sábado, 6 de outubro de 2012

Sermão da Montanha e as eleições


Marilia Amaral*

Em época de campanha, todo político é bonzinho, todo político se preocupa com o bem-estar da população, todo político sente prazer em passear pelas ruas e dar a mão para o povo.
Mas, e depois?
No Sermão da Montanha, Jesus antevê o Reino de Deus, oferece-o para o povo e nos ensina a construí-lo. Numa leitura mais atenta podemos fazer uma comparação entre o comportamento de Jesus Cristo e o de nossos políticos, mas também é possível confrontá-lo com a nossa prática.
Há pouco menos de 2 semanas para as Eleições, vejamos como Jesus orientaria o comportamento de nossos candidatos e nossas candidatas. Como não teremos muito tempo para fazer uma leitura de todo o texto e de fazermos uma reflexão sobre ele, vamos dar apenas algumas dicas e pedimos que vocês leiam todo o texto e procurem refleti-lo nas Pastorais de Fé e Política.
O texto completo está em Mateus 57. Ouçamos.
“Com efeito, eu vos asseguro que se a vossa justiça não ultrapassar a dos escribas e a dos fariseus, não entrareis no Reino dos Céus.”
Percebam que para que seja possível a vinda do Reino, um Reino de Vida e Abundância para todos, nossos candidatos devem se comprometer com uma justiça que ultrapasse a lógica do sistema que existe atualmente. Os candidatos que estiverem realmente comprometidos em transformar a vida dos habitantes mais carentes dessa cidade não podem estar ao lado de grupos que oprimem tais habitantes.
Sobre isso, Jesus nos orienta:
“Ninguém pode servir a dois senhores. Com efeito, ou odiará um e amará o outro, ou se apegará ao primeiro e desprezará o segundo. Não podeis servir a Deus e ao Dinheiro.”
Para saber a quem nossos candidatos estão servindo, devemos perguntar-lhes quem está bancando suas campanhas. Se eles recebem dinheiro de bancos, de grupos imobiliários para financiar suas candidaturas, saibam que será para essas pessoas que eles governarão; será ao Dinheiro que eles servirão.
E vejam que muitas vezes eles vêm disfarçados, como já comentamos no início, porque parecem realmente que serão a solução para os problemas de creche, de moradia, de educação, de saúde, de acessibilidade às pessoas deficientes. Citam frases do Evangelho e de santos da Igreja, participam da Liturgia, mas Jesus ainda nos alerta:
“Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos ferozes. Pelos seus frutos os reconhecereis. Por acaso colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos cardos? Do mesmo modo, toda árvore boa dá bons frutos, mas a árvore má dá frutos ruins. Uma árvore boa não pode dar frutos ruins, nem uma árvore má dar bons frutos. Toda

árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. É pelos seus frutos, portanto, que os reconhecereis.”
Que nessas eleições saibamos reconhecer qual foi o fruto oferecido para nosso povo nos últimos anos, nos últimos mandatos e que saibamos lançar ao fogo as árvores que não produziram bons frutos.


*Membro da Pastoral Fé e Política - Região Episcopal Santana.
Programa exibido da Rádio 9 de julho em 24/09/2012.


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