domingo, 25 de maio de 2014

CONIC: por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político

Qua, 21 de Maio de 2014 20:09
 
 
São Paulo (SP) recebeu, nos dias 16 e 17 de maio, a III Plenária Nacional do Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político. O evento teve início com um ato político cultural no dia 16, às 19h, no Sindicato dos Químicos, marcando a presença de diversos movimentos e organizações que expressarem seu apoio à construção de uma nova Constituinte do Sistema Político. O momento foi de homenagens a dom Tomás Balduíno, falecido no início do mês.
 
 
 
A Plenária teve como meta traçar estratégias para massificar a campanha do Plebiscito Constituinte e
atingir os mais amplos setores da população brasileira, além de debater quais os avanços na conquista de direitos do povo brasileiro que devem passar urgentemente pela reforma política, tais como: o financiamento público de campanha, paridade na representação da mulher, negros e indígenas no Congresso Nacional, além da democratização da comunicação e muitos outros.
 
A mesa principal foi formada por Eduardo Brasileiro, membro da Rede Ecumênica da Juventude (REJU), e que estava representando também o CONIC; Pedro Stédile pela Via Campesina; Aline Ogliari, representando a Pastoral da Juventude; José Antônio Moroni, do INESC; Bruno Elias (PT) e Luciana Genro (PSOL).
 
Confira o discurso feito pelo representante do CONIC no evento:
 
Irmãs e irmãos, pela reforma política popular!

O CONIC, historicamente comprometido com os clamores dos oprimidos da nossa história, mulheres, juventudes, LGBT, negros e índios, vem somar forças ao Plebiscito Popular para a efetivação de uma reforma política, ampla, que alcance as bases populares para mudarmos a nossa crise civilizacional. Acompanhando Marilena Chauí, “toda crise é momento ideal para propor mudanças”. Amparados na crença de um Ecumenismo que derrube fronteiras, acreditamos que a construção da casa comum, oikos, efetivará um teto onde todas e todos podem estender suas crenças, opinião, história, esperanças e desejos. A Reforma política dará a oportunidade do país ver representado sua imensa capacidade de correlação de forças, onde os mais marginalizados do país, terão voz, vez e lugar.
 
Os Cristãos precisam romper com a lógica política de interesses fundamentalistas religioso e econômico que assolam a sociedade brasileira em intolerância, privatização e genocídio da população indígena, negra e LGBT. A Bancada Evangélica fundamenta-se no discurso opressor das minorias que em nossa população estão longe de ser minoria, de fato, são a maioria pobre do nosso país que não tem poder de escolha nos interesses econômicos. E desta maneira o fundamentalismo religioso compactua com o sistema econômico dos ruralistas e da direita política do país que é racista e homo / lesbo / transfóbica. Torna-se necessária a efetivação de um Estado Laico, comprometido com a liberdade de expressão religiosa, mas que nenhum interesse religioso ultrapasse a autonomia do Estado que deve ser público e para todos e todas. Dessa maneira, ao ponto de que rechaçamos os interesses fundamentalistas religiosos no estado e nos solidarizamos as comunidades da Umbanda e Candomblé que são as mais antigas tradições religiosas e do nosso país e assim devem ser reconhecidas.
 
Há um esgotamento da vida política que se manifesta em várias coisas. Uma delas é quando a sociedade não consegue acreditar que o futuro vai ser melhor. As pessoas não conseguem mais acreditar na política, ou seja, não veem mais o futuro. Isso precisa acabar. O país acompanha uma crise mais evidente desde 2011 tendo pessoas nas ruas em indignação e proposições de mudança. Sabendo que as ruas são para a política um espaço de amadurecimento de suas contradições devemos apresentar a essa nova geração a contradição política em que vivemos. Propondo democraticamente reformas sérias nos âmbitos político / econômico / ambiental, cremos que o plebiscito seja a resposta mais eficaz e transformadora, sendo assim, sua proposição precisa encantar essas juventudes que correm as ruas. A tarefa de atravessarmos a democracia parlamentar que temos para uma democracia participativa é a energia motora que as ruas tem e podem realizar. Considerando também que jovens de periferia hoje com as suntuosas maquinas de campanha que existem nunca encontrarão na política eleitoral um espaço factível para conseguir se eleger. Fortalecendo a democracia participativa poderemos propor mudanças significativas no sistema em que ainda é necessário também a democratização dos meios de comunicação, do sistema de justiça, e outros. É o ponta pé que pode se tornar a maior manifestação política da nossa atual democracia.
 
Peneirar nossas comunidades no encantamento de pessoas que queiram contribuir para o plebiscito é a palavra de ordem mais séria que devemos tomar. Nós cristãos e cristãs em todo o país deveremos defender uma reforma política anticapitalista, que acolha essencialmente todas e todos numa nação que em sua pluralidade de projetos, utopias e esperança é uma verdadeira casa comum. Lutemos pelo Plebiscito Popular, porque citando Eduardo Galeano, “somos muitíssimo mais do que nos dizem que somos”.
 
Eduardo Brasileiro
REJU / CONIC.

 

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