Filipe Thomaz*
Infelizmente, é muito comum a manipulação dos meios de comunicação com a finalidade de ocultar problemas graves que afetam a todas as pessoas. Esse artificio é frequentemente usado por aqueles que detêm o poder se beneficiando da pobreza de milhões de pessoas. Isso tem por objetivo passar impressão de que não existem problemas em nosso país.
Infelizmente, é muito comum a manipulação dos meios de comunicação com a finalidade de ocultar problemas graves que afetam a todas as pessoas. Esse artificio é frequentemente usado por aqueles que detêm o poder se beneficiando da pobreza de milhões de pessoas. Isso tem por objetivo passar impressão de que não existem problemas em nosso país.
Pensando nisso, a Igreja promoveu Campanha da
Fraternidade de 1989, cujo tema foi "Fraternidade e a Comunicação" e o lema
"Comunicação para a verdade e a paz". Os meios de comunição
devem atender a sua função social e precisam ser usados para ajudar a promover o
bem comum. Seu uso
adequado está perfeitamente de acordo com o projeto de Jesus Cristo para
nós. Podemos ver a seguir em interessante artigo sobre o assunto.
Sobre o
momento histórico vivido no Brasil
Leonardo Boff
Adital
Estou
fora do país, na Europa a trabalho e constato o grande interesse que todas as
mídias aqui conferem às manifestações no Brasil. Há bons especialistas na
Alemanha e França que emitem juízos pertinentes. Todos concordam nisso, no
caráter social das manifestações, longe dos interesses da política
convencional. É o triunfo dos novos meios e congregação que são as mídias
sociais.
O grupo
da libertação e a Igreja da libertação sempre avivaram a memória antiga do
ideal da democracia, presente, nas primeiras comunidades cristãs até o século
segundo, pelo menos. Repetia-se o refrão clássico: "o que interessa a
todos deve poder ser discutido e decidido por todos". E isso funcionava
até para a eleição dos bispos e do Papa. Depois se perdeu esse ideal nas nunca
foi totalmente esquecido. O ideal democrático de ir além da democracia
delegatícia ou representativa e chegar à democracia participativa, de baixo
para cima, envolvendo o maior número possível de pessoas, sempre esteve
presente no ideário dos movimentos sociais, das comunidades de base, dos Sem
Terra e de outros. Mas, nos faltavam os instrumentos para implementar efetivamente
essa democracia universal, popular e participativa.
Eis que
esse instrumento nos foi dado pelas várias mídias sociais. Elas são sociais,
abertas a todos. Todos agora têm um meio de manifestar sua opinião, agregar
pessoas que assumem a mesma causa e promover o poder das ruas e das praças. O
sistema dominante ocupou todos os espaços. Só ficaram as ruas e as praças que,
por sua natureza, são de todos e do povo.
Agora,
surgiram a rua e a praça virtuais, criadas pelas mídias sociais.
O velho
sonho democrático segundo o qual o que interessa a todos, todos têm direito de
opinar e contribuir para alcançar um objetivo comum pode, enfim, ganhar forma.
Tais
redes sociais podem desbancar ditaduras, como no Norte da África; enfrentar
regimes repressivos, como na Turquia; e agora mostram no Brasil que são os
veículos adequados de revindicações sociais, sempre feitas e quase sempre
postergadas ou negadas: transporte de qualidade (os vagões da Central do Brasil
têm quarenta anos), saúde, educação, segurança, saneamento básico. São causas
que têm a ver com a vida comezinha, cotidiana e comum à maioria dos mortais.
Portando, coisas da Política em maiúsculo. Nutro a convicção de que a partir de
agora se poderá refundar o Brasil a partir de onde sempre deveria ter começado,
a partir do povo mesmo que já encostou nos limites do Brasil feito para as
elites. Estas costumavam fazer políticas pobres para os pobres e ricas para os
ricos. Essa lógica deve mudar daqui para frente. Ai dos políticos que não
mantiverem uma relação orgânica com o povo. Estes merecem ser varridos da praça
e das ruas.
Escreveu-me
um amigo que elaborou uma das interpretações do Brasil mais originais e
consistentes, o Brasil como grande feitoria e empresa do Capital Mundial, Luiz
Gonzaga de Souza Lima. Permito-me citá-lo: "Acho que o povo esbarrou nos
limites da formação social empresarial, nos limites da organização social para
os negócios. Esbarrou nos limites da Empresa Brasil. E os ultrapassou. Quer ser
sociedade, quer outras prioridades sociais, quer outra forma de ser Brasil,
quer uma sociedade de humanos, coisa diversa da sociedade dos negócios. É a
Refundação em movimento".
Creio que
este autor captou o sentido profundo e, para muitos, ainda escondido das atuais
manifestações multitudinárias que estão ocorrendo no Brasil.
Anuncia-se um parto novo. Devemos fazer tudo para que não seja
abortado por aqueles daqui e de lá de fora que querem recolonizar o Brasil e
condená-lo a ser apenas um fornecedor de commoditiespara os países centrais
que alimentam ainda uma visão colonial do mundo, cegos para os processos que
nos conduzirão fatalmente a uma nova consciência planetária e à exigência de
uma governança global. Problemas globais exigem soluções globais. Soluções globais
pressupõem estruturas globais de implementação e de orientação. O Brasil pode
ser um dos primeiros nos quais esse inédito viável pode começar a sua marcha de
realização. Dai ser importante não permitirmos que o movimento seja
desvirtuado. Música nova exige um ouvido novo. Todos são convocados a pensar
este novo, dar-lhe sustentabilidade e fazê-lo frutificar num Brasil mais
integrado, mais saudável, mais educado e melhor servido em suas necessidades
básicas.
[Leonardo
Boff Munique/Paris 24/06/2013].
Fonte: www.adital.com.br
Hoje, as
tecnologias de comunicação tem uma grande influencia sobre a sociedade. O ser
humano, que é capaz de criar tecnologias tão incríveis, sem dúvida, tem
capacidade de usa-las para a promoção do bem de todos. Atualmente, cada um de
nós, pode utilizar a internet de maneira positiva com respeito aos outros e de
maneira a promover a vida e o bem comum. Todos podemos, em nossas relações
pessoais, e também através da internet participar da construção de um
mundo mais humano.
*Membro da Pastoral Fé e Política.
*Membro da Pastoral Fé e Política.
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