenas do Brasil
Rede de Educação
Cidadã de MS
MCLRA- Movimento
Camponês em Luta Pela Reforma Agrária
Diretório
Central de Estudante-UFGD
DACLOBI –
Diretório Acadêmico Clovis Bevilaqua – Direito UCDB
Instituto Mãe
Terra
Grupo
Terra-Território (GETT/UFMS)
Associação dos
Geógrafos Brasileiros – Seção Três Lagoas/MS – (AGB/TL)
EFAR- Escola
Família Agrícola Rosalvo da Rocha Rodrigues
COAAMS- Centro
de Organização e Apoio aos Assentados do Mato Grosso do Sul
UNEFAB- Antonio
Baroni Rocha- Presidente da União Nacional das Escolas Famílias Agrícolas do
Brasil.
AEFACOT-
Associação das Escolas Famílias Agrícolas do Centro Oeste e Tocantins
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