sexta-feira, 24 de maio de 2013

Povo e a Doutrina Social da igreja


Marilia Amaral*
Agora que já vimos todos os princípios fundamentais da ordem democrática, apresentados pelo Pe. Adolfo Pereira, no Caderno 2 dos Temas da Doutrina Social da Igreja, da CNBB, vamos refletir sobre seus últimos comentários a respeito da Democracia.
Primeiramente ele explica que a democracia pode conter vícios, perigos e aspectos que podem e precisam ser melhorados, e exemplifica utilizando-se da Encíclica Ubi Arcano, de Pio XI e a radiomensagem Benignitas e Humanitas de Pio XII.
Na primeira, o papa relembra que a luta dos partidos, deveria ter como finalidade o bem comum e não a busca de interesses próprios como ocorre frequentemente.
Já na radiomensagem o papa mostra a diferença entre povo e massa, mostrando uma sã participação, conscientização quando falamos sobre povo; e uma alienação, um brinquedo de fácil dominação quando nos referimos à massa. Além de definir a massa como “principal inimiga da verdadeira democracia, e do seu ideal de liberdade e de igualdade”, o papa ainda lamenta: “...sobrevivem apenas: de uma parte, as vítimas iludidas pela fascinação aparente de democracia, ingenuamente confundida com o genuíno espírito democrático e com a liberdade e igualdade; e doutra parte, os aproveitadores mais ou menos numerosos, que souberam, por meio da força do dinheiro ou da organização, assegurar para si sobre os outros uma condição privilegiada e o mesmo poder”.
Mais uma vez, alerto para o perigo que temos em nos deixar levar por tudo o que a mídia nos apresenta e principalmente por repetirmos tais coisas nas redes sociais.
Vê-se claramente uma alienação política espalhada por toda a sociedade, desde os mais simples aos mais letrados. E isso só fortifica os aproveitadores, citados pelo papa Pio XII.
Aos que lutam e anseiam por uma verdadeira democracia, fica a cada batalha um embrulhamento no estômago por ver que tudo aquilo o quê fizeram foi desmoronado tal como castelos de areia que se vão com as ondas. Poderiam até construir suas fortificações longe do mar, longe do povo, mas insistem porque sabem que algo daquilo que foi edificado permanecerá, tanto quanto, uma parte do castelo destruído foi levada pelas ondas e passará a fazer parte do oceano.
Pior do que um país que não tem Educação é ver o povo reclamar desse país, mas limitar-se a viver do senso comum. O mínimo que poderiam fazer é buscar opiniões distintas, de fontes fidedignas, antes de compartilharem tudo aquilo que os grupos detentores do poder nos fazem acreditar.
Só assim estaremos assistidos para mudarmos TODO o poder legislativo de qualquer dos entes federativos; de tirar das mãos de poucos o que pertence a todos, de moralizar a política.
Convido você, que está nos ouvindo, que faça parte dessa mudança, que participe da nossa próxima reunião da Pastoral de Fé e Política, que será neste sábado, dia 11 de maio, às 9h30, na Paróquia Santana, que fica na Rua Voluntários da Pátria, 2060, em Santana.

                           
*Membro da Pastoral Fé e Política da Arquidiocese de São Paulo.
Programa exibido da Rádio 9 de julho em 09/05/2013.

Nenhum comentário:

Postar um comentário