terça-feira, 5 de julho de 2016

MANIFESTO CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS


MANIFESTO CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS
LIBERTEM JÁ  LUIS E VALDIR

É com absoluta perplexidade e indignação que as entidades que fazem parte da Campanha Contra a Criminalização dos Movimentos Sociais recebem a notícia das prisões de Valdir Misnerovicsz e Luis Batista, lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.
Com efeito, enquadrados da Lei 12.850/2013, criada com o intuito de combater o crime organizado, notadamente o tráfico de drogas, constata-se que os inimigos da democracia, e da consequente liberdade de organização e de expressão dos setores pobres do Brasil, perceberam nessa legislação brecha interpretativa para criminalizar os movimentos sociais, que passam a ser enquadrados como “organizações criminosas”, como acontece neste momento como Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Não é difícil perceber que se trata de um “balão de ensaio” com o objetivo, na verdade, de combater a livre organização dos movimentos sociais, aproveitando-se do aumento da capacidade de organização e mobilização dos setores arquireacionários no Brasil.
Trata-se, sem dúvida, de algo a ser combatido com toda veemência pela sociedade brasileira.
A Democracia somente pode ser construída com a livre possibilidade de organização e manifestação de todos os setores sociais. A tentativa de criminalização dos movimentos sociais é aposta no caos, na violência e na injustiça como padrão de intervenção do Estado.
É a volta ao pensamento da República Velha, onde a questão social era questão de polícia, visando agudizar os efeitos perversos do modelo econômico brasileiro, por sequer permitir, aos prejudicados pelos seus efeitos, o direito de se organizar e manifestar.
Assim, impõe-se a imediata libertação desses trabalhadores, cerceados nos seus direitos constitucionais básicos e o fim dos respectivos processos criminais.
Cada dia a mais dessas prisões significa a violação pelo Estado, dos Direitos Humanos das pessoas envolvidas, com a roupagem de “devido processo legal”.
São Paulo, 30 de junho de 2016

Assinam e apoiam as seguintes entidades
AMA-ABC - Associação dos Metalúrgicos Anistiados do ABC;
ASBRAD - Associação Brasileira de Defesa da Mulher da Infância
e da Juventude;
AMPARAR - Associação de Amigos, Familiares, Presos e Presas;
CJP - Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo,
CSDDH - Centro Santo Dias de Direitos Humanos da Arquidiocese
de São Paulo;
Centro de Memória e Resistência do Povo de Mauá e Região;
CDHEP - Centro de Direitos e Educação Popular de Campo Limpo;
CSP - Conlutas;
Círculo Palmarino;
Comitê Contra o Genocídio da Juventude Preta, Pobre e Periférica;
Comitê Contra a Criminalização dos Movimentos Sociais;
CONEN - Coordenação Nacional de Entidades Negras;
Escola de Governo;
Fórum Permanente dos Ex-Presos, Perseguidos e Desaparecidos
Políticos do Estado de São Paulo;
FST - Fórum Sindical dos Trabalhadores do Estado de São Paulo;
FENADV - Federação Nacional dos Advogados;
FPL - Frente em Defesa do Povo da Palestina Livre;
FEPOSPETRO - Federação dos Trabalhadores em Postos
de Gasolina do Estado de São Paulo;
Fundação Herzog;
GTNM-SP - Grupo Tortura Nunca Mais do Estado de São Paulo;
Grupo de Ação Pastoral da Diversidade de São Paulo;
MMM - Movimento Mães de Maio;
Movimento de Moradia da Cidade de São Paulo;
Núcleo de Consciência Negra - USP;
Observatório das Violências Policiais - CEHAL - PUC/SP;
OLPN - Organização Para Libertação do Povo Negro;
Observatório do Terceiro Setor;
Pastoral Carcerária de São Paulo,
Polo Social Cívico Brasilândia,
Pastoral Fé e Política da Arquidiocese de São Paulo;
RUA - Juventude Anticapitalista;
Rádio Cantareira;
SINPEEM - Sindicato dos Professores Municipais de São Paulo;
Uneafro.

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