quinta-feira, 17 de junho de 2010

Começa a II Conferência Nacional de Economia Solidária

A II Conferência Nacional de Economia Solidária foi aberta, oficialmente, na manhã de ontem (16) numa estrutura armada na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, Distrito Federal. Cerca de 2000 pessoas - entre entidades, redes, gestores públicos e empreendedores (as) - estarão, reunidas até o dia 18, discutindo e traçando metas para o futuro da Economia Solidária no Brasil. Na mesa de abertura, tendo à frente o professor Paul Singer, referência em ES e secretário nacional de Economia Solidária (Senaes), o marco legal foi um dos pontos mais citados pelos conferencistas.
O encontro acontece quatro anos depois de ter ocorrido a primeira edição da Conferência. Em sua apresentação, Paul Singer falou que, hoje, o número de participantes dobrou, o que mostra o poder de organização crescente entre os movimentos que fazem a base da ES.

"As conferencias são formas de participação popular. Estamos sujeitos às limitações da democracia representativa. Continuamos elegendo. Mas eles [os políticos] precisam ter relação viva e cálida com a população, verdadeiro ato de tudo o se realiza no país", afirmou Singer.

José Carlos Monteiro, representante da rede de Gestores de ES, defendeu o marco legal da ES. "Precisamos que ter essa política como política de desenvolvimento para o nosso país. Por isso, o marco legal precisa ser urgentemente definido", afirmou.

Além de mencionar a importância de um marco legal que reconheça a ES, Anadete Reis, representando as entidades de apoio e fomento, afirmou que a ES vem num momento muito positivo, contando mais fortemente, com a integração das bases, seja dos movimentos de Igreja, das entidades de classe, sindicatos, entre outros. "Há muito anos estamos dizendo que é possível fazer diferente. E hoje temos colhidos frutos vitoriosos", disse.

Arildo Mota, que representou os Empreendimentos de Economia Solidária (EES) reconheceu os avanços que o governo tem feito na área, construindo políticas públicas. Mas afirmou que ainda há muito por fazer. "Tivemos muitos avanços, mas é preciso avançar mais", falou. Entre as demandas propostas estão: criação de um sistema público de ES, criação de um Fundo Público, e definição de espaço institucional da ES.

Fazendo um retrospecto do movimento da ES, Rosana Pontes, do Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES), mostrou o quanto a organização tem crescido entre entidades, empreendimentos e gestores públicos. "Temos conseguido realizar encontros, envolver mais os integrantes desse movimento. Temos buscado, nas formações, o respeito social e ao meio ambiente, principio da ES", afirmou.

Números
Os números mais recentes, divulgados pela Senaes indicam que, até 2007, foram cadastrados 21.859 empreendimentos solidários. O trabalho de mapeamento foi iniciado pela secretaria em 2005. Nos últimos anos, é evidente a organização do movimento centrado nos eixos das políticas públicas.

Foram realizadas 187 conferências regionais ou territoriais; 27 conferências estaduais; além de cinco conferências temáticas. No total, foram escolhidos 1,460 delegados (as) representando todos os estados brasileiros.

* Rogéria Araújo *www.adital.com.br

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