Marilia Amaral*
No dia 26 de
novembro aconteceu a 1ª Audiência Pública sobre o Orçamento 2013.
Apesar da Prefeitura ainda não
ter disponibilizado o registro escrito da audiência, no site da Câmara
Municipal, neste mesmo site consta uma notícia sobre o evento.
Um ponto muito importante que já
comentamos aqui são os investimentos com transportes. Houve um questionamento
do vereador Milton Leite (DEM) a respeito da quantia destinada à essa área. A
verba prevista, de R$ 660 milhões, é a mesma do ano de 2012, sendo que neste
ano já não foi suficiente: “a prefeitura deve encerrar o ano com R$ 960 milhões
gastos em subsídios”.
Quero destacar aqui a importância
da presença da população nessas audiências. Moradores da Vila Sônia
participaram da audiência e se manifestaram rejeitando a criação de um terminal
rodoviário interestadual, sendo que foi entregue à Comissão de Finanças e
Orçamento um abaixo assinado com mais de 3 mil nomes contra a construção desse
terminal. Esse posicionamento dos moradores da Vila Sônia se deve também porque
tal obra implicaria na desapropriação de 72 casas; e a entrega do
abaixo-assinado ocorreu devido à Prefeitura agir, segundo eles, de forma
contrária ao Estatuto das Cidades, que institui a “gestão compartilhada com os
cidadãos”.
Na audiência do dia 26 estavam
presentes, ainda, artistas e arte-educadores que apresentaram suas propostas.
Entendem porque eu insisto em
convocá-los a iniciarem os trabalhos em suas paróquias, criando uma Pastoral de
Fé e Política? Entendo que talvez vocês até saibam da importância, mas sentem
alguma dificuldade em conversar com seus párocos ou até mesmo com a comunidade
ou o Conselho Pastoral Paroquial, já que lamentavelmente muitas pessoas ainda confundem
Política com politicagem.
Nesse caso, entrem em contato
conosco pelo e-mail da pastoral: contato@pastoralfp.com,
que procuraremos ajudá-los na medida do possível.
Quanto maior for a nossa presença
no controle da administração pública, tanto menor será a corrupção e o mau uso
do dinheiro público. Insisto em lembrar do filme Vida de Inseto: somos muito
mais “formigas” do que “gafanhotos” e eles sabem disso, mas tentam nos
intimidar com sua força, com seu poder.
Mas na vida real, o poder é do
povo: vivemos numa democracia. Esses agentes políticos, prefeitos, vereadores,
governadores, deputados e até a presidente, apenas nos representam. Acontece
que para nos representarem devidamente, temos que lembrar-lhes, constantemente,
qual é a nossa vontade, quais são as nossas necessidades.
E nós cristãos, que rezamos o Pai
nosso, devemos enxergar nossas necessidades em comunidade, para que o pão
também seja nosso.
*Membro da Pastoral Fé e
Política da Arquidiocese de São Paulo.
Programa da Pastoral apresentado na Rádio 9 de julho em 03/12/2012
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