Caci Amaral*
As eleições vêm aí!
E certamente você está com dificuldade para escolher em quem
votar para a Câmara Municipal. Você não está sozinho. Esta dificuldade tem motivos diversos e entre eles
destacamos:
- A Câmara Municipal não tem, de forma regular, programas que a aproximem da população.
- A propaganda dos partidos e coligações e as notícias transmitidas pelos meios de comunicação investem na divulgação dos candidatos a prefeito e os candidatos à Câmara Municipal ficam na sombra da eleição para o executivo.
- O desencanto da população em relação à politica, aos políticos e aos partidos.
- A cultura dominante na sociedade que leva a população a reclamar de tudo e de todos, mas não fortalece atitudes de reivindicação, de luta pelos direitos, de mobilização, de participação nos conselhos, o interesse e o conhecimento pela ação politica.
- O grande número de partidos e de candidatos que concorrem às eleições.
- A complexidade das regras do processo eleitoral para a Câmara Municipal.
- As frequentes mudanças nas regras eleitorais, impedindo o entendimento claro destas mesmas regras e de suas consequências.
- Os eleitores não se sentem representados pelos vereadores eleitos.
Do folheto, com o patrocínio de editoras católicas, foram
impressos 500 mil exemplares, a serem distribuídos pelas paróquias e
comunidades.
Assim, cada cristão e cada cristã, neste mês de setembro, terá duas tarefas políticas importantes:
A primeira será procurar o padre e se oferecer para organizar
a distribuição dos folhetos em todas as missas e atividades paroquiais da
semana, não esquecendo o momento dos avisos, durante o qual será destacada a responsabilidade
em votar bem, colaborando assim para a qualificação
daqueles que irão assumir o Poder Executivo e o Poder Legislativo e governar a
cidade pelos próximos quatro anos.
A segunda tarefa, para a qual todos e todas estão
convocados, será reunir grupos, pequenos ou grandes, para a leitura, reflexão e discussão conjunta
do texto elaborado pelos bispos da arquidiocese de São Paulo. A partir desta
reflexão, o grupo poderá se dedicar a fazer uma lista de melhores candidatos como
orientação para aqueles que ainda estão com dificuldades nesta escolha.
Para a elaboração desta lista será preciso considerar
sempre:
Não é
uma lista pessoal ou de um partido: o objetivo é colaborar para a boa qualidade
do legislativo; assim a lista deverá indicar bons candidatos, de diferentes
partidos ou coligações.
Ao iniciar a lista, começar por escolher partidos e coligações: quais são os partidos
que, apesar de todos os problemas, podem merecer nosso voto? São 30 partidos indicando
candidatos para concorrer às eleições e vários destes partidos não tem realizações
a favor da democracia, da ética e do bem da população. Assim, em primeiro lugar,
para a elaboração de uma lista suprapartidária de candidatos, o grupo deverá conhecer
e refletir sobre os partidos políticos, seus fundadores, sua história de
participação na vida nacional, estadual e municipal.
Em seguida, dos partidos selecionados, o grupo irá verificar
quais os candidatos puxadores de voto, isto é, aqueles de nomes mais conhecido, de
número mais fácil de ser lembrado, os famosos,
por atuarem no rádio ou TV., etc., merecem alguma confiança dos eleitores. Estes puxadores de voto provavelmente serão eleitos.
Para a elaboração da lista lembrar que os atuais vereadores
também estão se candidatando; destes, que integram os partidos que o grupo
selecionou, verificar quais merecem ser indicados e quais, pela sua história de
vida e atuação parlamentar, não devem ser indicados.
Em seguida verificar quais os candidatos novos que estão se
apresentando nas comunidades e no bairro respondendo, sempre, à pergunta:
destes, quais o grupo acredita que merecem a confiança do eleitor? Neste
momento, atenção com os candidatos laranja,
indicados pelos partidos para angariar votos junto a amigos e familiares, mas
sem nenhuma possibilidade de serem eleitos.
Finalizando, se possível compare o resultado do grupo com
listas de outros grupos, verifique se há cortes ou ampliações e organize a
divulgação das diversas listas nas comunidades e entre conhecidos.
A Arquidiocese de São Paulo e a Pastoral Fé e Política
trabalham para qualificar a Câmara Municipal e a prefeitura orientando para uma
escolha dos candidatos nas próximas eleições municipais a partir de critérios
de ética, ação pela justiça e solidariedade e não indicam nem apoiam candidatos.
*Coordenadora da Pastoral Fé e Política da Arquidiocese de São Paulo
Programa exibido na Rádio 9 de julho em 31/08/2012
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