Promoção:
Grupo de Pesquisa Trabalho E Capital, Faculdade de Direito Usp, Largo São
Francisco.
No início da
terceira década do século XIX o Estado Absolutista brasileiro passa a ser
guiado por uma Constituição outorgada pelo Imperador. Este instituto jurídico
de caráter extremamente liberal, não rompia com o sistema escravagista vigente,
mas escamoteava essa realidade, com princípios liberais de liberdade e
igualdade, algo impraticável numa sociedade de homens, mulheres e crianças
escravas. De modo que, o estatuto jurídico do trabalho livre coexistia com o
trabalho escravo, predominantemente escravo. Aqui podemos pensar, já, num
Estado de exceção, dado a exclusão de uma maioria de trabalhadores e a inclusão
de outros. Mas, isso não significa a existência de um regime jurídico
trabalhista.
No percurso de
várias constituições os princípios do liberalismo trabalhista, sempre estiveram
presentes, embora, efetivamente, o Estado veio regulamentar as relações de
trabalho, somente com a reforma constitucional de 1926. Na década de 1930 com a
ascensão de Vargas, onde se instalou um governo fascista e autoritário,
criou-se o instituto da “suspensão da segurança”, onde um tribunal superior
derruba uma decisão de um magistrado de primeira instância, com isso, violando
o direto de possibilidade de anular, cancelar ou modificar uma ação, uma
intervenção do Estado danosa a sociedade civil.
Esse instituto
vigora até hoje, fazendo uso indiscriminado tanto governos fascistas e
ditadores quanto por governos pretensamente democráticos.
É nesse
contexto que vislumbramos, ainda, a vigência do Estado de Exceção, em várias
práticas e ações do Estado brasileiro. E, agora, mais recentemente com o evento
Copa do Mundo/2014, no Brasil, onde direitos individuais, direitos do
consumidor, delimitação de territórios exclusivos de acesso da FIFA são
autorizados; precarização do trabalho (voluntário, infantil, atletas).
DIA 05 DE JUNHO DE 2014 - Tarde
SOLENIDADE DE ABERTURA (13h00minh)
- A introdução do futebol no Brasil e sua relevância social
Professor Jorge Luiz Souto Maior,
professor da Faculdade de Direito da USP, coordenador do Grupo de Pesquisa
Trabalho e Capital - GPTC.
PAINEL I
A HISTÓRIA DO BRASIL CONTADA
PELAS COPAS DO MUNDO DE FUTEBOL (13h20–17h30)
1.1 Anos 30: o futebol como
identidade nacional
Francisco Pereira Costa,
doutorando em História
Social na FFLCH/USP e integrante do GPTC
1.2 Anos 50: a Copa do Mundo no
Brasil e a conquista de 58
Lara Porto, especialista pela
FDUSP e integrante do GPTC
1.3 O futebol na Ditadura Militar
Lucas Ferreira Cabreira,
mestrando na FDUSP e integrante do GPTC
Intervalo: 15h-15h30
1.4 Papel do futebol na
redemocratização: a Democracia Corinthiana
Carlos Henrique Souza, advogado e
integrante do GPTC
1.5 Anos 90 em diante: o
neoliberalismo e o futebol S/A
Pedro Luiz Pinto, graduando na
FDUSP e integrante do GPTC
1.6 Dumping social na Copa 2014 –
Brasil
Valdete Souto Severo, doutoranda
na FDUSP e integrante do GPTC
DIA 06 DE JUNHO DE 2014 - Manhã
PAINEL II
ESTADO DE EXCEÇÃO E A COPA DE
2014 NO BRASIL (08h30–12h00)
2.1 Estado de Exceção: violações
de garantias fundamentais. “Copa pra quem?”
Alexandre Mandl, mestre pelo
IE-Unicamp e integrante do GPTC
2.2 Exceção institucionalizada:
Lei Geral da Copa e regime diferenciado de contratação pública
Gustavo Alexandre Magalhães,
2.3 Estado de Exceção e moradia
Larissa Viana, Comitê Popular da
Copa de São Paulo
Intervalo: 10h-10h30
2.4 Intervenção Militar:
imposição da ordem e defesa do capital
Gustavo Seferian Scheffer Machado,
doutorando na FDUSP e integrante do GPTC
2.5 Exclusividade comercial:
violação à cultura e direitos do consumidor
Bruno da Costa Rodrigues,
especialista pela FDUSP e integrante do GPTC
2.6 O Mito do “legado econômico”
Tiago Luís Saura, especialista
pelo IE/CESIT-Unicamp e integrante do GPTC
DIA 06 DE JUNHO DE 2014 - Noite
PAINEL III
O FUTEBOL E O MUNDO DO TRABALHO
(18h00–19h40m)
3.1 O atleta profissional como
trabalhador: o protagonismo do Bom Senso Futebol Clube
Flávio Leme Gonçalves,
pós-graduado pela FDUSP e integrante do GPTC
3.2 Acidentes do trabalho e
condições de trabalho
José Carlos de Carvalho Baboin,
mestre pela FDUSP e integrante do GPTC
3.3 Trabalho voluntário e
trabalho infantil
Victor Emanuel Bertoldo Teixeira,
assistente jurídico no TJ/SP e integrante do GPTC
3.4 Zona exclusiva da FIFA e o
trabalho dos ambulantes
Associação dos Ambulantes
Intervalo: 19h40 – 20h00
PAINEL IV
FUTEBOL, GÊNERO E HOMOFOBIA
(20h00–21h00)
4.1 Mulheres no futebol: história
de exploração e exclusão
Regina Stela Corrêa Vieira,
mestranda na FDUSP e integrante do GPTC
4.2 Futebol e exploração sexual
na Copa
Helena Duarte Romera, assistente
jurídico no TJ/SP e integrante do GPTC
4.3 Homofobia no futebol
Alex de Borba Monteiro, graduando
na FDUSP e integrante do GPTC
PALESTRA DE ENCERRAMENTO (21h00)
E la Copa Va – Jorge Luiz Souto
Maior
- Leitura e Assinatura da Carta
de Repúdio ao Estado de Exceção
Evento aberto, sem necessidade de
inscrição prévia.
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