Caci Amaral*
As eleições vêm aí!
E de hoje a duas semanas, no domingo 07 de outubro, você
estará na cabine de votação, colocando seu voto e determinando quem governará o
município de São Paulo pelos próximos quatro anos. Para organizar o governo do município foi
escrita a Lei Orgânica do Município de São Paulo ( LOM ), isto é, a
Constituição do município, sua Lei Fundamental que, no seu preâmbulo, estabelece: esta lei tem por objetivo organizar o exercício do poder e fortalecer
as instituições democráticas e os direitos da pessoa humana.
No
artigo segundo, a LOM enumera princípios
e diretrizes a partir dos quais deve ser organizado o município, entre eles:
I - a prática democrática;
II - a soberania e a
participação popular;
III - a transparência e o
controle popular na ação do governo;
IV - o respeito à autonomia e
à independência de atuação das associações e movimentos sociais;
V - a programação e o
planejamento sistemáticos;
Da
mesma forma que a Constituição Federal,
a LOM diz, no seu art. 5º: O Poder Municipal pertence ao povo, que o
exerce através de representantes eleitos para o Legislativo e o Executivo, ou
diretamente, segundo o estabelecido nesta Lei. Assim, a eleição é o momento no qual o povo exerce seu poder e escolhe aqueles que
irão governar em seu nome.
Diz
a LOM, no parágrafo primeiro do artigo
5º:
§ 1º - O povo exerce o poder:
I - pelo sufrágio universal e
pelo voto direto e secreto;
II - pela iniciativa popular
em projetos de emenda à Lei Orgânica e de lei de interesse específico do
Município, da cidade ou de bairros;
III - pelo plebiscito e pelo
referendo.
Mas,
a LOM vai ainda mais longe: estabelece, no artigo 7º qual o dever principal do
governo municipal, isto é, do prefeito, de todos os seus secretários e dos vereadores.
Diz
o artigo 7º da LOM: É dever do Poder
Municipal, em cooperação com a União, o Estado e com outros Municípios,
assegurar a todos o exercício dos direitos individuais, coletivos, difusos e
sociais estabelecidos pela Constituição da República e pela Constituição
Estadual, e daqueles inerentes às condições de vida na cidade, inseridos nas
competências municipais específicas, em especial no que respeita a:
I - meio ambiente humanizado,
sadio e ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo, para as presentes
e futuras gerações;
II - dignas condições de
moradia;
III - locomoção através de
transporte coletivo adequado, mediante tarifa acessível ao usuário;
IV - proteção e acesso ao
patrimônio histórico, cultural, turístico, artístico, arquitetônico e
paisagístico;
V - abastecimento de gêneros
de primeira necessidade;
VI - ensino fundamental e
educação infantil;
VII - acesso universal e igual
à saúde;
VIII - acesso a equipamentos
culturais, de recreação e lazer.
Estabelecendo,
ainda, no seu parágrafo único deste
mesmo artigo: A criança e o adolescente
são considerados prioridade absoluta do Município.
Votar
é escolher. E não é uma escolha qualquer, nem mesmo uma escolha fácil. A
simples leitura de artigos da LOM indica a dimensão da responsabilidade de cada cidadão
ao votar.
Para
bem votar, isto é, para bem fazer a escolha dos governantes é preciso uma consciência bem formada, que
leve em conta a responsabilidade de cada cidadão em relação aos cuidado com a
cidade de São Paulo, está casa maior aonde milhões de pessoas tentam viver e
conviver. Uma consciência imbuída de solidariedade,
atenta às necessidades daqueles que a cidade exclui e empurra para longe da
vista dos bens aquinhoados pela fortuna.
Para
bem votar, isto é, bem escolher, são necessário informações sobre os
candidatos, seus programas e responsabilidades. Para bem votar é preciso que a
escolha seja feita livremente, sem pressões sobre o eleitor, seja da família,
seja de colegas, chefes, vizinhos ou conhecidos.
Uma
leitura atenta da LOM e um pouco de conhecimento dos grandes problemas desta
imensa cidade de são Paulo logo nos mostram que os sucessivos governos
municipais estão longe de realizar aquilo que a LOM estabelece como dever
essencial do governo da cidade.
Cidadãos
e cidadãs paulistanos, solidários ao bem da coletividade, tem pela frente uma tarefa cívica, testemunho
de amor à cidade: escolher muito bem os futuros governantes.
Uma
outra tarefa, também cívica, também testemunho de amor à população da cidade e
para a qual é preciso se preparar desde já: fiscalizar, acompanhar, sugerir,
exigir, intervir, participar no processo de governo seja na escola, na unidade
de saúde, no parque, nos hospitais, nas creches, nas bibliotecas, nos centros
de cultura, nas secretarias, nos conselhos e, principalmente, nas subprefeituras. Uma nova
cidade, a cidade que queremos, a cidade intuída pelo que estabelece a LOM, será construída com a participação da
sociedade ou não acontecerá, por mais criteriosa que seja a escolha feita no momento do voto.
Programa exibido na Rádio 9 de julho em 21/09/2012.
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