sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Doutrina Social da Igreja - Encíclica Centesimus Annus


Marilia Amaral*

Um Feliz e Santo Natal a todas e a todos!
Ontem falávamos sobre os cursos disponíveis para o ano que vem. Se você perdeu o programa de ontem ou qualquer outro programa e quiser saber o que foi dito, é possível encontrar os textos no site da PFP: www.pastoralfp.com.
Continuando os estudos da DSI, vamos ver a síntese de suas características feita por Ildefonso Camacho e publicadas no Caderno 1 dos Temas da DSI. Essa síntese foi feita a partir da Encíclica Centesimus Annus de João Paulo II (números 53 a 61), publicada em 1991.
A Doutrina Social da Igreja justifica-se a partir da atenção ao homem real e concreto, entendido como ser social.”
Aqui não é possível fazermos um estudo teológico a respeito do homem e da mulher sem entendê-los como um ser social, mas principalmente sem conhecer a sua realidade, suas dificuldades, seus anseios, suas necessidades.
A DSI é um instrumento de evangelização: com os olhos voltados para o anúncio da salvação, preocupa-se com todos os demais problemas que afetam o homem.
É possível perceber que o quê a Igreja entende por evangelização não limita-se ao anúncio, mas traz consigo a mesma preocupação social que o próprio Jesus Cristo tinha com o povo que o seguia e que lhe clamava pelas ruas.
“A DSI supõe a colaboração das igrejas locais pra aplicá-las às diversas situações.”
Perfeita a colocação da Igreja, uma Igreja Universal, mas com características próprias, por isso mesmo precisa da ajuda para aplicar seus ensinamentos em situações próprias, em situações locais.
“A DSI é, antes de mais nada, fundamento e estímulo para a ação; hoje, mais do que nunca, tornar-se-á digna de crédito pelo testemunho das obras: é aí que encontra sentido a opção preferencial pelos pobres.”
Como poderia a Igreja anunciar Jesus Cristo se não dá testemunho dEle? Aquele mesmo Jesus que comia com os publicanos, que se deixou ser lavado pelas lágrimas de uma pecadora, que disse que veio para curar os enfermos: é Ele que nos leva a amar o pobre, pela injustiça de sua condição social.
“A DSI exige a promoção da justiça: não só dando do supérfluo, mas ajudando os povos a entrar no círculo do desenvolvimento, transformando as estruturas, criando órgãos internacionais de controle e orientação.”
Quantos pobres, e aqui no sentido de pobres de coração, quantos infelizes se acham privilegiados por poderem ajudar, por fazerem caridade com o muito que Deus lhes deu! Deus não dá nada a um filho, se precisar tirar de outro! Tudo o que as pessoas têm demais é porque estão roubando, não deixando que os que têm de menos participem de um desenvolvimento digno da pessoa humana.
“A DSI tem uma dimensão interdisciplinar e uma dimensão prática e experimental.”
“A DSI exige a colaboração de todos para ser posta em prática: das Igrejas cristãs, das religiões, de todos os homens de boa vontade.”
“A DSI vem mantendo uma constante ao longo destes cem anos: a defesa do homem.”
Uma vez que Jesus Cristo, verdadeiro Deus, verdadeiro homem, se colocou nessa condição, é dever da Igreja defender o homem e a mulher nos quais Jesus se faz presente.

Membro da Pastoral Fé e Política da Arquidiocese de São Paulo.
Programa exibido na Rádio 9 de Julho em 25/12/2012. 

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