Marilia Amaral*
Agora
que já vimos todos os princípios fundamentais da ordem democrática,
apresentados pelo Pe. Adolfo Pereira, no Caderno 2 dos Temas da Doutrina Social
da Igreja, da CNBB, vamos refletir sobre seus últimos comentários a respeito da
Democracia.
Primeiramente
ele explica que a democracia pode conter vícios, perigos e aspectos que podem e
precisam ser melhorados, e exemplifica utilizando-se da Encíclica Ubi Arcano, de Pio XI e a radiomensagem Benignitas e Humanitas de Pio XII.
Na
primeira, o papa relembra que a luta dos partidos, deveria ter como finalidade
o bem comum e não a busca de interesses próprios como ocorre frequentemente.
Já
na radiomensagem o papa mostra a diferença entre povo e massa, mostrando uma sã
participação, conscientização quando falamos sobre povo; e uma alienação, um
brinquedo de fácil dominação quando nos referimos à massa. Além de definir a
massa como “principal inimiga da verdadeira democracia, e do seu ideal de
liberdade e de igualdade”, o papa ainda lamenta: “...sobrevivem apenas: de uma
parte, as vítimas iludidas pela fascinação aparente de democracia, ingenuamente
confundida com o genuíno espírito democrático e com a liberdade e igualdade; e
doutra parte, os aproveitadores mais ou menos numerosos, que souberam, por meio
da força do dinheiro ou da organização, assegurar para si sobre os outros uma
condição privilegiada e o mesmo poder”.
Mais
uma vez, alerto para o perigo que temos em nos deixar levar por tudo o que a
mídia nos apresenta e principalmente por repetirmos tais coisas nas redes
sociais.
Vê-se
claramente uma alienação política espalhada por toda a sociedade, desde os mais
simples aos mais letrados. E isso só fortifica os aproveitadores, citados pelo
papa Pio XII.
Aos
que lutam e anseiam por uma verdadeira democracia, fica a cada batalha um
embrulhamento no estômago por ver que tudo aquilo o quê fizeram foi desmoronado
tal como castelos de areia que se vão com as ondas. Poderiam até construir suas
fortificações longe do mar, longe do povo, mas insistem porque sabem que algo
daquilo que foi edificado permanecerá, tanto quanto, uma parte do castelo
destruído foi levada pelas ondas e passará a fazer parte do oceano.
Pior
do que um país que não tem Educação é ver o povo reclamar desse país, mas
limitar-se a viver do senso comum. O mínimo que poderiam fazer é buscar
opiniões distintas, de fontes fidedignas, antes de compartilharem tudo aquilo
que os grupos detentores do poder nos fazem acreditar.
Só
assim estaremos assistidos para mudarmos TODO o poder legislativo de qualquer
dos entes federativos; de tirar das mãos de poucos o que pertence a todos, de
moralizar a política.
Convido
você, que está nos ouvindo, que faça parte dessa mudança, que participe da
nossa próxima reunião da Pastoral de Fé e Política, que será neste sábado, dia
11 de maio, às 9h30, na Paróquia Santana, que fica na Rua Voluntários da
Pátria, 2060, em Santana.
*Membro da Pastoral Fé e Política da Arquidiocese de São Paulo.
Programa exibido da Rádio 9 de julho em 09/05/2013.
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