quinta-feira, 10 de julho de 2014

São Paulo se despede do ex-deputado Plínio de Arruda Sampaio

por Mônica Lopes

A Pastoral Fé e Política da Arquidiocese de São Paulo presta homenagem a Plínio de Arruda Sampaio participando juntamente com cerca de mil pessoas da Missa de corpo presente que foi celebrada na manhã dessa quarta-feira, 09/07/2014.

A celebração foi presidida pelo Bispo Emérito de Blumenau (SC), Dom Angélico Sândalo Bernardino e concelebrada pelos frades dominicanos Frei Betto e Frei Carlos Josaphá, entre outros, por padres das diversas regiões da Arquidiocese de São Paulo como o padre Júlio Lancellotti e o padre Tarcísio Mesquita, padres das Dioceses de São Miguel e Campo Limpo, como o Padre Paulo Bezerra e o Padre Jayme Crower. A mesma aconteceu na Igreja São Domingos (Dominicanos) à Rua Caiubi - próximo à Rua Cardoso de Almeida onde o corpo do Plínio estava sendo velado desde às 8 horas e de onde sairia para o Cemitério do Araçá para ser sepultado.

No momento da homilia Frei Betto convidou Frei Carlos Josaphat para em nome dos dominicanos, falar sobre a vida, a amizade e a caminhada do Plínio na Igreja, na política, na família e na sociedade. Muito emocionado Frei Carlos define a vida do Plínio numa única palavra: Verdade. A Verdade era o ponto central das atitudes desse homem por onde quer que ele andasse ou estivesse: Na vida pública, na família, com os amigos, na sociedade. Ressaltou ainda a importância da vida do Plínio para a cidade de São Paulo, para o Brasil e para o mundo.

 
Complementando a fala do querido Frei, Dom Angélico alinha a vida do Plínio com as palavras do Evangelho do dia:
 
“Chamado dos doze apóstolos - Mt 10,1-7
Chamando os doze discípulos, Jesus deu-lhes poder para expulsar os espíritos impuros e curar todo tipo de doença e de enfermidade. Estes são os nomes dos doze apóstolos: primeiro, Simão, chamado Pedro, e depois André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o cananeu, e Judas Iscariotes, que foi o traidor de Jesus. Jesus enviou estes Doze, com as seguintes recomendações:' Não deveis ir aonde moram os pagãos, nem entrar nas cidades dos samaritanos! Ide, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel! Em vosso caminho, anunciai: 'O Reino dos Céus está próximo'.
 
No sentido em que assim como Jesus não quis trabalhar sozinho e montou sua equipe, também o Plínio adotava essa metodologia e convidava as pessoas de sua confiança para pensarem e executarem seus projetos. E cita o caso do amigo e companheiro Waldemar Rossi que o Plínio ao ter conhecimento da vocação do Waldemar para os trabalhos sociais junto a Igreja, enviou-lhe um convite para uma reunião e a partir de então, uma grande e profícua amizade se sucedeu. Isso aconteceu há muito tempo atrás na cidade de Sertãozinho interior de São Paulo. Para quem interessar, este ano foi lançado um vídeo documentário que retrata a trajetória pessoal e política desses dois militantes em luta pela democracia e pelos direitos e igualdade para o povo brasileiro – “Caminhos Cruzados”.
 

Dom Angélico fala sobre as manchetes dos jornais de hoje, que destacam as noticias “Vexame brasileiro”, “Humilhação em casa”, etc. se referindo ao jogo do Brasil x Alemanha que levou o Brasil a tentar o 3º ou 4º lugar no campeonato, e comenta que esse é um resultado maravilhoso e que temos que nos alegrar com ele, pois no campo social e político seria muito bom se também ocupássemos esse lugar diante do mundo. Pois essa sempre foi a luta do Plínio: transformar a vida do povo brasileiro para que não faltasse comida na mesa, creches, escolas, saúde, lazer, justiça social. E encerra a sua fala com a linda passagem bíblica das Bem Aventuranças (Mt.5,1-16)

E Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus  discípulos.  E, abrindo a sua boca, os ensinava, dizendo:
 
Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus;
Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;
Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;
Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;
Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;
Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;
Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;
Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.
Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.
Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens.
Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte;
Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.


Ao final da celebração a companheira de 60 anos do Plínio, a Sra. Marieta pediu a palavra e fez comentários ricos sobre o pensamento de Justiça e fraternidade do marido. Comentou que sua fonte de inspiração na política, vinha do convívio com os frades dominicanos e os Bispos da CNBB sempre com suas atuações incontestes na vida do povo e da Igreja de Cristo. Falou da alegria e motivação do Plínio em tempos de Concílio Vaticano II e como positivamente o mesmo influenciou sua vida.
 

A Pastoral Fé e Política da Arquidiocese de São Paulo se solidariza com a dor dos familiares e amigos do Plínio pela sua partida para a casa eterna, e aponta sua postura diante do mundo como exemplo a ser seguido e imitado.



Mônica Lopes é agente da Pastoral Fé e Política da Arquidiocese de São Paulo e  da
REC/SP - Rede de Escolas de Cidadania de São Paulo 
 
 

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