No dia 16 de junho a Pastoral Fé, Política e Cidadania, de Várzea Paulista, promoveu encontro de formação cujo tema foi “Salvação e Política”, com a presença de agentes das cidades de Cajamar, Cabreuva, Jundiaí e Salto.
No início da formação o padre Fernando Sartori, falou
sobre a importância do tema que tenta unificar a fé e a prática de vida, pois a
Pastoral Fé e Política precisa se preencher de Jesus Cristo para poder lutar
por um mundo diferente. Logo após, apresentou o assessor para àquela formação, Fredericus
Garcz e dizendo da importância da Igreja, como fonte de salvação em sua vida.
A
partir deste momento Fredericus iniciou fazendo perguntas como: A política traz salvação ou é preciso salvar
a política? Será que política e salvação combinam? Para exemplo falou sobre
sua vida, desde seu nascimento na Romênia numa época em que o regime socialista
imperava, bem como também a fome, o frio e o medo. As igrejas eram controladas,
só podiam falar o que o Estado queria. Não havia liberdade cultural ou econômica,
até mesmo as casas em que as famílias moravam pertenciam ao Estado. Os meios de
comunicação - rádios e canais de televisão - eram confiscados. O que se
produzia pertencia ao Estado, sendo que o governo pagava o que queria. A
população morria de fome e de frio. Quem estava no poder, tinha privilégios. Seu
pai entrou para a resistência e foi preso várias vezes, sendo que a última em
1973 e, após esse episódio decidiu que a família deveria fugir. Primeiro foram
para a Hungria - também com regime socialista - onde ficaram escondidos na
mata. Depois, foram para a Áustria, um país com liberdade, onde sofreram
decepção, pois não foram acolhidos, foram presos e convidados a sair do país.
Foi um tempo difícil, mas a família queria a salvação. Chegaram à Itália, onde
foram presos e o governo fez contato com o da Romênia.
A salvação começa aí,
onde parecia que tudo chegaria ao fim. Um padre os convidou para vir ao Brasil,
retirando-os como criminosos e colocando-os num navio de origem Finlandesa.
Chegaram ao Brasil, sem documentos, no Porto de Santos, recebidos três
instâncias: Polícia Federal, Consulado Romeno e a Igreja Católica – representada
pelo bispo da cidade e padres Carlistas. Após muitas dificuldades, a igreja conseguiu
suas estadias no Brasil; sendo recebidos na condição de refugiados, e tendo suas
dignidades devolvidas pelo povo brasileiro. O sistema político não foi a salvação,
mas pessoas de fé conseguem fazer com que ela aconteça. Após este momento,
Fredericus continuou e citando uma frase de Espinosa: “a política resulta da
luta social e tem a função de organizar a sociedade”, onde segundo Espinosa, o
regime mais favorável é a Democracia, mas existem impedimentos para que a verdadeira
Democracia aconteça. E citou alguns: idéias inadequadas - o preconceito nos
impede de ter uma consciência política e a divisão social. Ele disse que é bom
o Estado ser laico, pois as pessoas têm liberdade para se expressar e que a
política é para se construir um Estado melhor. Falando sobre salvação, disse
que o conceito de salvação da igreja católica é lindo e verdadeiro, porém é
entendido de uma forma reducionista, assim, é necessário superar o entendimento
desse conceito. Salvação é dom, acréscimo, abundância. É um processo que se
constrói, a pessoa se salva todos os dias, pois vai se realizando. Citando uma
frase de Santo Irineu: “A glória de Deus é o homem vivo”, disse que a política
precisa ser salva e que para isso acontecer é necessário um salvador. E falou
uma frase do padre Jordan: “Ora, a vida eterna é esta: que eles te conheçam a
Ti, o único Deus verdadeiro e àquele que enviaste, Jesus Cristo”. Disse que é
preciso conhecer o Jesus Cristo do Evangelho e seu perfil de Salvador: pobre e
conviveu com os pobres; Filho do homem; Servo sofredor; tem um amor filial e
uma relação de intimidade com o Pai; Homem da compaixão; Curador da vida;
Defensor dos últimos; Profeta do Reino de Deus. Continuou dizendo que Reino de
Deus é um projeto político e Jesus é o anunciador deste Reino.
Em seguida houve
a formação de grupos para refletir e partilhar sobre duas questões: Como podemos entrar nesta dinâmica de Jesus?
Como viver nossa experiência de fé e política como mística do Reino de Deus?
Após reflexão em grupos e já concluindo
o encontro ele definiu espiritualidade,
como sendo a vida segundo o Espírito de Jesus Cristo e que as Fontes da Fé são:
a Palavra de Deus; os Sacramentos; a vida na Igreja; os Documentos da Igreja e
o rosto do irmão. E, que as Fontes da Política, iluminadas pela Fé, são:
conhecer as ideologias partidárias; informação e formação mais acessível;
avaliar os projetos sociais existentes; estar inserido de modo concreto na
política. Por ultimo citando uma frase: “O cristão de amanhã, ou será místico
ou não será cristão” e conceituou mística como sendo a participação livre do
seguimento de Jesus Cristo em todas as suas implicações”. Em seguida agradeceu a todos pela atenção e convidou-os a proclamarem o Magnificat.
Encerrando o encontro a coordenadora da Pastoral, Dolaine Coimbra convidou a
todos para a formação para os pré-candidatos a vereador no dia 22 de junho, na
OAB Jundiaí e para outra com todos os candidatos a prefeito, vice, vereadores e
demais agentes políticos, das 11 cidades da área da Diocese de Jundiaí, no dia
21 de julho, na Cúria Diocesana.
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