As eleições vem aí!
Junho é tempo das quermesses e de decisões político
- partidárias, algumas impensáveis, anos atrás.
Estamos no período do ano eleitoral no qual os partidos realizam as convenções para escolha do candidatos ou candidatas a prefeito,
vice-prefeito, vereadores e vereadoras e
decidem, também, se vão fazer coligações
e com quais partidos.
Até dia 05 de julho, os nomes daqueles que vão concorrer às eleições
deverão ser entregues nos cartórios
eleitorais.
Talvez você tenha sido convidado a se candidatar. Você pensou, conversou com a família, com o padre e se decidiu: sim, acredito que sendo
candidato poderei ajudar a melhorar a situação do município.
É verdade, os partidos precisam contar com a presença de cristãos e cristãs, que entendem a atuação dos políticos como serviço à coletividade.
É o vereador que, pela elaboração de leis
significativas, possíveis de serem
cumpridas, organiza a vida da cidade, as relações entre seus habitantes e entre
os que disputam o espaço da
cidade, para seus negócios.
É também o vereador que decidirá sobre o uso do dinheiro dos impostos, devendo zelar pela
sua aplicação em favor do bem daqueles que mais necessitam, fiscalizar a atuação do prefeito e verificar, em nome dos
munícipes se ele ou ela, prefeito, ou prefeita, está governando a favor de todos.
Mas, pense bem!
E se você for apenas um candidato “alavanca”?
Candidato “alavanca”? Sim, isso mesmo.
O candidato mobiliza família, amigos, comunidade,
conhecidos e desconhecidos, faz campanha,
vai às ruas a caça de votos.
Mas, de repente, percebe que não tem espaço nos
encontros partidários, que não é chamado a falar quando convidam o candidato a
prefeito, que não recebe ajuda do
partido para financiar a campanha.
Verifica, também,
que existem no partido, ou na coligação da qual o partido faz
parte, candidatos que talvez já sejam
vereadores e estejam se candidatando
novamente. E observa que recebem apoio partidário e tem o nome estreitamente
vinculado ao candidato a prefeito.
E agora? Qual era o interesse do partido ou
coligação nesta candidatura?
Atenção, possíveis candidatos e amigos e amigas
eleitores, que nos ouvem.
A resposta está nas regras do jogo eleitoral.
As vagas na Câmara Municipal são distribuídas entre os partidos ou
coligação de partidos que conseguem maior número de votos válidos.
Assim, nem todos os partidos tem assegurada vagas na Câmara e um candidato com muitos votos pode não ser
eleito, se o partido pelo qual ele se candidatou não tiver votos suficientes
para garantir pelo menos uma vaga de vereador.
E agora,
amigo eleitor ou candidato, qual o resultado de todo esforço que fez
para conseguir algumas dezenas de votos?
Você, simplesmente, alavancou outros candidatos, isto é, deu fôlego para que seu partido ou coligação ocupasse um número maior de vagas na Câmara Municipal.
Tudo bem! Não há problema nenhuma em alavancar uma disputa eleitoral!
Mas, vamos ser alavancas com muita consciência.
Para isso, considere três alertas amarelos, três sinais de atenção:
Primeiro, tenha consciência de que, ao se candidatar ou votar
num candidato alavanca, você poderá
estar apenas prestando um serviço ao
partido ou coligação, ajudando a eleger
candidatos mais conhecidos.
Segundo, e tão importante quanto o primeiro alerta, é ter consciência da seriedade do programa do
partido e dos partidos que integram a coligação, de suas histórias de luta em
favor do povo.
Terceiro, e da mesma importância que os alertas
anteriores, conheça muito bem quais serão os candidatos mais fortes do partido
ou coligação e tenha certeza absoluta que não estará trabalhando para algum picareta.
Que são Tomás More, padroeiro dos políticos, ilumine a Igreja da Arquidiocese de São Paulo para que cheia do Espírito Santo e
seguindo o exemplo de João Batista,
anuncie e construa o Reino do Deus misericordioso, que quer vida plena para
todos e todas.
*Coordenadora da Pastoral Fé e Política da Arquidiocese de São Paulo
Programa exibido na Rádio 9 de julho dia 22/06/2012
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