A eleição vem aí!
Já estão registrados no
Tribunal Regional Eleitoral 1192 candidatos apresentados por partidos e coligações
para disputar as 55 vagas de vereador de
que dispõe a Câmara Municipal de São Paulo.
Você já escolheu seu candidato (a)? Sabe a qual partido ou
coligação ele(a) pertence?
Notícia do site da UOL relata que determinado candidato, pastor evangélico, declara que visitará 400 templos. Pretende, em cada um deles,
conseguir pelo menos 160 votos. Sua meta são 64.000 votos, o que poderia colocar
este pastor entre os eleitos para a
Câmara de Vereadores. Outros pastores já se posicionaram: vão também pedir votos durante o culto religioso, o que não é
proibido pela legislação eleitoral.
Mas, alguns se declaram contra essa posição: consideram que a
decisão da igreja em apoiar um único
candidato ocasiona mal estar, divisão e
rupturas entre os membros da igreja.
Essa tensão também perpassa as comunidades católicas, apesar de
ser muito clara a orientação da Igreja:
·
Padres e comunidades não devem fazer propaganda a favor ou
contra este ou aquele candidato;
·
Padres e comunidades devem criar diferentes oportunidades e momentos
para fortalecer a consciência cidadã e a importância do
processo eleitoral, de modo que
cada fiel possa escolher, de forma criteriosa e pessoal, seu
candidato.
·
Os momentos de celebração e de oração, isto é,
os momentos propriamente litúrgicos da comunidade devem acolher as preocupações com a vida da comunidade e da
cidade e não podem ser usados para propaganda política.
A reflexão e a divulgação da
importância das eleições para a
qualidade de vida na cidade devem, desde já, ganhar
relevância na programação das atividades da paróquia.
Com o objetivo de ajudar na
compreensão do momento político das
eleições municipais o Conselho Nacional do Laicato do Brasil, a Comissão
Brasileira de Justiça e Paz, o Centro Nacional de Fé e política Dom Helder
Câmara e as Pastorais Sociais lançaram a cartilha: Eleições
municipais 2012: Cidadania para a democracia.
A Pastoral Fé e Política
sugere às comunidades comprar algumas
dezenas destas cartilhas e, durante os meses de agosto e setembro, estimular a leitura
individual e discussões em família, em grupos, nas pastorais e movimentos, a
partir dos temas apresentados.
Em linguagem simples os temas
estão agrupados segundo o método Ver,
Julgar e Agir.
Olhando a realidade do Brasil:
nacional e local, isto é, nos municípios, a cartilha discorre
sobre: A Crise do Estado, A crise da
democracia e a necessidade de Um novo Estado, uma nova democracia.
O desenvolvimento dos temas
permite ao leitor, e ao eleitor,
distinguir o que é governo e o que é Estado. Permite entender a importância da participação da sociedade na
elaboração de planos de Estado, isto é, de políticas públicas assumidas em conjunto, sociedade e governo,
e que não dependam, para sua execução e continuidade, dos governantes do momento.
No Julgar, a cartilha
ilumina a realidade política à luz do
Evangelho e dos documentos da Igreja,
lembrando que Jesus interpela seus discípulos:
“sois o sal da terra, sois a luz
do mundo” ( Mt 5, 13-14).
Apresenta, também, orientações da Doutrina Social da Igreja que devem inspirar cristãos e cristãs na atuação política e retoma a declaração do Papa Paulo VI, na Encíclica Octogesima Adveniens: A política é uma maneira exigente - se bem que não seja a única – de viver o
compromisso cristão ao serviço dos outros.
Mas, não basta refletir. É
preciso assumir compromissos: mesmo que sejam
pequenas ações, a atuação no
local de trabalho, com os vizinhos, na
escola, no posto de saúde, nos momentos de lazer, todos e todas tem o que fazer e devem aproveitar este momento das eleições
municipais para estudar a realidade, favorecendo, com sua atuação, a construção de uma cidade que promova vida
digna.
No Agir, a cartilha retoma a
palavra dos Bispos no Documento de Aparecida e insiste: cristãos e cristãs precisam
discernir os sinais dos tempos e, sob a força do Espírito Santo, se “colocar a serviço do Reino anunciado por
Jesus, que veio para que todos tenham
vida e para que a tenham em abundância”.
Entre os temas refletidos destacamos: Agir coletivamente; Formar para a participação; Conscientizar para o
voto cidadão; Não deixar o(a) eleito(a) só; Pensar um projeto para a cidade; Pensar no Brasil e na Terra; Construir a
sociedade do Bem Viver;
Todos os temas podem ser
transformados em cartazes, banners e folhetos e divulgados na comunidade.
Encomende, hoje mesmo, um número suficiente de exemplares da cartilha: Eleições Municipais 2012: Cidadania e
Democracia e inicie o trabalho de
preparação da comunidade para as eleições. As cartilhas foram impressas pelo
Centro de Pastoral Popular e podem ser
encomendadas pelo telefone: 0800 703 83 53 ou pelo endereço eletrônico: cpp@cpp.com.br.
Lembre – se do poeta: quem sabe faz a hora, não espera acontecer!
As comunidades não podem ser
utilizadas como currais eleitorais: precisam ter a possibilidade de crescer na consciência
cidadã e formadas para a cidadania
ativa.
*Coordenadora da Pastoral Fé e Política da Arquidiocese de São Paulo
Programa Exibido na Rádio 9 de julho em 20/07/2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário