Márcia Castro*
A Campanha da
Fraternidade deste ano deseja mobilizar a Igreja e os diversos segmentos da
sociedade, a se solidarizarem com os jovens. Mas o que é ser solidário com os
jovens? Eles não querem que sejam dadas as instruções do que fazer ou de como
fazer. Muito menos eles querem que nós o convidemos apenas para se fazer
presentes na CF. Eles querem mais, querem participar, ser ouvidos e querem nos
ouvir. Querem partilhar conosco suas alegrias e também aquilo que os tem
angustiado.
Vamos abrir
espaço ao diálogo! Na juventude temos todas as faces da sociedade: os pobres,
os negros, os excluídos do sistema de educação, os dependentes químicos,
aqueles que não tem terra, os deficientes e assim por diante. Pela sua pouca
idade e pouca experiência, eles tem muita dificuldade de acesso ao primeiro
emprego.
Esta campanha
nos chama a todos, não apenas aos jovens a promover ações em vista da juventude.
Isso começa em casa, com atenção e espaço para os jovens da nossa família. Mas
se os jovens da nossa família estão bem, como estão os jovens da nossa
comunidade? Quero chamar a atenção para o fato de que dar apoio é fazer com
eles, fazer junto, somar nossa experiência com a experiência deles em vista do
bem maior, para todos. Vamos oferecer espaços para que compreendam sua força de
transformação e comunicação. Sua facilidade de utilizar as redes sociais e
fazer isso com a ética cristã na busca por uma sociedade que proporcione vida em
plenitude.
Hoje a
participação envolve a interação pelos meios digitais, então é preciso aumentar
o acesso dos jovens ao seu próprio computador e à internet. Precisamos garantir
o direito de acesso à tecnologia moderna. O número de
excluídos digitais é alarmante! Mas o que é quer dizer excluído digital? São os
milhões (entre estes os jovens) que nunca tiveram contato com o computador e
com a internet.
Dados da
Fundação Getúlio Vargas apontam que 75% da população que possui computador e
acesso à internet vive nos Estados mais ricos e no Distrito Federal, porém
entre os mais pobres esse número cai para uma média de 2%. Nas estatísticas
entram ainda aqueles que acessam a internet a partir de lan houses, aqueles estabelecimentos que permitem o uso do
computador e da rede através do pagamento de uma taxa por hora. Uma grande
parte dos jovens não tem condições para este uso e portanto encontram-se na Exclusão
digital. Estão excluídos do direito de uso da internet e isso está ligado à classe
econômica. Na classe A 90% dos domicílios tem acesso à internet; na classe B, 65%;
na classe C, 24%; nas classes D e E, apenas 3%. A % de domicílios com acesso à
internet na área urbana é 31%, mas na rural, somente 6%. São necessárias políticas
públicas e de iniciativa privada para mudar essa realidade.
Aqui na cidade de São Paulo temos os telecentros que devem ser instalados em áreas de exclusão social da cidade, notadamente na periferia, de acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do município (segundo dados do Mapa da Exclusão/Inclusão Social, elaborado em 2000 pela PUC/SP, Instituto Pólis e Inpe) segundo informações da Prefeitura. Tem cerca de 20 computadores em cada telecentro que devem funcionar com 75% deles dedicados à formação da população, ministrando cursos e oficinas de informática e os outros 25% reservados para o uso livre dos cidadãos.
Aqui na cidade de São Paulo temos os telecentros que devem ser instalados em áreas de exclusão social da cidade, notadamente na periferia, de acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do município (segundo dados do Mapa da Exclusão/Inclusão Social, elaborado em 2000 pela PUC/SP, Instituto Pólis e Inpe) segundo informações da Prefeitura. Tem cerca de 20 computadores em cada telecentro que devem funcionar com 75% deles dedicados à formação da população, ministrando cursos e oficinas de informática e os outros 25% reservados para o uso livre dos cidadãos.
O
Plano de Inclusão Digital da Prefeitura de São Paulo tem um espaço aberto para
a participação popular. São os Conselhos Gestores compostos por representantes da
população local que colaboram de maneira direta e presente no processo de
administração e gerenciamento das atividades de um Telecentro. Junte-se a
juventude da sua região e faça o levantamento se há telecentro no bairro,
quantos computadores estão disponíveis à população, se tem Conselho Gestor,
quando se reúne, quais são as dificuldades e possíveis soluções. Testemunhe
Jesus Cristo e colabore para que a cidade de São Paulo seja cada vez mais
inclusiva.
*Membro da Pastoral Fé e Política
da Arquidiocese de São Paulo.
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