sexta-feira, 6 de março de 2009

100 Anos de Dom Helder

Este ano comemoramos os 100 anos de nascimento de Dom Helder Câmara, ocorrido em 7 de fevereiro de 1909, em Fortaleza (CE), sendo o décimo primeiro filho de uma família de 13 irmãos. Faleceu em 27 de agosto de 1999. Dom Helder foi ordenado em 1922, chegando a Arcebispo de Olinda e Recife em 1964, cargo que ocupou até 1985.
Durante toda a sua vida atuou em prol dos carentes, dos pobres e dos necessitados, muitas vezes sendo considerado "a voz dos sem-voz". Sua atuação política e a sua forma de pensar e agir foram de grande inspiração para as atuais pastorais e movimentos de Fé e Política (ou Fé e Compromisso Social). Defendia a luta pelo social atravez da não-violencia, a justiça como meio de igualdade social e a humildade e a fé em Deus como filosofia de vida. Suas palavras:

“A não-violência não é de forma alguma uma escolha da fraqueza e da passividade. É crer mais na força da verdade, da justiça e do amor do que nas forças das guerras, das armas e do ódio.”

“A única guerra legítima é aquela que se faz contra o sub--desenvolvimento e a miséria.”

“Eu não gosto muito da palavra ‘não-violência’. Eu prefiro mil vezes a expressão de Roger Schutz: ‘A violência dos pacíficos’.”

“Aquele que não tem casa, que mora num casebre, num barraco, fica sem voz: Ele fala, mas não é escutado”.

“É verdade: pode-se ajudar o terceiro mundo dando-lhe sua vida, vindo viver e trabalhar aqui. Mas é cada vez mais verdade que as mudanças só começarão verdadeiramente entre nós quando as coisas mudarem do lado de vocês.”

“Não se deve esquecer que, se a miséria e a injustiça são ainda mais insuportáveis no terceiro mundo, as maiores raízes do mal estão no coração, nos interesses e nas práticas dos países ricos, com a cumplicidade dos ricos dos países pobres.”

“Nós devemos ter a caridade de ajudar os ricos a se livrarem do egoísmo, do excesso de conforto e da aceitação do que é efêmero; enfim, do perigo de escandalizar nossos irmãos não-cristãos, passando-lhes uma ideia errônea do Cristo e da sua doutrina.”

“Será uma surpresa quando os cristãos, os católicos, virem que não são os únicos a entrar na casa do Pai... Porque o coração do Pai é muito maior do que o registro de todas as nossas paróquias, e que o espírito do Pai sopra por toda parte, mesmo lá onde os missionários ainda não desembarcaram!”

“As massas deste continente abrirão um dia os olhos, conosco, sem nós ou contra nós... Ai do cristianismo no dia em que as massas tiverem a impressão de terem sido abandonadas pela Igreja, tornada cúmplice dos ricos e dos poderosos.”

“A religião anunciada a homens sem liberdade torna-se necessariamente uma religião fatalista e mágica.”

“Chega de uma igreja que quer ser servida; que exige ser sempre a primeira; que não tem o realismo e a humildade de aceitar a condição do pluralismo religioso!”

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