Marilia Amaral*
Avançando
nos nossos estudos sobre a Doutrina Social da Igreja, veremos hoje quais são os
princípios elencados pelo Pe. Adolfo Zon Pereira, no livro Temas da Doutrina
Social da Igreja, da CNBB. São eles:
-
A participação dos cidadãos na vida pública;
-
O pluralismo social e ideológico;
-
O respeito e a promoção dos Direitos Humanos;
-
A divisão dos poderes no Estado de Direito;
-
A vinculação ao direito; e
-
A autonomia dos grupos sociais.
Vejamos
cada um deles, relacionando-os com os princípios presentes na Constituição.
1.
A participação dos cidadãos na vida pública.
Essa
participação está intimamente ligada à Cidadania, lembrando que nem toda pessoa
é cidadã, segundo o Direito. Para ser cidadão ou cidadã a pessoa tem que ser
uma pessoa física, isto é, não pode ser uma empresa, ou uma associação;
nacional, podendo ser nato ou naturalizado; no pleno gozo dos direitos
políticos. Logo, podemos concluir que todo cidadão e toda cidadã é aquela pessoa
que possui título de eleitor.
Sobre
essa participação, o Pe. Adolfo assim se expressa: “A democracia deve dotar-se
de estruturas jurídico-políticas que permitam a todos tomar parte ativa e livre
na tomada de responsabilidades e opções” e salienta ainda a necessidade de
intensificarmos a participação democrática.
Vejam
o que já dizia Paulo VI, na Carta Apostólica Octogesima Adveniens:
“torna-se
necessário criar formas de democracia moderna” que levem o homem a
“comprometer-se numa responsabilidade comum”.
O
Papa João Paulo II é ainda mais incisivo:
“para
animar cristãmente a ordem temporal, no sentido que se disse de servir a pessoa
e a sociedade, os fiéis leigos não podem absolutamente abdicar da participação
na política [...]; TODOS E CADA UM TÊM O DIREITO E O DEVER de participar na
política, embora em diversidade e complementariedade de formas, níveis, funções
e responsabilidades. As acusações de arrivismo, idolatria e poder, egoísmo e
corrupção que muitas vezes são dirigidas aos homens do governo, do parlamento,
da classe dominante ou partido político, bem como a opinião muito difusa de que
a política é um lugar de necessário perigo moral, não justificam minimamente
nem o ceticismo nem o absenteísmo dos cristãos pela coisa pública.”
Lembro
aqui, que a Internet como um todo pode ajudar a fazer pressão sobre muitos
assuntos, mas simplesmente postar e compartilhar mensagens não se iguala à
participação em fóruns, audiências públicas e outros meios de participação
popular democrática.
Além
disso, nós temos que tomar muito cuidado com tudo o que circula nas redes
sociais. Temos que ser muito críticos com mensagens que recebemos e devemos
sempre buscar ler opiniões diversas sobre um mesmo fato para que consigamos
fazer o nosso juízo.
*Membro da Pastoral Fé e Política da Arquidiocese de São Paulo.
Programa exibido da Rádio 9 de julho em 25/02/2013.
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