terça-feira, 30 de julho de 2013

Semana de Fé e Política 2013 - Políticas Públicas de Cultura

A abertura da Semana de Fé e Política 2013 - Juventude, Cultura e Espiritualidade ocorreu ontem no Centro Pastoral São José do Belém com cerca de 80 participantes, dentre estes um significativo grupo jovem.  

A Semana foi programada dentro da proposta da Pastoral de Conjunto com a Pastoral da Juventude, a Leitura Popular da Bíblia desenvolvida pelo Centro de Estudos Bíblicos (CEBI), as Comunidades Eclesiais de Base, o Movimento Integração Campo-Cidade, a Cáritas, a Escola de Fé e Política Waldemar Rossi, a Pastoral Fé e Política e a Região Belém.

Acolhidos por voz e violão pelo Osmar (Paróquia São João Batista - Vila Carrão), seguida a Mística onde Jesus visita Maria e Marta - Jo 11,19-27 (diálogo antes da ressurreição de Lázaro). O evangelho dialogado foi feito pela Pastoral da Juventude (PJ) seguido da partilha dos presentes sobre a ressurreição nos dias de hoje.

Como ação concreta foi proposto o Abaixo-assinado da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) Máximo dois Mandatos para parlamentares (M2M) proposto pelo Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral de São Paulo e várias outras entidades entre elas a Pastoral Fé e Política. O objetivo é evitar a perpetuação do cargo “político”, com sucessivas reeleições sem preocupações com o bem comum. O formulário está disponível em http://www.pastoralfp.com/cms15/lateral-pfp-diversos/493-art-div-1304061.html.

Em seguida foi apresentado #PapoRetoSP que  é organizado pela Coordenação de Politicas para Juventude da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo em parceria com os/as Auxiliares de Juventude das 31 Subprefeituras. O objetivo do encontro é manter um espaço permanente para apresentação das demandas juvenis e construção de um diagnóstico participativo. Esse é um passo importante para envolver os jovens e as organizações juvenis na construção de políticas na cidade e traçar ações que estimulem a ocupação dos espaços públicos pela juventude, através de atividades culturais , esportivas, debates políticos, entre outras manifestações. 

Os participantes reuniram em pequenos grupos motivados pelo Waldemar Rossi para refletir sobre duas questões: O que o Estado oferece à Cultura? e o O que nós entendemos como necessário no campo da Cultura com foco na juventude?

Antes da plenária Wagner (membro da Pastoral Fé e Política) declamou o poema Ninguém fecha o céu de J. Thomaz Filho. 

Na plenária os grupos trouxeram suas reflexões. Em relação à primeira questão O que o Estado oferece à Cultura? A discussão foi mais focada no nível municipal e os grupos relataram:
  •      O mapa da Cultura mostra que os espaços culturais são principalmente bibliotecas, porém não são atrativas para a juventude e para as crianças. Há que se despertar o gosto pela leitura!
  •       A maioria dos espaços culturais estão concentrados na Região central.
  •     Alguns governos tiveram ações voltadas à juventude. Há equipamentos públicos qualificados como os CEUs (Teatro, Esporte e Lazer)
  •        Há espaços excelentes como o Centro Cultural Vergueiro porém centralizados e são escassos.
  •        Existem os espaços, porém com problemas na gestão.
  •        É escasso o incentivo à Cultura.
  •        As Oficinas culturais que eram importantes espaços culturais foram fechadas.
  •      Oferece um grande evento anual - virada cultural, porém é uma iniciativa fragmentada e sem continuidade.
  •       Não investe na periferia onde estão os mais pobres, pois isso não traz retorno.
  •    Os projetos culturais apresentados pela população não são apoiados pelo Poder Público. "Levamos as propostas que ficam engavetadas", disse um jovem.
  •       Proíbem algumas iniciativas culturais, sem oferecer nada em troca.
  •       Nossas áreas públicas estão descuidadas.
  •       Escola da família oferece propostas que não despertam o interesse da juventude.
  •      Como boa prática destacou-se a iniciativa da  Subprefeitura Pirituba dialoga mensalmente com a comunidade para propor iniciativas de cultura. 
     Em relação à segunda questão sobre o que nós entendemos como necessário no campo da Cultura com foco na juventude? Foi rica a discussão e as propostas.
  •      Política Pública de Cultura que atinja as diferentes faixas etárias, desde a infância até ao idoso.
  •      Cobrar do Estado a verba da Cultura. Participar dos debates do orçamento e a acompanhar a verba destinada à cultura.
  •      Descentralizar os equipamentos de cultura.
  •     O Centro de Capacitação da Juventude (CCJ) é ponto de referência da juventude, porém situado na Brasilândia.
  •      Valorizar a diversidade cultural.
  •      Otimizar os espaços que existem.
  •      Reconstruir espaços de cultura em conjunto com a sociedade.
  •      Desmistificar a ideia de que a virada cultural é uma política de cultura - resume-se a um evento.

      O grupo refletiu sobre: Como nos apropriar dos espaços de cultura?
  •      Valorizar os talentos locais da juventude que não são aproveitados.
  •      Valorizar e dar espaço aos artistas da região.
  •      Projetos de iniciação artística.
  •      Fazer os projetos antigos funcionarem.
  •    Resgatar o valor histórico das iniciativas culturais. Nossa herança cultural indígena e afro descendente foi dizimada e precisa ser resgatada. A necessidade de mão de obra promoveu migração intensa no Brasil e novamente descartou a identidade cultural das diversas regiões.
  •     Participar dos Conselhos Participativos das Subprefeituras que serão lançados em breve, dar espaço para a cultura.
  •      Dar ouvidos aos jovens. Espaços de expressão das suas necessidades, anseios. Saber o que de fato é atrativo à juventude. O que a juventude quer? O que entende como cultura? Um jovem alertou: "Cuidado ao falar que a juventude não sabe o que é Cultura!"
  •       Outro questionamento colocado por um jovem foi: Estamos preparados para a Cultura de rua?
  •       Fácil responsabilizar o jovem e a família. É preciso valorizar a família, fortalecer a família.
  •       Cobrar de mim (de cada um de nós) e da comunidade ações na área da cultura.
Um outro questionamento floresceu: Qual a abertura ao jovem nas Igrejas?
  •       O Papa Francisco foi lembrado ao se dizer que a Igreja precisa ser mais acolhedora (ser Mãe Igreja), impor menos normas e comprometer-se com os valores evangélicos.
  •       Qual é o papel da Igreja no incentivo à Cultura?
  •       Igreja precisa propor ações e projetos sociais e culturais.
  •       Fácil responsabilizar o jovem e a família
  •       Os professores precisam ser melhor preparados para despertar e fomentar a Cultura.
  •      As escolas devem ser pontos importantes de apoio e de despertar da cultura em todas as faixas etárias.
  •      Será que só o governo é culpado? Quem colocou o Governo lá? Como me preparei para votar? Conheci os projetos do meu candidato ou candidata?
Na fala de encerramento foi destacada a importância do intercâmbio de opiniões, sendo o debate fundamental na formação política.

O evento foi encerrado com um vídeo no qual a PJ fez uma chamada para o dia de hoje que vai discutir  o protagonismo da juventude. Venha você também participar conosco! 

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