Márcia Castro*
A
Pastoral Fé e Política tem conversado com você, ouvinte da Rádio 9 de Julho, sobre
a importância de estar presente na revisão participativa do Plano Diretor
Estratégico (PDE) da cidade. Talvez você ouvinte, pense que isso não tem a ver com
você. Mas tem sim, tem a ver com todos nós moradores da cidade de São Paulo. Nós construímos essa cidade com o nosso trabalho de
cada dia e financiamos os serviços públicos com os impostos que pagamos. Tudo
tem imposto embutido e por isso como a cidade vai ser pensada nos próximos 10
anos precisa ter a sua participação, a minha e de muitos cidadãos paulistanos.
O
Plano Diretor é um olhar sobre a cidade como um todo, sobre como ela é
interligada pelo transporte e você conhece as dificuldades e provavelmente tem
sugestões de interligações para que o transporte atenda melhor as necessidades
da população. É o usuário que sabe que muitas vezes para chegar a um lugar
próximo na cidade, tem que se deslocar de forma muitas vezes mais longa, pois
não tem uma ligação entre bairros próximos.
Além
de pensar no transporte, o Plano Diretor orienta as regiões onde terão
construções industrias, comerciais e residenciais. Sabemos que os empregos se
concentram no centro da cidade e é hora de pensar incentivos para que os
empregos sejam gerados em toda a cidade e em especial nos bairros da periferia.
O
relacionamento da cidade com o meio ambiente não vai bem. No Plano Diretor
podemos apontar soluções para essa problema e exigir a preservação e aumento
das áreas verdes da cidade, bem como aumentar a coleta seletiva e realizar
construções de forma ecológica, sustentável.
A
moradia é uma dificuldade em São Paulo. A especulação imobiliária elevou muito
os preços e é cada vez mais difícil ter um imóvel. Essa dificuldade é muito
maior para aqueles com baixa renda, entre eles temos os idosos, deficientes, e o
pessoal com pouca escolaridade. A cidade não pode se voltar apenas para os que
podem pagar, tem que pensar naqueles que estão em áreas de risco e evitar que
outros ocupem esses lugares através de um Plano de Habitação que não beneficie
as construtoras apenas, mas que promova o Direito da Moradia Digna.
A
cidade tem vários prédios históricos que estão abandonados e que podem ser
espaços públicos destinados à Cultura, à Cidadania e à Educação. Nosso
patrimônio cultural deve ser preservado e precisamos aumentar e qualificar os
eventos culturais de forma contínua e não eventos isolados. A Cultura promove a
cidadania e o cuidado com os cidadãos e a cidade.
O órgão da Prefeitura
que está ouvindo a população é a Secretaria de Planejamento e também cada
Subprefeitura.
Nas Audiências Públicas a população
debate e apresenta propostas para o Plano Diretor. As propostas também podem
ser enviadas pela internet até o final de julho no site http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/participe/. Essas propostas estão relacionadas
aos objetivos do PDE que apresentei na semana passada e estão disponíveis nesse
mesmo site. Você também encontra os relatos de como foram as Audiências já
realizadas e a sistematização das propostas apresentadas.
Amanhã
às 9h tem audiência pública nas subprefeituras Ermelino Matarazzo (CEU São Carlos Rua Clarear, 141. Jardim São
Carlos), Itaim Paulista (CEU Curuçá Av. Marechal Tito, 3400. Jardim
Miragaia), Penha (Centro Cultural da Penha Largo do Rosário, 20) e São
Miguel (Subprefeitura
R. Dona Ana Flora Pinheiro de Souza, 76).
R. Dona Ana Flora Pinheiro de Souza, 76).
Esse
é um momento de "pensar grande", pensar na cidade como um todo e
dizer ao poder público, ou seja, à prefeitura qual é a cidade que queremos em
10 anos. Por isso, tem tudo a ver com você que é cristão e quer ser “Testemunha de Jesus Cristo na cidade de São
Paulo”.
*Membro
da Pastoral Fé e Política da Arquidiocese de São Paulo.
Programa
exibido na Rádio 9 de Julho em 19/07/2013.
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